Viveiros de Castro: Veja leu e fez que não entendeu

Tempo de leitura: 7 min

veja

Carta original do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro à revista Veja:

Ao Editores da revista Veja:

Na matéria “A farra da antropologia oportunista” (Veja ano 43 nº 18, de 05/05/2010), seus autores colocam em minha boca a seguinte afirmação: “Não basta dizer que é índio para se transformar em um deles. Só é índio quem nasce, cresce e vive num ambiente cultural original” . Gostaria de saber quando e a quem eu disse isso, uma vez que (1) nunca tive qualquer espécie de contato com os responsáveis pela matéria; (2) não pronunciei em qualquer ocasião, ou publiquei em qualquer veículo, reflexão tão grotesca, no conteúdo como na forma. Na verdade, a frase a mim mentirosamente atribuída contradiz o espírito de todas declarações que já tive ocasião de fazer sobre o tema. Assim sendo, cabe perguntar o que mais existiria de “montado” ou de simplesmente inventado na matéria. A qual, se me permitem a opinião, achei repugnante. Grato pela atenção,

Eduardo Viveiros de Castro

*****
Resposta da revista Veja

“No Brasil, todo mundo é índio, exceto quem não é”

3 de maio de 2010

O antropólogo Eduardo Viveiros de Castro enviou a VEJA uma carta – divulgada amplamente na internet – sobre a reportagem “A farra antropológica oportunista”, publicada nesta edição da revista. Na carta, Viveiros de Castro diz: “(1) nunca tive qualquer espécie de contato com os responsáveis pela matéria; (2) não pronunciei em qualquer ocasião, ou publiquei em qualquer veículo, reflexão tão grotesca, no conteúdo como na forma”.

Sua primeira afirmação não condiz com a verdade. No início de março, VEJA fez contato com Viveiros de Castro por intermédio da assessoria de imprensa do Museu Nacional do Rio de Janeiro, onde ele trabalha. Por meio da assessoria, Viveiros de Castro recomendou a leitura de um artigo seu intitulado “No Brasil todo mundo é índio, exceto quem não é”, que expressaria sua opinião de forma sistematizada e autorizou VEJA a usar o texto na reportagem de uma maneira sintética.

Também não condiz com a verdade a afirmação feita por Viveiros de Castro no item (2) de sua carta. A frase publicada por VEJA espelha opinião escrita mais de uma vez em seu texto (“Não é qualquer um; e não basta achar ou dizer; só é índio, como eu disse, quem se garante” e “pode-se dizer que ser índio é como aquilo que Lacan dizia sobre ser louco: não o é quem quer. Nem quem simplesmente o diz. Pois só é índio quem se garante”).

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O antropólogo Viveiros de Castro pode não corroborar integralmente o conteúdo da reportagem, mas concorda, sim, como está demonstrada em sua produção intelectual, que a autodeclaração não é critério suficiente para que uma pessoa seja considerada indígena. Abaixo, a íntegra do texto que ele autorizou que VEJA usasse da forma que bem entendesse.

*****

Tréplica do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro

Aos Editores da revista Veja:

Em resposta à mensagem que enviei à revista Veja no dia 01/05, denunciando a imputação fraudulenta de declarações que me é feita na matéria “A farra da antropologia oportunista”, o site Veja.com traz ontem uma resposta com o título “No Brasil, todo mundo é índio, exceto quem não é”. Ali, os responsáveis pela revista, ou pela resposta, ou, pelo jeito, por coisa nenhuma, reincidem na manipulação e na mentira; pior, confessam cinicamente que fabricaram a declaração a mim atribuída.

Em minha carta de protesto inicial, sublinhei dois pontos: “(1) que nunca tive qualquer espécie de contato com os responsáveis pela matéria; (2) que não pronunciei em qualquer ocasião, ou publiquei em qualquer veículo, reflexão tão grotesca, no conteúdo como na forma”.

Veja contesta estes pontos com os seguintes argumentos:

(1) “Sua primeira afirmação não condiz com a verdade. No início de março, VEJA fez contato com Viveiros de Castro por intermédio da assessoria de imprensa do Museu Nacional do Rio de Janeiro, onde ele trabalha. Por meio da assessoria, Viveiros de Castro recomendou a leitura de um artigo seu intitulado “No Brasil todo mundo é índio, exceto quem não é”, que expressaria sua opinião de forma sistematizada e autorizou VEJA a usar o texto na reportagem de uma maneira sintética.”

