Em carta aberta, professores e críticos questionam lista de livros da Fuvest para vestibular da USP; íntegra

Tempo de leitura: 6 min
Anouk Kruithof, 2009

A lista da Fuvest

CARTA ABERTA DE PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS E CRÍTICOS LITERÁRIOS

O critério de seleção de um único perfil de autoria não atende aos requisitos de inclusão

 A Terra é Redonda

A Fundação Universitária para o Vestibular (FUVEST), que organiza o exame de ingresso na Universidade de São Paulo (USP), divulgou recentemente a lista de livros válida de 2026 a 2028, privilegiando a autoria exclusivamente feminina.

Já em 2029, três obras de assinatura masculina substituirão outras três anteriores, mantendo-se as demais. De um total de nove autoras, três são negras (uma brasileira, uma angolana e uma moçambicana) e seis, brancas (uma delas portuguesa).

Sem dúvida, é fundamental uma ampla discussão sobre o cânone e a atual disputa por ele.

Mas o critério de seleção de um único perfil de autoria tampouco guarda coerência com a inclusão, dada a exclusão de escritores negros, a representação LGBTQIAPN+ e a dos povos indígenas.

Em outro traço, a produção letrada do Brasil colônia desapareceu do rol de obras, num provável descarte do que se acredita “antigo”.

Além disso, a adoção de um único critério para a escolha dos livros desconsidera a especificidade da literatura, com risco de corroborar os novos tempos utilitaristas de desvalorização das linguagens artísticas e, sobretudo, o foco na figura do/a autor/a ou nas camadas mais superficiais do texto.

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A transferência de um princípio contemporâneo para a seleção de obras de diferentes estilos e épocas corre ainda o risco de exigir das autoras um objetivo que não propunham em seu momento histórico ou, se sim, certamente o fizeram de modo distinto dos valores atuais.

Mas a obra de arte tende a dizer mais do que pretende, assim como os modos de ler variam de acordo com os tempos e com os diversos grupos de leitores.

Nesse sentido, a FUVEST determina uma única forma de produção e recepção, pressupondo que a literatura seja documento ou ilustração de teorias atuais.

A gravidade da retirada de Machado de Assis da lista de livros da FUVEST fala por si.

No contexto da medicina higienista que disseminava o “instinto” de maternidade e domesticava as ações femininas com função de garantir o bem-estar da família burguesa, Machado de Assis submete à irrisão esse “instinto”, inventando a mulher como subjetividade marcada por desejo e sexualidade não monogâmica.

Com Capitu, Machado de Assis formaliza a invisibilidade da mulher que se quis senhora de seu destino. A galeria de personagens femininas machadianas faz pensar.

Há outras obras em que a qualidade literária é determinante para a apreensão da condição social de gênero, a exemplo de Parque Industrial, de Pagu; S. Bernardo, de Graciliano Ramos; A Imaginária, de Adalgiza Nery; Leite Derramado, de Chico Buarque; e Sinfonia em Branco, de Adriana Lisboa.

Evidentemente não se espera que se contemplassem todos esses aspectos. É possível, no entanto, uma melhor combinação entre esses fatores que privilegiasse a singularidade da ficção na totalidade das obras escolhidas e escapasse da imposição de um único pressuposto.

A perda do lugar da literatura na lista ocorre também na escolha de Opúsculos Humanitários, de Nísia Floresta, título importante, mas que não se pretende ficção. Ele discorre sobre a condição feminina em diferentes tempos e sobre a necessidade da educação formal das mulheres.

Diante desta escolha em particular, intenciona a FUVEST doravante selecionar títulos que não sejam apenas literários?

A decisão de substituir as já tradicionais listas para o vestibular por obras de outros gêneros discursivos trará impacto ao campo educacional. A poesia, a prosa de ficção, a crítica, a teoria literária e os estudos literários comparativos serão transformados em saberes secundários, com risco de seu gradual desaparecimento do sistema de ensino.

Em curto prazo, perdem-se habilidades que o estudo de literatura proporciona: a indissociabilidade entre a escrita e a interpretação; a promoção da cidadania – a fruição estética, a capacidade crítica de ler o mundo e o senso de alteridade.

Conforme um estudo da Associação Brasileira de Literatura Comparada (“Carta à ABRALIC”, 2023), o crescente desprestígio dos saberes literários em documentos oficiais já acarreta, entre outros problemas, a “desintelectualização” de discentes e docentes.

