Twitter adere à censura prévia

Tempo de leitura: 2 min

Twitter vai censurar posts em alguns países

do Estadão, em 27.01.2012

Por Agências

Medida reacende debate sobre como a rede social lida com questões de liberdade de expressão ao redor do mundo

SÃO FRANCISCO – O Twitter vai começar a restringir mensagens de usuários em determinados países, renovando questões sobre a forma pela qual a plataforma social pretende lidar com as questões de liberdade de expressão à medida que expande rapidamente seu alcance mundial.

Até agora, o Twitter precisava remover uma mensagem de sua rede mundial, caso recebesse solicitação nesse sentido de um governo. Mas a empresa informou em seu blog na quinta-feira que agora pode bloquear seletivamente um texto para os usuários de um determinado país.

“A partir de hoje, nos damos a capacidade de reter conteúdo reativamente para usuários de um país específico, mas mantê-lo disponível para o restante do mundo”, informou o Twitter em seu blog, na quinta-feira.

O Twitter ofereceu como exemplo das restrições com as quais poderia cooperar o “conteúdo pró-nazista” na Alemanha e França, que censuram esse tipo de mensagem.

A companhia afirmou que mesmo com a possibilidade de restrições como essa, não seria possível coexistir com determinados países. “Alguns deles diferem tanto de nossas ideias que não poderemos existir lá”, informou o Twitter.

“À medida que continuamos a crescer internacionalmente, ingressaremos em países que têm ideias diferentes quanto aos contornos da livre expressão”, o Twitter afirmou.

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No interesse da transparência, o Twitter criou um mecanismo que informará aos usuários caso uma mensagem seja bloqueada. Um porta-voz do Twitter se recusou a oferecer detalhes adicionais.

O reconhecimento pelo Twitter de que censurará conteúdo representa desvio radical ante a posição que a companhia assumiu um ano atrás, quando manifestantes oposicionistas na Tunísia, Egito e outros países árabes usaram a rede social para coordenar manifestações de massa e, com isso, deram destaque mundial ao potencial da ferramenta para causar perturbações.

Em meio às revoluções que fervilhavam em janeiro passado, o Twitter sinalizou que não censuraria conteúdo, com um post intitulado “que os tweets fluam”.

“Não removemos tweets com base em seu conteúdo”, afirmava a mensagem da empresa. “Nossa posição quanto à liberdade de expressão acarreta a responsabilidade de proteger o direito de nossos usuários a falar livremente e sua capacidade de contestar a revelação de informações pessoais sobre eles.”

Reuters

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Comentários

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Cachaça Doce

Enquanto o Twitter censura, o Paulo Coelho (que muitos podem gostar, outros tantos podem odiar), fez algo digno, pelo menos, de nota.
Escreveu que pouco se importa com a pirataria, coloca links, em seu site, para baixarem cópias piratas de seus livros (segundo ele, isso até aumenta as vendas) e é contra o projeto SOPA. Foi o primeiro artista 'oficialmente promovido' pelo site mais resiliente de torrents da internet.
http://paulocoelhoblog.com/2012/01/28/promo-bay/

Isso me faz pensar quantos artistas lançam música, vídeo, livros, etc. na internet e faturam muito com isso. Por que os estúdios de 'oliúdi' não seguem o exemplo? Medo da concorrência?

    Luís

    É fácil ele dizer que não se importa com a pirataria vendendo milhares (ou até mesmo milhões) de livros. Uma coisa é ter 5% de prejuízo vendendo 1 milhão de livros, outra coisa é ter 5% de prejuízo vendendo 20 mil.

    E outra coisa, a maior parte do público dele não entende de Internet e sequer entende esse negócio de Megaupload, Rapidshare, Torrents e P2P.

    “Isso me faz pensar quantos artistas lançam música, vídeo, livros, etc. na internet e faturam muito com isso.”

    Você os conhece? Eu não conheço nenhum. Os que fazem sucesso e faturam muito ainda dependem da “velha mídia” para isso.

    Um texto bem interessante sobre isso que eu acabi de escrever:

    http://www.contraditorium.com/2011/12/12/louis-c-k-velha-mdia-a-me-e-a-batalha-contra-a-pirataria/

Lia

Por educação, o Lula não podia botar esse nazioportunista para correr, o que seria merecido depois de toda barbárie que promoveu. Já a Dilma, como presidenta, tem que engolir alguns sapos e sorrir.

