Ricardo Mello: Em vídeo infame, Marinha usa sósia de Haddad para chamar todos os brasileiros de vagabundos
Tempo de leitura: < 1 minRicardo Mello (@oricardomello) é jornalista, especializado em reportagens investigativas com ênfase em política e segurança pública. Foi repórter da RecordTV, Sbt e Globo, onde atuou como repórter investigativo do Fantástico. Hoje se dedica a explicar, na internet, os acontecimentos da política numa linguagem simples, para a compreensão de todos.
Comentários
Zé Maria
Talvez seja também por isso que os Oficiais,
notadamente a Cúpula, das Forças Armadas,
se deem tão bem com os Burgueses Racistas
Escravocratas que sequer pagam Impostos.
Bernardo
Essa bola fora da Marinha expôs, sem nem nenhuma necessidade, as fraquezas da instituição que ainda carrega conceitos e ” virtudes” do século 19. O comunicólogo que bolou a peça, e quem a provou, deveriam todos ser demitidos sem justa causa tamanha a falta de tato, de conhecimento e de inteligência. Conseguiram mostra que são preconceituosos e estúpidos pois o objetivo não atingido e o resultado foi totalmente o contrário. O único mérito desse desastre foi mostrar que o Ministro de Defesa não tem voz ativa e é fraco para administrar a pasta, pelo menos nada demonstrou até agora que demonstre o contrário. Lula terá argumento para trocar.
Maria Madalena
Que merda é essa? Pior do que o da Globo interpretando os golpistas! Quem gente medíocre ocupa o poder dentro dessas forças? O Haddad precisa PROCESSAR essa gente sem noção! E doar o dinheiro para quem não tem pensão, leite moça para escorregar o navio movido a viagra pago pelos brasileiros…. Essa gente MEDÍOCRE que faz isso com a Marinha é perigosa! Burrice com armas e viagra mata neurônios e não gera nem descarga! Que porra é essa?
Zeca Brasil
O vídeo comemorativo para o Dia do Marinheiro, parafraseando o saudoso Stanislaw Ponte Preta, “é de fazer psiquiatra se masturbar de alegria”.
O conteúdo é de um primarismo de quinta série. Porém, segundo dizem, foi aprovado pelo alto-comando. E isso é o que há de mais preocupante.
No vídeo, enquanto o povo se diverte, os militares se estropiam. Os marujos, pelo que o vídeo sugere, nem podem se dar ao luxo de ir à praia, dançar, beber uns goles, se divertir. Ademais, há uma crueldade naturalizada. Os que aparecem “ralando” são os praças, a marujada, submetidos a uma rígida disciplina, treinamentos extenuantes, por vezes abusivos e beirando o sadismo. Se esse vídeo for usado para estimular o alistamento militar na marinha, vai ser um fracasso…
Os oficiais da marinha não aceitam perder algumas das benesses que são negadas à população civil. E usam a marujada como bucha de canhão para defendê-las, aqueles que, de fato, vivem um cotidiano duro.
Um dos maiores estudiosos da vida militar no Brasil (Manuel Domingos Neto) ressalta um aspecto importante entre os militares: eles, via de regra, formam uma comunidade fechada, só se relacionam entre eles mesmos, com pouca ou nenhuma integração social com os civis. Vivem e constroem seus valores sociais num mundo paralelo, dissociado da realidade de seu entorno.
Se o Brasil quiser fugir de seu destino bananeiro, tem que submeter a formação militar ao controle civil. E isso não se dará apenas com uma mudança curricular nas academias militares. O buraco é bem mais embaixo. Sem isso, jamais seremos uma democracia consolidada.
Um celebrado cientista político norte-americano, Robert Dahl, formulou alguns critérios para avaliar o quanto um país pode ser considerado como uma democracia (que ele chamava de Poliarquia). Porém, para aplicar os seus critérios, temos que ter algumas premissas (ela chama de axiomas). Em resumo, essas premissas dizem que o custo politico de quebrar as regras do jogo deve ser elevado, para que nenhuma parte opte por rompê-las. Outra premissa que o autor ressalta é que os militares devem ser “controlados”.
Pois bem: no Brasil sequer superamos estas premissas básicas. E ainda tem autoridades, cheias de pompa, que celebram a maturidade a resiliência das nossas instituições. Tão patéticos quanto o vídeo da marinha.
Ainda há um longo caminho para escaparmos da sina bananeira. Estamos diante de uma chance de ouro para enquadrar o poder militar. Sabe-se lá quando teremos outra.
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