Reconhecemos a autonomia da FUVEST, mas não prescindimos do pressuposto do dissenso quanto a questões de ordem intelectual. À Universidade pública cabe debater, ouvir e prezar o conhecimento por ela produzido.

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Adriane da Silva Duarte – Língua e Literatura Grega – USP

Alcides Villaça – Literatura Brasileira – USP

Alexandre Pilati – Literatura Brasileira – UnB

Ana Beatriz Demarche Barel – Literaturas de Língua Portuguesa – UEG

Ana Laura dos Reis Côrrea – Literatura Portuguesa – UnB

Ana Luiza Martins – CONDEPHAAT

Ana Paula Pacheco – Teoria Literária e Literatura Comparada – USP

Anco Márcio V. Tenório – Letras – UFPE

André Luis Rodrigues – Literatura Brasileira – USP

André Medina Carone – Filosofia – Unifesp

Antonio Dimas – Literatura Brasileira – USP

Ariovaldo José Vidal – Teoria Literária e Literatura Comparada – USP

Arlenice de Almeida Silva – Filosofia – UNIFESP

Augusto Massi – Literatura Brasileira – USP

Betina Bischof – Teoria Literária e Literatura Comparada – USP

Carlos Cortez Minchillo – Espanhol e Português – Dartmouth College/ USA

Carlos Vogt – Linguística – Unicamp

Celso Frederico – Sociologia/ ECA – USP

Cilaine Alves Cunha – Literatura Brasileira – USP

Cilza Bignotto – Letras – UFSC

Claudia Maria de Vasconcellos – Teoria Literária e Literatura Comparada – USP

Dóris Natália Cavallari – Literatura Italiana – USP

Eduardo Brandão – Filosofia – USP

Edvaldo Aparecido Bergamo – Literatura Portuguesa – UnB

Eliane Robert Moraes – Literatura Brasileira – USP

Enid Yatsouda – IEL – Unicamp

Erwin Torralbo Gimenez – Literatura Brasileira – USP

Ettore Finazzi-Agrò – Literatura Brasileira e Portuguesa – Universidade de Roma

Fabio Cesar Alves – Literatura Brasileira – USP

Fabio de Souza Andrade – Teoria Literária e Literatura Comparada – USP

Fernando Paixão – Literatura – IEB/USP

Francisco Foot Hardmann – IEL – Unicamp

Gilberto Pinheiro Passos – Literatura Francesa – USP

Horácio Costa – Literatura Portuguesa – USP

Ida Alves – Literatura Portuguesa – UFF

Ivan Marques – Literatura Brasileira – USP

Ivone Daré – Teoria Literária e Literatura Brasileira – USP

Jacqueline Penjon – Letras – Sorbonne/França

Jean Pierre Chauvin – Cultura e Literatura Brasileira – USP

Jefferson Agostini Mello – Literatura Brasileira – USP

João Adolfo Hansen – Literatura Brasileira – USP

João Roberto Gomes de Faria – Literatura Brasileira – USP

Joelma Santana Siqueira – Literatura Brasileira – UFV

John Gledson – Estudos Brasileiros – Universidade de Liverpool/ UK

Jorge de Almeida – Teoria literária e Literatura Comparada – USP

Jorge Schwartz – Espanhol – USP

José Sueli Magalhães – Estudos Linguísticos – UFU

Laura Janina Hosiasson – Espanhol – USP

Leon Kossovitch – Filosofia – USP

Leopoldo Bernucci – Literatura Hispano-Americana – UC-Davis/EUA

Leyla Perrone Moisés – Literatura Francesa – USP

Luís Bueno – Literatura Brasileira – UFPR

Luiz Costa Lima – Teoria Literária – PUC/RJ

Luiz Renato Martins – Artes Visuais – USP

Luiz Roncari – Literatura Brasileira – USP

Mamede Mustafá Jarouche – Literatura Árabe – USP

Marcelo Ferraz de Paula – Letras – UFG

Marcelo Pen – Teoria Literária e Literatura Comparada – USP

Márcia de Arruda Franco – Literatura Portuguesa – USP

Marcos Flamínio – Literatura Brasileira – USP

Marcus Mazzari – Teoria Literária e Literatura Comparada – USP