Respondo: é falso. A Assessoria de Imprensa do Museu Nacional telefonou-me, talvez no início de março (não acredito mais em nada do que a Veja afirma), perguntando se receberia repórteres da mal-conceituada revista, a propósito de uma matéria que estariam preparando sobre a situação dos índios no Brasil. Respondi que não pretendia sofrer qualquer espécie de contato com esses profissionais, visto que tenho a revista em baixíssima estima e péssima consideração. Esclareci à Assessoria do Museu que eu tinha diversos textos publicados sobre o assunto, cuja consulta e citação é, portanto, livre, e que assim os repórteres, com o perdão da expressão, que se virassem.

Não “recomendei a leitura” de nada em particular; e mesmo que o tivesse feito, não poderia ter “autorizado Veja” a usar o texto, simplesmente porque um autor não tem tal poder sobre trabalhos seus já publicados. Quanto à curiosa noção de que eu autorizei a revista, em particular, a “usar de maneira sintética” esse texto, observo que, além de isso “não condizer com a verdade”, certamente não é o caso que esse poder de síntese de que a Veja se acha imbuída inclua a atribuição de sentenças que não só não se encontram no texto em questão, como são, ao contrário e justamente, contraditas cabalmente por ele. A matéria de Veja cita, entre aspas, duas frases que formam um argumento único, o qual jamais foi enunciado por mim. Cito, para memória, a atribuição imaginária: “Não basta dizer que é índio para se transformar em um deles. Só é índio quem nasce, cresce e vive num ambiente cultural original” . Com isso, a revista induz maliciosamente o leitor a pensar que (1) a declaração foi dada de viva voz aos repórteres; (2) ela reproduz literalmente algo que disse. Duas grosseiras inverdades.

Veja contesta o segundo ponto com o argumento:

(2) “Também não condiz com a verdade a afirmação feita por Viveiros de Castro no item (2) de sua carta. A frase publicada por VEJA espelha opinião escrita mais de uma vez em seu texto (“Não é qualquer um; e não basta achar ou dizer; só é índio, como eu disse, quem se garante” e “pode-se dizer que ser índio é como aquilo que Lacan dizia sobre ser louco: não o é quem quer. Nem quem simplesmente o diz. Pois só é índio quem se garante”).” Ato contínuo, a revista dá o texto na íntegra, repetindo que eu a autorizei a usar o texto “da forma que bem entendesse”.

(Veja o link para meu texto)

Pela ordem. Em primeiro lugar, essa resposta da revista fez desaparecer, como num passe de mágica, a frase propriamente afirmativa de minha suposta declaração, a saber, a segunda (Só é índio quem nasce, cresce e vive em um ambiente cultural original”), visto que a primeira (Não basta dizer que é índio etc.) permanece uma mera obviedade, se não for completada por um raciocínio substantivo. Ora, o raciocínio substantivo exposto em meu texto está nas antípodas daquele que Veja falsamente me atribui. A afirmação de Veja de que eu a autorizara a “usar” o texto da forma que ela “bem entendesse” parece assim significar, para os responsáveis (ou não) pela revista, que ela poderia fabricar declarações absurdas e depois dizer que “sintetizavam” o texto. Esse arrogante “da forma que bem entendesse” não pode incluir um fazer-se de desentendido da parte da Veja.

Reitero que a revista fabricou descaradamente a declaração “Só é indio quem nasce, cresce e vive em um ambiente cultural original”. Se o leitor tiver o trabalho de ler na íntegra a entrevista reproduzida em Veja.com, verá que eu digo exatamente o contrário, a saber, que é impossível de um ponto de vista antropológico (ou qualquer outro) determinar condições necessárias para alguém (uma pessoa ou uma coletividade) “ser índio”. A frase falsa de Veja põe em minha boca precisamente uma condição necessária, e, ademais, absurda. Em meu texto sustento, ao contrário e positivamente, que é perfeitamente possível especificar diversas condições suficientes para se assumir uma identidade indígena. Talvez os responsáveis pela matéria não conheçam a diferença entre condições necessárias e condições suficientes. Que voltem aos bancos da escola.