João-PR

O twitter, com esta medida, iniciou o processo que culminará com seu fim.
Escrevam aí, pode durar algum tempo, mas se continuarem com esta política burra, perderão paulatinamente espaço. Surgirão outros twitters com liberdade. Daí, é questão de tempo.

Sami

Acho certo. Assim acaba com esse negócio ridículo de Tuitaço e os sofativistas começam a descolar a bunda da cadeira e botar a cara na rua.

E sem dúvidas os sofativistas vão negativar meu comentário. A verdade dói.

    tales

    disseminar informação também é ativismo

    Sami

    Então eu sou um dos maiores ativistas que eu conheço e não sabia.

FrancoAtirador

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Especial Fórum Social Temático 2012

Roda Temática: Mídia Livre

Claudio Prado — Produtor/ ativista da Cultura
Renato Rovai — Editor da Revista Fórum
Ivana Bentes — Diretora da ECO-UFRJ

[youtube -tVtZZjgU5g http://www.youtube.com/watch?v=-tVtZZjgU5g youtube]
http://fst2012.ebc.com.br

FrancoAtirador

"Não mexerei um palito pela blogueira cubana", diz Fernando Morais

No Fórum Social, jornalista e escritor especialista em Cuba diz que ajudar Yoani Sánchez é ficar contra revolução.
Segundo ele, conquistas sociais do regime importam mais que liberdade para criticar, o que só interessa ao 'inimigo' EUA.
Dilma vai a Cuba segunda.

Por André Barrocal, na Carta Maior

Porto Alegre – Jornalista e escritor, e portanto defensor e dependente da liberdade de expressão, Fernando Morais, reconhecido especialista em Cuba, não pretende se envolver no caso da blogueira cubana Yoani Sánchez, cuja tentativa de vir ao Brasil virou notícia nestes dias que antecedem viagem da presidenta Dilma Rousseff à ilha de Fidel Castro.

“Sou defensor da liberdade de expressão. Mas, em primeiro lugar, defendo o direito de 11 milhões de cubanos que estão sendo espezinhados pelos americanos”, afirmou o escritor nesta sexta-feira (27), durante um debate sobre livro que lançou no segundo semestre de 2011 sobre a prisão e a condenação de cinco cubanos nos Estados Unidos, chamado “Os últimos soldados da guerra fria”.

“Em nome das minhas convicções, não posso apoiar uma moça que vem dedicando a vida a combater a revolução”, disse Morais no debate, que fez parte das atividades do Fórum Social Temático, grande encontro de esquerda. “Eu não vou mexer um palito para que essa moça venha ao Brasil.”

Quando começou a correr a notícia de que Dilma irá a Cuba – será na próxima segunda-feira (30), a primeira viagem internacional da presidenta em 2012 -, Yoani anunciou no Twitter que queria um visto brasileiro, para vir ao país. Depois, escreveu uma carta a Dilma com o mesmo pedido.

Com dificuldade para obter visto no governo Lula, a blogueira teve mais sorte agora. Quarta-feira (25), o ministério das Relações Exteriores informou que daria um visto especial de 90 dias para ela. Mas ela ainda precisa de autorização do governo cubano para deixar o país, e Morais, que tem contato com as autoridades de lá, não pretende interceder a favor dela.

Para ele, apesar do tipo de crítica que Yoani faz – a falta de liberdade é a principal -, o saldo da revolução cubana não justificaria tentar derrubar o regime. No debate, o escritor disse que não se há crianças pedindo esmola na rua, analfabetismo e (caso único no hemisfério sul) desnutrição infantil, enquanto a taxa de mortalidade infantil é metade da vista nos EUA.

Tudo isso foi conquistado, lembrou, apesar do bloqueio norte-americano, que atrapalha o desenvolvimento cubano. O boicote começou nos anos 60 e foi reforçado nos anos 90 no governo do ex-presidente Bill Clinton, que pertencia ao Partido Democrata, em tese, mais à esquerda, dentro daquilo que pode ser considerado “esquerda” nos EUA.

“Já perdi a inocência com os Estados Unidos. Na política externa, não faz a menor diferença se é democrata ou republicano”, afirmou Morais.