Margareth Santos – Literatura Espanhola – USP

Maria Aparecida Junqueira – Letras – PUC/SP

Maria Augusta Costa – Espanhol – Letras

Maria da Glória Bordini – Letras – UFRGS

Maria Eugênia Boaventura – IEL – Unicamp

Maria Inês Batista Campos Noel Ribeiro – Filologia e Língua Portuguesa – USP

Maria Lúcia de Barros Camargo – Teoria Literária – UFSC

Marilena Chauí – Filosofia – USP

Marilene Weinhardt – Letras – UFPR

Marisa Lajolo – IEL – Unicamp

Marta Kawano – Teoria Literária e Literatura Comparada – USP

Maurício Santana Dias – Literatura Italiana – USP

Mayra Laudanna – Artes Visuais – USP

Mayra Moreyra Carvalho – Literaturas Portuguesa e Brasileira – UEMG

Milena Martins – Letras – UFPR

Milton M. Azevedo – Espanhol e Português – UC-Berkeley/USA

Mirella Márcia Longo Vieira Lima – Teoria Literária – UFBA

Mirhiane Mendes de Abreu – Literatura Brasileira – UNIFESP

Murilo Marcondes de Moura – Literatura Brasileira – USP

Olgária Matos – Filosofia – USP

Paola Poma – Literatura Portuguesa – USP

Paula da Cunha Corrêa – Língua e Literatura Grega – USP

Paulo Alberto da Silva Sales – Teoria Literária – UEG

Paulo Elias Allane Franchetti – IEL – Unicamp

Priscila Loyde Gomes Figueiredo – Literatura Brasileira – USP

Priscila Rossinetti Rufinoni – Filosofia – UnB

Rafael Campos Quevedo – Letras – UFMA

Raul Antelo – Teoria Literária – UFSC

Ricardo Fabrini – Filosofia – USP

Ricardo Musse – Sociologia – USP

Ricardo Kobayaski – professor e coordenador do site A Terra é Redonda

Roberta Barni – Literatura Italiana – USP

Roberto Schwarz – IEL – Unicamp

Rodolfo A. Franconi – Espanhol e Português – Dartmouth College – USA

Rogério Max Canedo – Letras – UFG

Salete de Almeida Cara – Teoria Literária e Literatura Comparada – USP

Sandra Guardini Teixeira Vasconcelos – Literatura Inglesa – USP

Sárka Grauová – Estudos Românicos – Universidade Carolina/ CZ

Simone Rossinetti Rufinoni – Literatura Brasileira – USP

Solange Fiuza Cardoso Yokozawa – Letras – UFG

Tânia de Luca – História – Unesp/Assis

Tércio Loureiro Redondo – Literatura Alemã – USP

Teresa Cristófani Barreto – Espanhol – USP

Vagner Camilo – Literatura Brasileira – USP

Valentim Facioli – Literatura Brasileira – USP

Valéria Gil Condé – Filologia Românica – USP

Viviana Bosi – Teoria Literária e Literatura Comparada – USP

Yudith Rosenbaum – Literatura Brasileira – USP

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Comentários

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GERSON FERRACINI

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Quantas putadas se cometem em vossos nomes…

Zé Maria

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“Novo Ensino Médio (NEM) e Homeschooling: A Educação como Inimiga”

Dois projetos, prestes a serem votados no Congresso Nacional,
entranham o Desprezo, a Criminalizalização e a Precarização
da Figura do Professor em Sala de Aula.

Se o NEM representa certa Continuidade do Nefasto Legado de
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Ideológica que vê a Escola como uma Usina de ‘ideias de esquerda’.

Por Gilson Reis, Coordenador-Geral da Confederação Nacional
dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino — CONTEE

Na CartaCapital.

Íntegra:
https://www.cartacapital.com.br/opiniao/ensino-medio-e-homeschooling-a-educacao-como-inimiga/
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Margarete Louzano