A afirmação “só é índio quem nasce, cresce e vive em um ambiente cultural original” é, repito, grotesca. Nenhum antropólogo que se respeite a pronunciaria. Primeiro, porque ela enuncia uma condição impossível (o contrário de uma condição necessária, portanto!) no mundo humano atual; impossível, na verdade, desde que o mundo é mundo. Não existem “ambientes culturais originais”; as culturas estão constantemente em transformação interna e em comunicação externa, e os dois processos são, via de regra, intimamente correlacionados. Não existe instrumento científico capaz de detectar quando uma cultura deixa de ser “original”, nem quando um povo deixa de ser indígena. (E quando será que uma cultura começa a ser original? E quando é que um povo começa a ser indígena?). Ninguém vive no ambiente cultural onde nasceu. Em segundo lugar, o “ambiente cultural original” dos índios, admitindo-se que tal entidade exista, foi destruido meticulosamente durante cinco séculos, por epidemias, massacres, escravização, catequese e destruição ambiental.

A seguirmos essa linha de raciocínio, não haveria mais índios no Brasil. Talvez seja isso que Veja queria dizer. Em terceiro lugar, a revista parte do pressuposto inteiramente injustificado de que “ser índio” é algo que remete ao passado; algo que só se pode ou continuar (a duras penas) a ser, ou deixar de ser. A idéia de que uma coletividade possa voltar a ser índia é propriamente impensável pelos autores da matéria e seus mentores intelectuais. Mas como eu lembro em minha entrevista original deturpada por Veja, os bárbaros europeus da Idade Média voltaram a ser romanos e gregos ali pelo século XIV — só que isso se chamou “Renascimento” e não “farra de antropólogos oportunistas”. Como diz Marshall Sahlins, o antropólogo de onde tirei a analogia, alguns povos têm toda a sorte do mundo.

E o Brasil, será que temos toda a sorte do mundo? Será que o Brasil algum dia vai se tornar mesmo um grande Estados Unidos, como quer a Veja ? Será que teremos de viver em um ambiente cultural que não é aquele onde nascemos e crescemos? (Eu cresci durante a ditadura; Deus me livre desse ambiente cultural). Será que vamos deixar de ser brasileiros? Aliás, qual era mesmo nosso ambiente cultural original?

Grato mais uma vez pela atenção

Eduardo Viveiros de Castro
antropólogo – UFRJ

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Comentários

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[…] Em carta aberta à Revista Veja, Viveiros de Castro deixou claro que jamais concedeu entrevista à Revista Veja e que a considera repugnante e mentirosa. Leia a íntegra da carta aqui. […]

otoniel

seria melhor colocar o nome nessa revistinha de quinta categoria, o nome de “óia”.
eita imprensa vendilhona,que já morreu e esqueceram de empurra-la para a cova e cobri-la com gesso,para não contaminar o meio ambiente.

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Jorge

Agora o tema indígena é assunto mercantil. Compra-se, vende-se, se quer, não se quer, é moda, se aproveita, não se aproveita, se lucra, se ganha, se perde. Mas o ruim é que uma revista como VEJA (que já tem bem demonstrado seu caracter preconceituoso) publique de jeito tão irresponsável e ruim informações que em verdade danificam o jeito popular de olhar aos povos indígenas e de sua percepção, além de por na boca de "alguns" antropólogos a responsabilidade do que eles realmente estão dizendo. É um horror!

Ricardo

Partido da Katia Abreu pode comprar Veja, mas não POVO BRASILEIRO, que c/ Graças da força da natureza são conscientes e sabem o que é bom p/ Brasil. Sustentabilidade sim, destruição ao meio ambiente não.

M. Iack

"Associação Brasileira de Antropologia responde a 'Veja'"

"Revista semanal publicou reportagem intitulada "A farra da antropologia oportunista" na edição de 5 de maio

A ABA divulgou duas notas a respeito da reportagem publicada por "Veja". A revista é acusada de manipular declarações, desrespeitar indígenas e usar dados inverídicos. Leia abaixo, na íntegra, as notas, assinadas pela Diretoria da ABA e por João Pacheco de Oliveira, coordenador da Comissão de Assuntos Indígenas (CAI) da entidade:

"Nota da Diretoria da ABA sobre matéria publicada pela revista 'Veja' (Veja ano 43 nº 18, de 05/05/2010)

Frente à publicação de matéria intitulada 'A farra da antropologia oportunista' (Veja ano 43 nº 18, de 05/05/2010), a diretoria da Associação Brasileira de Antropologia (ABA), em nome de seus associados, clama pelo exercício de jornalismo responsável, exigindo respeito à atuação profissional do quadro de antropólogos disponível no Brasil, formados pelos mais rigorosos cânones científicos e regidos por estritas diretrizes éticas, teóricas, epistemológicas e metodológicas, reconhecidas internacionalmente e avaliadas por pares da mais elevada estatura cientifica, bem como por autoridades de áreas afins.

