Jeferson Miola: Apagão em São Paulo e corrupção em Porto Alegre podem abalar reeleição de Nunes e Melo
Tempo de leitura: 3 minApagão em São Paulo e corrupção em Porto Alegre podem abalar reeleição de Nunes e Melo
Por Jeferson Miola, em seu blog
A onda de transferir responsabilidades pelo caos das cidades que governam pegou forte nesta eleição.
Ricardo Nunes, em São Paulo, e Sebastião Melo, em Porto Alegre, têm em comum o fato de serem candidatos bolsonaristas do MDB que agem como no conto Entre quatro paredes, de Jean-Paul Sartre: para eles, o inferno [sempre] são os outros.
A culpa pelo desastre operacional-administrativo e pela incompetência gerencial deles mesmos nunca é deles, Nunes e Melo, porque o culpado sempre é o Lula, o PT, a natureza; são os temporais, os ventos fortes, as árvores, os governos anteriores …
Com mentiras deslavadas e propaganda fantasiosa, tentam se livrar de cobranças pelo fracasso das suas escolhas políticas e pela defesa das bandeiras ultraliberais que no governo do aliado Bolsonaro foram levadas ao paroxismo com privatizações indecentes e corruptas e a colonização das agências reguladoras por extremistas servis às empresas concessionárias.
O padrinho eleitoral de Nunes, o governador bolsonarista e privatista Tarcísio de Freitas, que privatizou a Sabesp, companhia de abastecimento de água, agora culpa o governo federal pelos efeitos nefastos da entrega da companhia estatal para a italiana ENEL.
Ricardo Nunes segue o mesmo caminho de transferir a responsabilidade para a União, quando na realidade é grandemente culpado pelos prejuízos causados à população e à economia da cidade com o apagão, pois falhou em fazer o básico do básico de uma administração municipal, que é o trabalho de zeladoria, como o manejo de árvores.
Nunes é reincidente na incompetência e omissão. Em novembro de 2023 mais de três milhões de pessoas ficaram sem energia elétrica na capital paulista por falhas da ENEL e queda de árvores não podadas pela Prefeitura.
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A situação caótica durou seis dias, com milhares de casas e estabelecimentos sem luz devido à incompetência conjugada da ENEL e do governo Nunes. E hoje, três dias depois do apagão ocorrido no dia 11, 400 mil imóveis ainda continuam sem energia, vítimas do jogo de empurra-empurra do prefeito e a ENEL.
Assim como Nunes, o bolsonarista Sebastião Melo também faz muito mal a Porto Alegre e à população da capital gaúcha. Ele é responsável direto pelo desastre catastrófico vivido em Porto Alegre devido ao evento climático severo de maio passado.
Mesmo depois dos temporais de setembro e novembro de 2023, quando alguns bairros alagaram apesar do nível baixo das águas do Guaíba, a administração Melo nada fez para prevenir e proteger a cidade diante de novos eventos previstos pela meteorologia para acontecerem na época que de fato aconteceram.
Melo continua deixando a cidade desprotegida e exposta a riscos de novas catástrofes. Na sexta-feira 13 de setembro, vários bairros da cidade ficaram alagados devido a uma chuva de baixa intensidade e curta duração porque a prefeitura não fez o básico do básico, ou seja, a limpeza e desentupimento de bueiros, a energização das casas de bombas e a manutenção do sistema de proteção de enchentes.
Portanto, a cidade continua desprotegida até hoje em decorrência da gestão incompetente do governo Melo. E, também, devido à corrupção.
Um diretor do DMAE, o Departamento de Águas e Esgotos de Porto Alegre, foi denunciado pelo MP por receber propina nos serviços de manutenção preventiva e corretiva do sistema de drenagem da água da chuva.
A corrupção, porém, não é restrita ao DMAE; é sistêmica no governo Melo.
No ano passado a Polícia Civil desbaratou um esquema que desviou quase R$ 100 milhões na Secretaria de Educação. A secretária da Pasta, assim como outros/as três diretores/as, foram presos/as.
Como tem dito a candidata Maria do Rosário, enquanto falta apoio aos professores, as escolas estão abandonadas e as crianças estão fora da creche e da pré-escola, tem gente andando de Ferrari comprada com dinheiro de corrupção.
Em agosto último o MPF mandou a PF abrir inquérito para investigar pelo menos R$ 173 milhões desviados na parceria da secretaria de Saúde com um grupo privado para gerir um hospital do extremo-sul da cidade.