Íntegra em:

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMos

FrancoAtirador

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George Orwell só errou a data.
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ZePovinho

http://resistir.info/varios/facebook_20jan12.html

por Atilio A. Boron [*]

Há alguns dias cometi um "erro imperdoável": criticar asperamente a secretária de Estado Hillary Clinton quando, diante do quinto assassinato de um cientista iraniano, limitou-se a encolher os ombros e dizer que isso era o resultado das provocações de Teerão ao negar-se a suspender o seu programa nuclear. Disse então, e repito agora, que a Clinton é "o elo perdido entre as aves carniceiras e a espécie humana", recordando a sua gargalhada quando lhe comunicaram o linchamento de Kadafi.

Mas o meu "erro" foi colocar essa opinião no Facebook: "poucas horas depois foi-me proibido o acesso à minha conta e a ter contacto com os meus mais de sete mil seguidores. O que se seguiu depois é uma história kafkiana, ainda não concluída, para tentar recuperar o acesso à minha conta. Toda classe de truques e obstáculos foram levantados e ainda hoje, quinta-feira 19 de Janeiro, quase três dias depois do incidente, não pude tornar a utilizar a minha conta. Para cúmulo, jamais pude ter contacto com pessoa alguma do Facebook e todas as perguntas que podia fazer eram estereotipadas e obtinha, de um robot, respostas igualmente estúpidas e estereotipadas. Nenhuma respondia à pergunta crucial: por que me haviam bloqueado o acesso à minha conta do Facebook?

A conclusão de tudo isto é algo que já sabia e que venho dizendo desde há longos anos, em contraposição a ilustres sociólogos e analistas que dizem tontices tais como "a rede é o universo da liberdade, não há centro, não há controle, é democracia em grau superlativo". Estes teóricos da resignação e do desalento parecem ignorar que a web está super controlada – não que vá estar e sim que já está, de facto – e as infames iniciativas legislativas estado-unidenses como a SOPA e a PIPA não são senão tentativas de legalizar o que já estão fazendo.

Como também venho dizendo há anos, nada mais perigoso que um império em decadência: tornam-se mais brutais, imorais, inescrupulosos. Agora, perante o surgimento de uma perigosa onda mundial anti-capitalista na Europa e mesmo nos EUA (com o movimento dos Ocupem Wall Street) que se soma ao que vem ocorrendo na América Latina desde há uma década, os drones e os assassinatos selectivos de líderes tornam-se insuficientes.

Devem cortar a comunicação "a partir de baixo" e "entre os de baixo" porque sabem muito bem que um pré-requisito para a organização da resistência ante – e a ofensiva contra – a burguesia imperial e seus sequazes na periferia é precisamente a possibilidade de estabelecer comunicações e trocar informações entre os oprimidos e as vítimas do sistema. Sabem muito bem que isso é essencial para frustrar esta onda insurgente, muito mais grave e de maiores repercussões que as que teve na altura o Maio francês. Por isso estão a apertar todos os parafusos. Por isso devemos redobrar a luta para democratizar não só o Estado e as empresas como também as comunicações, a imprensa e, sobretudo, a web. Não é por acaso que um dos generais do exército estado-unidense declarou numa audiência do Congresso que "hoje a luta anti-subversiva trava-se nos media", um dos quais, talvez o mais importante, é a Internet. Daí tantos controles.
Facebook Shuts Down “Free Ricardo Palmera!” Group

[*] Director do PLED, Programa Latinoamericano de Educación a Distancia en Ciencias Sociales.

O original encontra-se em http://www.pagina12.com.ar/diario/elmundo/4-18584

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

andré frej

Liberdade em todos os sentidos, sempre !

Airton

"… nem mais um piu!" O pensamento autônomo já se perdeu a tempos coma indústria cultural, agora até o piu vai rodar? Putz…

Vinicius Garcia

Todo e qualquer mecanismo que propague a liberdade de expressão será combatido pelo "mercado", pois o "mercado" sabe que sua bancarrota está na liberdade de expressão, a censura nesse caso é mais que esperada e cabe aos internautas lutar para que esses meios de censura não vinguem.

Janah

Sou contra!

ricardo silveira

Fahrenheit 451 está chegando, que os usuários da rede reajam a essa violência contra a liberdade e a democracia. Se os Estado Unidos, por exemplo, já cometiam genocídios mundo afora sem nenhum constrangimento, imaginem a farra que vai ser se não houver resistência à ideologização. Quantas (mais) barbaridades não serão feitas, em todos os lugares onde se tem o monopólio do poder.

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