A ABA reserva-se ao direito de exigir dos editores da revista semanal 'Veja' que publique matéria em desagravo pelo desrespeito generalizado aos profissionais e acadêmicos da área."

"Nota da Comissão de Assuntos Indígenas-CAI/ABA

A reportagem divulgada pelo último número da revista 'Veja', provocativamente intitulada "Farra da Antropologia oportunista", acarretou uma ampla e profunda indignação entre os antropólogos, especialmente aqueles que pesquisam e trabalham com temas relacionados aos povos indígenas. Dados quantitativos inteiramente equivocados e fantasiosos (como o de que menos de 10% das terras estariam livres para usos econômicos, pois 90% estariam em mãos de indígenas, quilombolas e unidades ambientais!!!) conjugam-se à sistemática deformação da atuação dos antropólogos em processos administrativos e jurídicos relativos a definição de terras indígenas."…

Leia o restante emhttp://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=

M. Iack

"Associação Brasileira de Antropologia responde a 'Veja'"

"Revista semanal publicou reportagem intitulada "A farra da antropologia oportunista" na edição de 5 de maio

A ABA divulgou duas notas a respeito da reportagem publicada por "Veja". A revista é acusada de manipular declarações, desrespeitar indígenas e usar dados inverídicos. Leia abaixo, na íntegra, as notas, assinadas pela Diretoria da ABA e por João Pacheco de Oliveira, coordenador da Comissão de Assuntos Indígenas (CAI) da entidade:

"Nota da Diretoria da ABA sobre matéria publicada pela revista 'Veja' (Veja ano 43 nº 18, de 05/05/2010)

Frente à publicação de matéria intitulada 'A farra da antropologia oportunista' (Veja ano 43 nº 18, de 05/05/2010), a diretoria da Associação Brasileira de Antropologia (ABA), em nome de seus associados, clama pelo exercício de jornalismo responsável, exigindo respeito à atuação profissional do quadro de antropólogos disponível no Brasil, formados pelos mais rigorosos cânones científicos e regidos por estritas diretrizes éticas, teóricas, epistemológicas e metodológicas, reconhecidas internacionalmente e avaliadas por pares da mais elevada estatura cientifica, bem como por autoridades de áreas afins.

A ABA reserva-se ao direito de exigir dos editores da revista semanal 'Veja' que publique matéria em desagravo pelo desrespeito generalizado aos profissionais e acadêmicos da área."

"Nota da Comissão de Assuntos Indígenas-CAI/ABA

A reportagem divulgada pelo último número da revista 'Veja', provocativamente intitulada "Farra da Antropologia oportunista", acarretou uma ampla e profunda indignação entre os antropólogos, especialmente aqueles que pesquisam e trabalham com temas relacionados aos povos indígenas. Dados quantitativos inteiramente equivocados e fantasiosos (como o de que menos de 10% das terras estariam livres para usos econômicos, pois 90% estariam em mãos de indígenas, quilombolas e unidades ambientais!!!) conjugam-se à sistemática deformação da atuação dos antropólogos em processos administrativos e jurídicos relativos a definição de terras indígenas."…

Leia o restante emhttp://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=

Carlos

Jornalistas que manipulam, distorcem, deturpam, omitem, sonegam informações – ou que com pactuam com isso – devem ser lidos/olhados com desconfiança: http://www.conversaafiada.com.br/pig/2010/05/04/b

beattrice

Azenha,
recebi pela enésima vez "oferta imperdível" de assinatura dessa revistinha indecente, como se fosse perder alguma coisa na vida sem assiná-la!
Na promoção, apelos à nudez feminina e à copa do mundo, realmente o desespero é total: MULHER + FUTEBOL.
Em tempo,
não que isso isente a edição da revista, mas no caso de "ler e não saber intepretar o que leu", dada a "qualidade" do corpo escriturário da revistinha, isso deve ter influenciado.

Tavaresdemello

PNDH III neles!!!

Giovanni Gouveia

A Ispia ou deu atestado de burrice ou de mau caratismo, qual hipótese é a mais correta?