Os recursos do orçamento municipal que não chegam ao SUS para reduzir filas e aumentar os atendimentos são desviados em esquemas corruptos de diretores da administração Melo com empresários.
Ricardo Nunes e Sebastião Melo começaram o segundo turno com franco favoritismo à reeleição.
No entanto, a repetição do descalabro em São Paulo com o apagão elétrico, e a evidenciação da corrupção sistêmica na prefeitura de Porto Alegre podem abalar as pretensões destes dois bolsonaristas.
*Este texto não representa obrigatoriamente a opinião do Viomundo.
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Jeferson Miola: Prefeito Melo admitiu falhas, mas quer culpar o estagiário. O culpado é ele!
Comentários
Zé Maria
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MARIA 13 TÁ CHEGANDO!
Hasta La Victoria! Siempre!
https://bsky.app/profile/andorinhas.bsky.social/post/3l6n22rdrjr2g
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Zé Maria
https://www.instagram.com/p/DBIOCV_sQzt/
https://x.com/i/status/1846025374544941418
Nunes esbarra nos papéis
e derruba tudo no chão.
A Culpa é do Vendaval.
https://revistaforum.com.br/brasil/2024/10/15/videos-os-momentos-em-que-boulos-desestabiliza-nunes-por-completo-no-debate-da-band-167435.html
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Zé Maria
“Sobre a Estupidez”
“Tornando-se assim um instrumento sem vontade própria,
o estúpido será capaz de todo o mal e, ao mesmo tempo,
incapaz de reconhecer-se mau ou de reconhecer maldade
em seus atos.
Aqui está o perigo de um abuso diabólico.
Como resultado, as pessoas serão destruídas para sempre.”
O texto é de Dietrich Bonhoeffer, publicado originalmente no livro
“Widerstand und Ergebung. Briefe und Aufzeichnungen aus der Haft”.
A tradução é de Petronella Maria Boonen, a quem agradecemos o envio
do texto.
Eis o texto.
A estupidez é mais perigosa que a maldade. Contra o mal se pode protestar; o mal pode ser exposto, revelado; pode também ser evitado, se necessário, até pela força; o mal sempre carrega o germe da autodecomposição, deixando pelo menos um desconforto naquele que o pratica. Diversamente, não há como se defender da estupidez. Nada pode ser feito aqui com protestos ou com violência; razões não a convencem; simplesmente não se dá crédito a fatos que contradigam o próprio preconceito – em tais casos, o estúpido se torna ainda mais resistente – e se esses fatos são incontestáveis, podem com facilidade ser postos de lado como casos isolados e sem sentido.
O estúpido, ao contrário da pessoa má, sente-se completamente satisfeito consigo mesmo; sim, ele até se torna perigoso, enfurecendo-se facilmente quando é refutado. Portanto, a relação com o estúpido exige muito mais cautela do que com a pessoa má. Nunca se há de convencer o estúpido pela razão – é inútil e perigoso. Para saber lidar com a estupidez, é preciso antes procurar entender sua natureza. Não se trata essencialmente de um defeito intelectual, mas algo que atinge a humanidade do sujeito. Tanto é assim que existem pessoas de inteligência extraordinariamente ágil que são estúpidas e pessoas intelectualmente pesadas que podem ser tudo, menos estúpidas.
Para nossa surpresa, chegamos à seguinte conclusão: parece que a estupidez não é propriamente um defeito congênito, mas um processo em que as pessoas se tornam estúpidas sob certas circunstâncias, ou deixam-se fazer estúpidas de forma recíproca. Também observamos que a estupidez aparece mais em pessoas ou grupos propensos ou condenados a viver em comum do que em pessoas mais fechadas, reservadas e solitárias. Assim, parece que a estupidez é um problema mais sociológico do que psicológico. É uma forma especial de influência das circunstâncias históricas sobre o homem, isto é, uma consequência psicológica de certas circunstâncias externas. Em uma análise mais detalhada, verifica-se que toda forte expansão externa do poder, seja política ou religiosa, golpeia um grande número de pessoas com estupidez. Sim, parece que é uma lei psicológica e sociológica. O poder de alguém precisa da estupidez de outrem.
O processo não é que, de repente, algumas faculdades – como a intelectual – definhem ou fracassem, mas sim que a independência interna da pessoa vai sendo roubada pela impressão esmagadora do desenvolvimento do poder, até que – mais ou menos inconscientemente – essa pessoa renuncia a encontrar seu próprio comportamento em relação às situações que a vida lhe apresenta.
