Venezuela: o que deseja o Itamaraty?
Tem coisas que entendemos e concordamos.
É o caso de boa parte da política externa brasileira.
Tem coisas que entendemos e discordamos.
Por exemplo, a decisão de prorrogar a isenção de vistos para certos países.
Mas tem coisas que, além de discordar, não conseguimos compreender.
É o caso de recente nota do Itamaraty sobre a eleição na Venezuela.
A nota está aqui: Eleições e apuração na Venezuela — Ministério das Relações Exteriores (www.gov.br)
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Os dois primeiros parágrafos da nota até consigo entender. Numa leitura bem otimista, o governo estaria se posicionando como intermediário nas negociações que virão, entre oposição e governo, entre Venezuela e Estados Unidos.
Já a segunda parte da nota é, sob qualquer aspecto, incompreensível. Ao menos para mim.
Refiro-me ao seguinte trecho: “Aguarda, nesse contexto, a publicação pelo Conselho Nacional Eleitoral de dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”.
Considero incompreensível, primeiro porque se o objetivo é intermediar futuras negociações, bastava ter dito o que está escrito nos dois primeiros parágrafos.
Segundo porque não cabe ao Itamaraty assumir para si, especialmente em uma nota oficial, uma demanda de parte da oposição.
Last but not least, ao exigir o que está na nota, o Itamaraty – vou ser gentil – roça o alambrado da ingerência.
Imagine se o ministério do exterior da Venezuela viesse a público fazer exigências ao Tribunal Superior Eleitoral brasileiro, dizendo o que deve ser feito para dar “transparência, credibilidade e legitimidade” ao resultado?
Aliás, declarações recentes do presidente da Venezuela acerca do sistema eleitoral brasileiro foram criticadas exatamente por terem soado assim.
Será que o Itamaraty resolveu oferecer “reciprocidade” ao Maduro, na linha “ingeres aqui que ingiro ali“?
Se foi isso, sugiro entre outras coisas que se garanta reciprocidade também no caso dos vistos.
Ou será que simplesmente erraram na mão?
Se foi isso, sugiro que se corrija o rumo.
Afinal, há um movimento do eixo do mal (Milei e companhia) e de parcelas da extrema-direita venezuelana, no sentido de acabar com o “caráter pacífico da jornada eleitoral”.
O Brasil e outros países podem ajudar a deter esse processo.
As maneiras de deter podem ser várias. Nenhuma delas combina com o que está dito no final desta nota do Itamaraty.
*Este texto não representa obrigatoriamente a opinião do Viomundo.
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Chanceler da Venezuela denuncia operação contra o processo eleitoral por grupo de governos
Comentários
Deus Carmo
Os meios brasileiros estão praticamente apoiando um golpe na Venezuela. Querem querem que Lula seja o Capitão-do-Mato dos Estados Unidos. Que benefício terá o Brasil com a derrubada de Maduro. Só aos Estados Unidos que já bloquearam as contas da Cia. de petróleo da Venezuela para dar o dinheiro à oposição se beneficiarão com a queda de Maduro. Falo disto sempre inclusive no
Meu romance Noite em Paris.
Zé Maria
Tentativa da Oposição Venezuelana
de Manipular a Eleição no País Vizinho
Ataque Cibernético ao Sistema Eleitoral
Não Alterou Resultado na Venezuela.
Oposicionista Maria Corina Machado
é a Principal Suspeita do Mando, diz MP.
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Zé Maria
Fiscal-Geral [Chefe do Ministério Público, correspondente
ao Procurador-Geral da República] da Venezuela afirma
que ataque hacker ao site do CNE [Órgão Eleitoral do País
equivalente ao TSE] chegou a retardar a divulgação dos
resultados, mas não comprometeu a integridade do
sistema eleitoral.
A home page oficial do CNE continua fora do ar.
O Chefe do MP Venezuelano acusou os líderes oposicionistas
María Corina Machado, Leopoldo López e Lester Toledo, de
serem os mentores do crime cibernético contra o CNE.
Segundo o Fiscal-Geral, Tarek William Saab, o objetivo do
ataque cibernético foi o de manipular os resultados da
eleição em favor dos candidatos opositores.
O Presidente Nicolás Maduro foi reeleito com 51,2% dos votos
contra 44% do candidato de oposição, Edmundo González,
segundo o Órgão Eleitoral Nacional da Venezuela.
https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2024-07/mp-da-venezuela-acusa-opositora-maria-corina-de-ataque-hacker
Zé Maria
Direita Cholona
Tucano Aécio alegou que Dilma não ganhou a Eleição Presidencial de 2014.
Fascista Trump alegou que Báidi não venceu a Eleição Presidencial nos EUA.
Imprensa Ocidental repete Alegação da Oposição Venezuelana a Maduro
não aceitando o Resultado Eleitoral Divulgado pelo Conselho Nac Eleitoral
que informou a Vitória do Candidato à Reeleição Presidencial na Venezuela.
Chola Mázi, Merdal…
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