Polícia Civil entra no campus da Fiocruz e coloca trabalhadores em risco
Tempo de leitura: < 1 minAção da Polícia Civil dentro da Fiocruz coloca trabalhadores em risco
Por Agência Fiocruz de Notícias (AFN)
Na manhã desta quarta-feira (8/1), agentes da Polícia Civil entraram descaracterizados e sem autorização no campus da Fiocruz (campus Manguinhos-Maré), no Rio de Janeiro, para o que seria uma incursão na comunidade de Varginha.
Um projétil atingiu o vidro da sala de Automação, do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), fábrica de vacinas da Fiocruz, e uma trabalhadora recebeu atendimento médico por conta dos estilhaços.
Um supervisor da empresa que presta serviços para a Gestão de Vigilância e Segurança Patrimonial da Fiocruz foi levado pelos policiais de forma arbitrária para a delegacia, algemado.
O vigilante fazia o trabalho de desocupação e interdição da área como medida de segurança para os trabalhadores, alunos e demais frequentadores do campus, no momento da incursão policial, e foi acusado de dar cobertura a supostos criminosos que estariam em fuga.
Toda a ação da Polícia Civil ocorre de forma arbitrária, sem autorização ou comunicação com a instituição, colocando trabalhadores e alunos da Fiocruz em risco.
A Polícia permanece, até o momento desta publicação, no campus da Fiocruz.
A Rua Leopoldo Bulhões está fechada nos dois sentidos por uma operação policial. A orla do Rio Faria-Timbó também permanece fechada.
A orientação aos trabalhadores, alunos e usuários do campus é que todos se mantenham em estado de atenção, evitando circulação por áreas abertas.
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Comentários
Zé Maria
.
É Abuso da Autoridade Governamental do Estado do Rio de Janeiro !
Polícias Estaduais Não Possuem Jurisdição em Imóveis Federais.
.
Zé Maria
.
“Dois Anos Depois, os Acontecimentos Reforçaram
a Necessidade de Punir os Golpistas do 8 de Janeiro”
Nesta quarta-feira, 8, completam-se dois anos
desde que uma turba golpista invadiu o Palácio
do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo
Tribunal Federal (STF).
Como se notou à época e se comprovou posteriormente,
tratou-se de uma tentativa de golpe atiçada por lideranças
políticas e militares.
Diversos acontecimentos ocorridos desde 8 de janeiro de 2023
demonstraram e seguem demonstrando a necessidade e a
urgência de punir todos os responsáveis, civis e militares,
por aqueles atos.
É preciso, em primeiro lugar, lembrar os antecedentes que pavimentaram
o caminho para o que aconteceu em 8 de janeiro.
Por pelo menos dois anos, o então candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL)
construiu uma grande campanha de questionamento às urnas eletrônicas,
à Justiça Eleitoral e à democracia.
Até mesmo uma reunião com embaixadores estrangeiros foi chamada
por Bolsonaro para descredibilizar as eleições que então se aproximavam.
Foi o mesmo contexto que gerou os acampamentos de apoiadores de
Bolsonaro que se espalharam por quartéis em diversas partes do Brasil.
Se na época poderiam parecer movimentos isolados, logo se viu que eram
ações coordenadas para criar o contexto para um golpe.
Já naqueles momentos que antecederam os atos de 8 de janeiro,
o Sintrajufe/RS moveu ações judiciais buscando fazer cessar os
ataques de Bolsonaro às urnas e aos servidores, que alimentavam
intentos antidemocráticos de seus apoiadores e financiadores.
O sindicato também divulgou notas alertando para as ameaças
crescentes e participou de mobilizações em defesa da democracia
e do respeito às urnas.
Por outro lado, nos acampamentos nos quartéis começou a ficar
cada vez mais clara a participação dos militares na construção
do clima golpista.
O consentimento com os acampamentos somou-se a ameaças
veladas como o desfile de veículos militares blindados em Brasília
justamente quando o Congresso analisava questionamentos às urnas
eletrônicas e a possibilidade de votação impressa.
Em 8 de janeiro de 2023, mais uma vez houve, no mínimo, conivência de
militares e também da cúpula da Secretaria de Segurança e do governo
do Distrito Federal na invasão aos prédios públicos e na destruição de
patrimônio com o objetivo maior de ataque à democracia.
Mais recentemente, em meio às investigações relacionadas a essa série
de ações, descobriu-se que havia, como parte da tentativa de golpe, um
plano para assassinar o presidente da República, o vice e também um
ministro do STF – Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes.
Mais uma vez, com a participação de militares, tanto generais quanto
integrantes de forças especiais, que insistem em manter a tutela do
Estado brasileiro, chaga que não foi fechada com a Constituição de 1988.
Poucos dias antes do segundo aniversário dos atos golpistas de 8 de janeiro,
a atriz Fernanda Torres foi premiada com o Globo de Ouro de Melhor Atriz por
sua atuação no filme “Ainda estou aqui”.
Os acontecimentos se entrelaçam, já que o filme, baseado em livro de
mesmo nome, de Marcelo Rubens Paiva, conta a história de Eunice Paiva,
militante pela democracia e viúva do deputado Rubens Paiva, cassado pela
ditadura militar, preso e “desaparecido” por perseguição política.
O Estado brasileiro ainda gasta com pensões para alguns de seus assassinos.
O filme retrata justamente as consequências de um golpe, uma ditadura e
da falta de punição dos golpistas e torturadores.
E é justamente a impunidade que permite que, tantos anos depois da prisão,
tortura e assassinato de Rubens Paiva, os militares ainda busquem o mesmo
expediente utilizado em 1964, quando o golpe, apoiado pelos grandes grupos
econômicos e pelos grandes jornais – como O Globo, Folha de S. Paulo e
O Estado de São Paulo – abriu um período de trevas para o Brasil que alguns
insistem em tentar repetir.
O golpe de 2023 fracassou, mas o alerta continua.
Os mesmos grupos que estimularam, financiaram, apoiaram ou realizaram
na prática a invasão aos prédios dos Poderes não desistiram de suas
intenções antidemocráticas.
Punir os civis e militares envolvidos na tentativa de golpe é fortalecer a frágil democracia brasileira e uma necessidade absoluta para desestimular
o desrespeito à vontade popular.
É na luta por direitos sociais, tão combatidos pela política de austeridade
defendida pelo mercado, que daremos o conteúdo à defesa da democracia
e por instituições que passem a limpo a história brasileira.
Sem Anistia!
Diretoria Executiva do Sintrajufe/RS
8 de janeiro de 2025
https://sintrajufe.org.br/dois-anos-depois-os-acontecimentos-reforcaram-a-necessidade-de-punir-os-golpistas-do-8-de-janeiro/
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