Francisco Mendes

http://tumblr.com/xc59gtccv [audio mp3] Veja leu e fez que não entendeuhttp://bit.ly/cyLuQK (@viomundo). Lembrei da entrevista do @taogomes ao @marioksz dizendo como se faz uma revista semanal: o editor dá a conclusão, os reporteres que se virem para fazer a matéria – já determinada. (Será que foi isso mesmo o que ele disse ou estou usando sua declaração de maneira “sintética”)
PodCasting na integra emhttp://bit.ly/dowuqy [audio mp3]

Francisco Mendes

http://tumblr.com/xc59gtccv [audio mp3] Veja leu e fez que não entendeuhttp://bit.ly/cyLuQK (@viomundo). Lembrei da entrevista do @taogomes ao @marioksz dizendo como se faz uma revista semanal: o editor dá a conclusão, os reporteres que se virem para fazer a matéria – já determinada. (Será que foi isso mesmo o que ele disse ou estou usando sua declaração de maneira “sintética”)
PodCasting na integra emhttp://bit.ly/dowuqy [audio mp3]

Júlio

Resposta simplesmente humilhante. Pena que os editores da veja não vão entender.

Leider_Lincoln

A Veja fez igual ao Serra: disse, só que não disse… É o jornalismo quântico, a versão midiática do gato de Schrödinger, onde se consegue dizer e não dizer ao mesmo tempo e quando não se diz, mesmo assim se ouve, já que presumivelmente, poderia ter dito, ou queriam que dissesse, o que para a Veja, basta, não é Ubaldo?

Marat

Tal revista é realmente asquerosa, suja e burra. Como pode um bando desses debater-se tanto com a realidade???

matintaperea

Veja: Toda semana uma barbeiragem.
Tá ficando tedioso…

Jana

Isto me lembrou… que há uns 6 anos atrás eu tive a ousadia de questionar uma matéria que saiu na Falha de SP. Recebi uma resposta tão malcirada do repórter que achei melhor deletar tal fato da minha memória….
Agora eles me ligam e não entendem porque eu não quero assinar esta maravilha ;-)

Vinicius

É imperativo que, em nome de da Antropologia, do indigenismo e da etnologia brasileiras, e do combate à desinformação perpetrada por essa revista, que a ABA tome as providências jurídicas cabíveis nesse caso. Um direito de resposta na própria revista em questão é mais do que legítimo em meio a esse despautério.

V

Veja é assim, quanto mais mexe mais fede, por isso recomendo uma boa mangueirada com algum desinfetante perfumado. Ou jogue muitos baldes de água na forma de um bom processo civil…

Mexeu coma veja, arrumou peleja.
Rima ridícula, mas é menos do que a Editora Abril.

Wagner Souza

Nao e so a veja que quer nos tornar um grande Estados Unidos…veja a globo, as novelas, a programacao imbecil, todo mundo falando frases feitas em ingles, o senhor esta certo quando pergunta qual e a nossa identidade cultural!

Cláudia

Bravo, professor!!! Que texto maravilhoso! Que demonstração incontestável, palavra por palavra, de um pesquisador sério, comprometido com as verdades dos fenômenos que estuda, com a produção honesta de conhecimento. É um vexame desperdiçar tanto brilhantismo acadêmico com aquele pasquim venal (recuso-me a pronunciar o nome). Como disse um companheiro de comentários: processe-os!!!

américo

É a velha história que vem de longe.
O que é bom do governo Lula, a mídia canalha esconde,
o que é ruim do governo eles aumentam e
o que é péssimo eles inventam.

Caio

Veja bem, little brother, Veja bem… tua estirpe não vingará.
Revista que mais parece de comédia.

Marcos Holanda

Pelo visto, essa reportagem da veja nem deveria ter sido publicada. Todos os antropologos e cientistas citados não disseram aquilo que foi afirmado na reportagem. E as demais reportagens, merecemalguma credibilidade? Sinceramente, não posso mais acreditar.

