Zé Maria: É preciso repetir o óbvio

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O educador e filósofo brasileiro Paulo Freire (1921-1997) e o poeta e dramaturgo alemão Bertolt Brecht (1898-1956) escreveram sobre o analfabeto político. Fotos: Reprodução

”É Preciso Repetir o Óbvio”

Por Zé Maria, nos comentários

Bertolt Brecht (1898-1956), poeta e dramaturgo alemão. Laureado em 1954 com o “Prêmio Lenin da Paz”.

Autor de O Analfabeto Político*

‘O pior analfabeto é o analfabeto político.

Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.

Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política.

Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio dos exploradores do povo”.

* O texto é atribuído a Bertolt Brecht pela primeira vez em Terra Nossa: Newsletter of Project Abraço,
North Americans in Solidarity with the People of Brazil, Vols. 1-7 (1988, p. 42)[4]

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Para educador e filósofo brasileiro Paulo Freire (1921-1997), o analfabeto político é aquele que tem uma visão ingênua da realidade social e das relações dos homens com o mundo.

Deste modo, segundo Paulo Freire**, o analfabeto político:

Se é um cientista, tenta “esconder-se” no que considera a neutralidade de sua atividade científica.

[…]

Se é um religioso, estabelece a impossível separação entre mundanidade e transcendência.

Se opera no campo das ciências sociais, trata a sociedade, enquanto objeto de seu estudo, como se dela não participasse.

[…]

Sua concepção da realidade é mecanicista e fatalista.

A história é o que foi e não o que está sendo e em que se gesta o que está por vir.

O presente é algo que deve ser normalizado, e o futuro, a repetição do presente, o que significa a manuntenção do status quo.

Paulo Freire é considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica.

É também o Patrono da Educação Brasileira.

**Paulo Freire (1982). Ação Cultural para a Liberdade e Outros Escritos 8ª ed. [S.l.]: Paz e Terra. p. 90

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