Guido Mantega: Brasil já saiu do fundo do poço

Tempo de leitura: 2 min

Em entrevista ao Estado, ministro da Fazenda afirma que economia brasileira voltou a crescer em novembro e dezembro

por Leandro Modé, Adriana Fernandes e Ricardo Leopoldo, em O Estado de S. Paulo

A economia brasileira chegou ao fundo do poço em outubro e voltou a crescer em novembro e dezembro. A afirmação é do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Em entrevista exclusiva ao Grupo Estado, Mantega garantiu que “não há nenhum risco” de o País registrar neste ano a chamada recessão técnica, caracterizada por dois trimestres seguidos de queda do Produto Interno Bruto (PIB).

No terceiro trimestre, o PIB ficou estável em relação ao segundo, mas tanto a indústria quanto o setor de serviços apresentaram recuo. O ministro reconheceu que a expansão deste ano – estimada pelo mercado em cerca de 3% – ficará abaixo da meta do governo, de 4% a 5%.

No entanto, disse ele, o crescimento ficaria próximo de 4% se a crise externa não tivesse se agravado tanto. “É um número excelente para primeiro ano de governo, quando sempre há um ajuste.”

Para 2012, ele projeta uma alta do PIB entre 4% e 5%. O nível exato vai depender justamente da evolução da crise. Segundo Mantega, o País tem alguns fatores para garantir pelo menos 4% de expansão em 2012. Um deles é a taxa de câmbio mais “competitiva” para a indústria.

A esse respeito, aliás, o ministro é claríssimo. “Nós não vamos permitir que o câmbio se valorize como vinha se valorizando”, afirmou. “Não vamos deixar o dólar (se aproximar de novo de R$ 1,60).”

Os outros fatores que, segundo ele, permitem apostar em um crescimento do PIB superior ao deste ano são a redução da taxa básica de juros (Selic), a reversão das medidas prudenciais para estimular o crédito, o aumento do salário mínimo e investimentos, como o Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2) e o programa Minha Casa, Minha Vida.

Inflação

Mantega disse que a inflação não preocupa e garantiu que o governo nunca deixará de lado o cumprimento da meta anual de 4,5%. Para 2012, ele não se arrisca a dizer se o índice oficial vai convergir para esse nível.

Apoie o VIOMUNDO

“O Banco Central é quem decide qual o período de convergência para a meta”, afirmou. Mas ele lembrou que “o risco da inflação está muito mais moderado”. “É por isso que estamos fazendo uma política (monetária) mais expansionista.”

O ministro disse que o processo de expansão do País continuará marcado por expressiva geração de empregos e melhoria dos indicadores sociais. Mantega destacou que tem em mãos “a caneta”, que ficou “mais grossa em cima da mesa” desde que ele assumiu o cargo, em 2006.

Apesar da redução da velocidade da arrecadação em novembro, o ministro da Fazenda ressaltou que a receita do governo continuará firme e vai permitir o cumprimento da meta de superávit primário cheio (3,1% do PIB) em 2012. “É claro que vamos cumprir”, afirmou.

Apoie o VIOMUNDO


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

dukrai

O Margarina e o Tombinho, a dupla sertaneja preferida da Dilma, afinaram pro "mercado". Nassif e acho que até o Delfim Neto alertaram pro angu de caroço e que alta de juros não afetava a inflação provocada por fatores externos.

Vlad

“não há nenhum risco” de o País registrar neste ano a chamada recessão técnica, caracterizada por dois trimestres seguidos de queda do Produto Interno Bruto (PIB)."

Esse Margarina calado é um poeta.
Como poderia ser diferente se estamos em Dezembro e não houve trimestre algum de queda do PIB?
Talvez no 5º trimestre?

Haja paciência!

Urbano

Não alardeiem muito essa notícia, não, caso contrário os tamporosos da dita justiça vão pedir um aumento ainda maior. Eu não digo nem que seja além do que eles merecem, pois se fosse assim, o débito deles para com o Brasil seria enorme, mesmo que pagassem para trabalhar. Agora, há que observarmos as exceções que é desse tantinho, quase que fechando circuito.

Deixe seu comentário

Leia também