Panambi

Azenha, me mate a curiosidade, por favor, você que é do meio: existe algum jornalista com "vergonha na cara" que ainda trabalhe para a Veja/Abril???? Quem é ele???? E na FSP, Estadão, O Globo, Rede Globo, Band, etc…

    Pall Kunkanen

    Eu conheço a Laura Capiglione da FSP. Ainda não sei como a folha do serrágio não a mandou embora. Suas matérias são de arrepiar.

kimparanoid

Antes desinformado do que mal informado… nessas horas o analfabeto se sai melhor que o "cidadão de bem"…

Glecio_Tavares

Veja perde oportunidades incriveis. Poderia simplesmente ter se desculpado ou então ter culpado o repórter. Mas a prepotencia e a manipulação da verdade estão tão arraigadas que não existe mais volta. Só existe um caminho para Veja:
Manchete, Cruzeiro, Fatos & Fotos, Homem, e tantas outras que ja eram. Muitos aqui nem lembram mais, outros tem saudade, pois estes veiculos não manipulavam a verdade.

João

A reportagem da Veja foi preconceituosa, racista e covarde!!!!

O Brasileiro

Fico pensando… ou a editora Abril paga muito, muito bem, ou há profissionais tão desesperados financeiramente que continuam trabalhando numa editora desmoralizada como essa do panfleto Veja…

Urbano

Só lê e compra essa coisa chamada 'veja' quem nunca viu nada na vida.

Urbano

Só lê e compra essa coisa chamada 'veja' quem nunca viu nada na vida.

francisco.latorre

estelionato moral.

baixo. revoltante.

..

sonia

Esta revista não vale o papel que usa.

duar te

Taí o que dá quando uma revista mentirosa e falaciosa encontra um cara que tá a fim de briga, a mentira aparece com várias caras e cores. Caro amigo vá até o fim não esfrie um segundo sequer.

Ramon

Se você algum dia receber uma oferta de assinatura da revista Veja, lembre-se de Raul Seixas
"..Eu não preciso ler jornais
Mentir sozinho eu sou capaz"

José Luiz Rossi

Em vez de dizer simplesmente Veja errou,ela tenta explicar o inexplicável,justificar o injustificável,rebater a verdade factual.A veja está num enrosco.Felizmente temos homens desta estirpe,capazes de demolir com inteligência incomum estas bobagens que esse panfleto raivoso vem divulgando.

Rodrigo Carvalho

VEJA, GLOBO, FOLHA, E OUTROS DA MESMA ESTIRPE: 10 PALAVRAS 11 MENTIRAS!!!!

Iara

Revista que não serve nem pra papel higiênico (por que suja o seu traseiro, com páginas infectas de podridão) nem pra fogueirinha de papel, da música no, woman no cry…

Lamentável, mas absolutamente previsível essa revista inominável fazer essa campanha suja contra os índios (e contra os antropólogos e contra qualquer racionalidade).

Preparem-se que aí vem chumbo grosso. Apesar de votar na Dilma por não querer ver PSDB nem pintado de ouro, sei que governo Dilma vai ser pior que qualquer outro para meio ambiente e populações olvidadas dos nossos rincões. Espero que com essa matéria da veja,a Dilma VEJA de que lado estão os desenvolvimentistas inescrupulosos e saiba qual o seu lugar.

Carlos Ribeiro

Oh revistinha desmoralizada.

Marcio Gaspar

o link certo:http://merciogomes.blogspot.com/2008/08/o-que-pro

Marcio Gaspar

o link certo:http://merciogomes.blogspot.com/2008/08/o-que-pro

Maromar

Está faltando controle social sobre esses camaleões!

Cláudio

Ainda temos um longo caminho a ser percorrido, mas há avanços, que o diga a propaganda da globo pró-serra, no entanto, ainda estamos longe da democratização da informação, visto que apenas uma minoria tem acesso a internet, e estes, muita das vezes não estão interessados neste problema.

kwyzx

Distorcer toda uma história intelectual e se basear numa citação "livre" de compreensão e senso critico sofriveis é lastimável e revoltante. Mas não dá para esquecer também toda uma matéria preconceituosa. Eles ofenderam aos antropólogos, mas ofenderam também as pessoas que vivem nessas comunidades tradicionais. Estou chocada pela usura do nome Viveiros de Castro, e talvez tanto ou mais, com o que foi feito em relação as minorias que não vivem de acordo com o modelo "superprodutivo" e "evoluído" dos agronegócios e afins.

Amanda Vieira

Essa história, que também foi publicada no site do Nassif, foi devidamente agraciada com um post Boimate News!http://www.boimatenews.wordpress.com

Amanda Vieira

Essa história, que também foi publicada no site do Nassif, foi devidamente agraciada com um post Boimate News!http://www.boimatenews.wordpress.com

Juscelino

Viva a internet! Viva a democratização da informação!

