Altamiro Borges: Indicado por Lula para presidir o Banco Central sabota a economia

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Altamiro Borges: “Roberto Campos Neto, na última reunião do Copom sob seu comando, em dezembro, impôs uma camisa de força ao estampar na ata oficial duas novas altas de um ponto na taxa de juros – em janeiro e março. Bob Fields Neto emparedou Gabriel Galípolo. Mas isto não justifica o servilismo ao deus-mercado do novo presidente do BC’’. Ilustração: amarildocharges

Indicado por Lula no BC sabota a economia

Por Altamiro Borges, em seu blog

Na primeira reunião sob o comando de Gabriel Galípolo, indicado por Lula para presidir o Banco Central, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu nesta quarta-feira (29) aumentar a taxa básica de juros, a Selic, em 1 ponto percentual – de 12,25% para 13,25% ao ano.

Um verdadeiro atentado contra a economia nacional, que serve somente aos interesses dos abutres financeiros, e que pode desgastar um pouco mais a imagem do governo nesse momento já delicado.

Essa foi a quarta elevação consecutiva da Selic e não dá mais para culpar Roberto Campos Neto, o bolsonarista que chefiava o BC, pela sabotagem.

É certo que na última reunião do Copom sob seu comando, em dezembro passado, ele impôs uma camisa de força ao estampar na ata oficial duas novas altas de um ponto na taxa de juros – em janeiro e março.

Bob Fields Neto emparedou Gabriel Galípolo. Mas isto não justifica o servilismo ao deus-mercado do novo presidente do BC.

A desculpa esfarrapada do cenário externo

No comunicado divulgado à imprensa, o banco argumentou que a nova facada dos juros decorre do ambiente externo, principalmente em função da nova realidade nos EUA, “o que suscita mais dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed… O Copom avalia que o cenário externo segue exigindo cautela por parte de países emergentes”.

Mais uma desculpa esfarrapada para saciar a gula dos rentistas.

A decisão do Copom gerou críticas de vários setores da sociedade. Todas as centrais sindicais de trabalhadores emitiram duras notas contra a alta dos juros que prejudica o crédito, o consumo, a produção e a geração de emprego e renda. Entidades patronais também chiaram.

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A Confederação Nacional da Indústria (CNI) classificou a medida de “injustificada” e disse que o BC não considerou os efeitos impactantes dos juros na própria inflação. “Fica evidente que o aumento representa mais custos financeiros para as empresas e os consumidores, e perda adicional e desnecessária de emprego e renda”.

Já os abutres financeiros e seus porta-vozes na mídia rentista adoraram a decisão do Copom e foram só elogios ao indicado por Lula para presidir o BC.

Marcelo Bolzan, estrategista de investimentos e sócio da The Hill Capital, aplaudiu o arrocho monetário. “Essa foi a primeira reunião do Gabriel Galípolo e a nova composição da diretoria. E eles mantiveram a decisão de aumentar a Selic em um ponto percentual”.

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