O fato de o estúpido ser muitas vezes teimoso não significa que ele seja independente. Conversando com ele, você quase pode sentir que seu discurso nem sequer tem a ver com ele mesmo, com aquilo que o constitui. Trata-se de frases de efeito, slogans e chavões que se apoderaram dele. Ele está enfeitiçado, cego, abusado e maltratado em sua própria natureza. Tornando-se assim um instrumento sem vontade própria, o estúpido será capaz de todo o mal e, ao mesmo tempo, incapaz de reconhecer-se mau ou de reconhecer maldade em seus atos. Aqui está o perigo de um abuso diabólico. Como resultado, as pessoas serão destruídas para sempre.
Disso decorre que somente um ato de liberação – e não um ato de instrução – poderá superar a estupidez. Na grande maioria dos casos, para superar a estupidez, a pessoa terá de aceitar que uma genuína libertação interior só se tornará possível após a libertação externa; até então, sem essa condição, teremos que desistir de todas as tentativas de convencer os estúpidos. A propósito, nesse estado de coisas, fica bem claro que em tais circunstâncias é vão tentar saber o que “o povo” realmente pensa, mesmo porque, ao mesmo tempo – nessas dadas circunstâncias – qualquer resposta seria supérflua para o pensador e realizador responsável.
A Palavra da Bíblia que diz que o temor de Deus é o começo da sabedoria (Salmos 111: 10); diz que a liberação interior dos humanos, para uma vida responsável diante de Deus, é a única verdadeira superação da estupidez.
De resto, esses pensamentos sobre a estupidez são reconfortantes, pois não permitem tratar a maioria das pessoas como estúpidas a todo custo. Realmente, isso dependerá da tendência dos Poderes Instituídos, vale dizer, se querem tornar seu povo estúpido ou se buscam a independência interior e sabedoria de seus governados.
https://www.ihu.unisinos.br/categorias/592293-da-estupidez-dietrich-bonhoeffer-1943
Zé Maria
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“Analfabetos sempre existiram,
mas não tinham orgulho disso!”
Jurista Lênio Luiz Streck
https://youtu.be/F04m0tTO23Y
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Zé Maria
2 Incompetentes Sustentados pela Mídia Corrupta, para dizer o mínimo.
Zé Maria
Excertos
“Melo continua deixando a cidade [de Porto Alegre] desprotegida e exposta
a riscos de novas catástrofes.
Na sexta-feira 13 de setembro, vários bairros da cidade ficaram alagados
devido a uma chuva de baixa intensidade e curta duração porque a prefeitura
não fez o básico do básico, ou seja, a limpeza e desentupimento de bueiros,
a energização das casas de bombas e a manutenção do sistema de proteção
de enchentes.
Portanto, a cidade continua desprotegida até hoje em decorrência da gestão incompetente do governo Melo.
E, também, devido à corrupção.
Um diretor do DMAE, o Departamento de Águas e Esgotos de Porto Alegre,
foi denunciado pelo MP por receber PROPINA nos serviços de manutenção
preventiva e corretiva do sistema de drenagem da água da chuva.
A corrupção, porém, não é restrita ao DMAE; é sistêmica no governo Melo.
No ano passado a Polícia Civil desbaratou um ESQUEMA que desviou quase
R$ 100 milhões na Secretaria [Municipal] de Educação.
A secretária da Pasta assim como outros/as três diretores/as
foram PRESOS/AS.
[…]
Em agosto último o MPF mandou a PF abrir inquérito para investigar
pelo menos R$ 173 milhões DESVIADOS na ‘PARCERIA’ da secretaria
de Saúde com um grupo PRIVADO para gerir um hospital do extremo-sul
da cidade.
Os recursos do orçamento municipal [de Porto Alegre] que não chegam
ao SUS para reduzir filas e aumentar os atendimentos são DESVIADOS
em ESQUEMAS CORRUPTOS de diretores da ‘administração’ MELO
COM EMPRESÁRIOS.”
[…]
“Sebastião Melo, em Porto Alegre, e Ricardo Nunes, em São Paulo,
têm em comum o fato de serem candidatos BOLSONARISTAS do MDB
que agem como no conto ‘Entre Quatro Paredes’, de Jean-Paul Sartre:
para eles, ‘o inferno [sempre] são os outros’.
A culpa pelo desastre operacional-administrativo e pela incompetência gerencial deles mesmos nunca é deles, Nunes e Melo, porque segundo eles
o culpado sempre é o Lula, o PT, a natureza; são os temporais, os ventos
fortes, as árvores, os governos anteriores” …
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