Carlos

Pra constar na história das fraudes jornalísticas no Brasil: quem assinou e quem editou a matéria original?

sergio

o lixo fascista só serve a uma minoria desinformada, amedrontada, a propósito, qual é mesmo a ideologia da direita brasileira que a veja representa? a mentira e o medo of course!

carmen silvia

Não tem competência nem pra ser mal intencionada.É por essas e outras que as pessoas sérias desse país não vão mais se submeter a dar entrevistas ou o que quer que seja para esse panfleto de interesses abjetos.

Marcio Gaspar

O antropologo Mércio Pereira Gomes, tambem em seu blog responde a Veja sobre a utilizacao de citacao de frase sua para defender um ponto de visto em que o antropologo nunca defendeu, o texto com a resposta completa esta neste sitehttp://merciogoaes.blogspot.com/2010/05/resposta-… . A Veja citou: "Certas iniciativas são motivadas pela ideia maluca de que o território brasileiro deveria pertencer apenas aos índios, tese refutada pelo Supremo Tribunal Federal. Há, ainda, os que advogam a criação de reservas indígenas como meio de preservar o ambiente. E há também – ou principalmente – aqueles que, a pretexto de proteger este ou aquele aspecto, querem tão somente faturar. "Diante desse quadro, é preciso dar um basta imediato nos processos de demarcação", como já advertiu há quatro anos o antropólogo Mércio Pereira Gomes, ex-presidente da Funai e professor da Universidade Federal Fluminense."
Porem o antropólogo Mércio Pereira Gomes diz: "Denego-lhe o falso direito jornalístico de atribuir a mim uma frase impronunciada e um sentido desvirtuante daquilo que penso sobre a questão indígena brasileira. "

David R.Silva

Que horror! Cuidado Azenha, o PIG veja vai publicar uma entrevista que você não deu. A que ponto esse esgoto de jornalismo chegou. Publicar uma entrevista que não existiu, mesmo a vítima afirmando que não deu entrevista nenhuma, a "SUJÍSSIMA" não admite que mentiu. A que ponto de cinismo o PIG veja chegou, ou melhor é sua prática. Professor, leva esse esgoto pro pau, justiça. Que Horror! Publicar entrevista que não existiu e ainda insiste no factóide. Parabéns,professor! Minha solidadariedade. de Belo Horizonte.

Lelê Teles

VEJA que absurdo!

Ricardo santos

Bom, esse tipo de ataque vem se tornando algo corriqueiro nas paginas da "distinta" revista. Semanas atras foi feito um ataque aos professores de sociologia no ensino médio, e, concomitantemente, as aspotilas de sociologia. De forma tendenciosa, a revista reduziu a sociologia ao marxismo, e seleccionou apenas trechos, fora de contexto, de diversas apostilas diferentes, de diversos estados diferentes para confirmar falsamente seu argumento. Alem de pertencerem a diferentes metodos de ensino, o que implica em deformaçoes, proprias do ensino apostilado, tais trechos levam as pessoas a pensar que é ensinado em sociologia um manual para a revoluçao. O que nao é o caso. Alem de conduzir a ideia de que a sociologia nao passa de ideologia, o que tambem é uma ofesna a toda a classe de cientistas sociais (antropologos, sociologos e cientistas politicos).

Milton Hayek

A Veja sempre age defendendo os interesses de madeireiros,grileiros de terras,empresas dos EUA e Europa ou qualquer entidade que procure manter presos os recursos de todos os brasileiros(na confiança do Estado), beneficiando apenas a pequena fração da população que enriqueceu dilapidando o Brasil durate a ditadura.É caso da Globo,Folha de São Paulo,RBS,etc.
Esse povo pode ser chamado,sem peias,de entulho da ditadura de 1964.

Marcio

Se fosse eu o antropólogo, processaria a revista veja. Não perderia tempo com este bate boca, até porque ela nunca vai reconhecer o erro, pois que ela só sobrevive em razão deles.

Bruno

Cabe processo.

Conservador

Glenn Beck revela as profundas raízes socialistas do presidente Obama:
http://juliosevero.blogspot.com/2010/05/glenn-bec

Davi Lima

Quando eu vejo uma penca de revistas Veja na portaria do meu prédio todo final de semana, costumam passar pela minha mente dois pensamentos, sempre:

a) lembro quando o Bush filho foi reeleito e alguma revista ou jornal da Inglaterra, eu acho, teve como manchete algo como "como podem xxx milhões de pessoas ser tão idiotas?" referindo-se aos votos obtidos por dito Sr.. Eu penso o mesmo dos meus vizinhos assinantes.

b) tenho vontade de pedir autorização à Carta Capital para copiar minha edição da revista e distribuir gratuitamente para meus vizinhos, naquela de colocar por debaixo da porta mesmo, já que não tenho a condição financeira de fazer assinaturas para todos.

Um amigo

Processa. Faça com eles o que eles fazem com o mundo. Processa

HBR

Li o texto do Viveiro de Castro hoje pela manhã e sobre ele. pensei: texto denso, complexo mas de uma rara clareza , fino humor. Uma quase ironia. Próprio de quem é autor. .
Já na versão da leitura pelo´pessoal da Veja, percebi três possibilidades: 1 -ou não entenderam nada …. 2 -Ou então, leram agum outro texto; 3 – OU…apresentaram a versão que quiseram sobre o texto .
No primeiro caso, sugiro que a revista contrate uma daquelas formações rápidas que o MEC vem oferecendo à melhoria das condições de profissonais de várias áreas;
No caso número 02, proponho que voltem à leitura e que os jornalistas debatam entre si o entendimento do texto, coisa assim da 2ª série do ensino fundadmental.
Já acerca da 3ª versão, penso não haver o que encaminhar, porque ética leva um vida inteira para ser construída e depende de fatores que o texto também deixa claro e, certifiquem-se, não há Universidafe, nem as criadas no Governo LULA, que dê jeito!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Marcio Gaspar

O antropologo Mércio Pereira Gomes, tambem em seu blog responde a Veja sobre a utilizacao de citacao de frase sua para defender um ponto de visto em que o antropologo nunca defendeu, o texto com a resposta completa esta neste sitehttp://merciogoaes.blogspot.com/2010/05/resposta-… . A Veja citou: "Certas iniciativas são motivadas pela ideia maluca de que o território brasileiro deveria pertencer apenas aos índios, tese refutada pelo Supremo Tribunal Federal. Há, ainda, os que advogam a criação de reservas indígenas como meio de preservar o ambiente. E há também – ou principalmente – aqueles que, a pretexto de proteger este ou aquele aspecto, querem tão somente faturar. "Diante desse quadro, é preciso dar um basta imediato nos processos de demarcação", como já advertiu há quatro anos o antropólogo Mércio Pereira Gomes, ex-presidente da Funai e professor da Universidade Federal Fluminense."
Porem o antropólogo Mércio Pereira Gomes diz: "Denego-lhe o falso direito jornalístico de atribuir a mim uma frase impronunciada e um sentido desvirtuante daquilo que penso sobre a questão indígena brasileira. "

    Giovanni Gouveia

    O link tá errado…

Dilson

Não se trata de "liberdade de expressão" quando se tomam liberdades com as expressões dos outros.

(Se for uma citação de algum autor,por favor me avisem,não quero tomar o mérito de um pensamento alheio.)

Marcelo Lincoln

Esse pessoal é uma verdadeira CAMBADA!!!! Paaaaasssssssssssa Vira Latas!!!!!!!!

Flavio Lima

E os caras insistem em mentir e distorcer. Alem de canalhice, cara de pau…

Leider_Lincoln

Alguns comentaristas aqui estão preocupados com a liberdade de expressão. Klaus, Ubaldo, Dvorak: manifestem-se!

#21 Justificativa da revista Veja e sua matéria FRAUDULENTA. «

[…] Fonte do site vi o mundo […]

Tweets that mention agora a tréplica de Viveiros — Topsy.com

[…] This post was mentioned on Twitter by Francirosy. Francirosy said: http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/o-renascimento-e-a-farra-de-antropologos-oportunistas.html agora a tréplica de Viveiros […]

Gerson Carneiro

No Brasil, todo mundo é mentiroso, exceto quem não é.

No Brasil, todo mundo é bobo, exceto quem não é.

Gustavo

Bahh a Veja é um revista esgoto mesmo….

Haroldo Teixeira

Acho que está na hora de alguém entrar na justiça contra estas figuras e exigir reparação pública.

lucas

a mídia mais nojenta e podre desse país, capaz de deturpar as idéias de um dos intelectuais mais importantes do Brasil, reconhecido no mundo inteiro.

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