Cada qual defende seu ponto de vista de acordo com suas experiências. O que não se pode negar é o valor histórico, social e da qualidade literária em obras como foram citadas na matéria. O novo tem vital importância, o velho, também. Se, a Lietratura, como toda manifestação artística, apresenta o pensamento do homem e da sociedade da época, é justo e razoável que a obra seja reconhecida como marco histórico a ser conhecido pelos jovens que hoje são extremamente inteligentes e críticos, que tem capacidade de traçar paralelos, de analisar e sim, ser protagonista de seu próprio tempo. Parece nítido que o exagero em focar um único gênero, uma única condição social, um único espaço temporal é algo, no mínimo de modismo momentâneo… O passado da humanidade não deve ser desprezado pelos engodos cometidos por nossos antepassados. A História do Brasil é prova clara disso, quando outras culturas chegaram e dominaram, a seu modo, a terra, as riquezas naturais e os povos nativos, desconsiderando toda uma vasta e rica cultura. Os povos escravizados nativos e estrangeiros foram sim, violentamente desrespeitados… a mulher, por fim, também passou por esse processo de desrespeito desde muito antes em diferentes culturas… as pessoas que nunca tiveram a liberdade de expressão , de serem respeitadas pelo que são ( seja pelo gênero, etnia, postura diferente do outro, classe social e econômica ) sempre sofreram discriminação . A sociedade evolui, por isso hoje há essa riqueza e diversidade de pensamentos e de ideologias. Aqueles que erraram no passado, certamente estavam presos nas regras impostas pela sociedade de sua época. Não podemos cometer o mesmo erro. O que aconteceu ficou no passado mas não pode ser esquecido, muito menos banido … por tudo que aconteceu, historicamente, é que estamos aqui, neste momento, defendendo ou criticando tais questões … Conhecer e entender Literatura requer reflexões sobre o passado. Defender o que entendemos ser justo é legítimo… o que não nos dá o direito de transferir nossos julgamento dos erros do passado aos nossos contemporâneos. Hoje tudo parece estar em carne viva e sofremos pelo sofrimento e injustiças do passado. Nos identificamos com aqueles que goram injusttamente repelidos ou punidos. As crianças e os jovens precisam conhecer as manifestações Artísticas e analisarem-nas com visão ampliada em todas as direções… como era, como é e, como podem fazer para mudar o que não foi justo ou correto. Negar o passado a eles é deixá- lis na escuridão… sem o conhecimento do passado podem cometer os mesmos erros em diferente roupagem. Ler o que a contemporaneidade produz é atraente e importante, sem dúvida… ler os clássicos que perpetuam através do tempo é fundamental desde que haja uma análise reflexiva sobre o passado e o presente. Educador da Área das Letras, das Artes, da Lingua e Linguistica precisa ter um olhar crítico por tais elementos históricos e culturais, não dá para simplesmente se deixar no furacão da euforia do momento, É preciso cautela, é preciso se auto avaliar constantemente ou acabamos cometendo as mesmas falhas que outrora se cometeu.

Paulo Garcia

É um absurdo que ainda hoje se subestime completamente a oralidade, quando tantos estudos comprovam a sua importância para a constituição de nossa cultura. A inclusão de apenas textos escritos demonstra mais uma vez a escolha de rejeição aos marginalizados.

ELIZABETH SILVA DE AGUIAR

O pior nessa postura é a de simplesmente a escolha ser baseada no gênero e não na qualidade, transmitindo aos jovens a ideia de que seu esforço é inútil, o que é preciso e ter a cor, o gênero e etc certo.
Tem-se por isso percebido um grande desalento neles o que tem levado ao aumento de problemas psico-emocionais e até ao suicídio.
Infelizmente não estamos indo no sentido de inclusão, mas de antagonismo, guetização e ódio.

Fulvio Stefanini Filho

Apequenar desta forma a diversidade, encolhendo a literatura no universo de manifesto feminino, diversidade esta que tem na arte e literatura sua arena , lugar de expressão livre é passível de causar espécie e crítica veemente.
Viva a diferença, viva a liberdade!

Bruno Correa

Discordo plenamente. Os livros selecionados pela FUVEST suprem todas as supostas carências relatadas na carta; a diferença é que são livros escritos por mulheres. Finalmente eles tiveram a decência de tirar aqueles títulos, muitos dos quais antiquados. Foram bons no passado distante, um ou outro ainda útil hoje do ponto de vista de referência quanto à arte. Mas sinceramente existem livros melhores. Muitos livros, muito melhores. Não se pode cultuar Machado de Assis a vida inteira, é preciso evoluir e se manter atualizado. Aqueles livros fizeram um mal imperdoável a gerações de brasileiros: afastaram os jovens da literatura, do hábito de ler. É preciso resgatar isso com livros melhores e recentes. Estes que assinam precisam sair de sua zona de conforto, de sua bolha privilegiada, e ler mais.

Alba Ferreira

É lamentável ver que em pleno século 21 haja, ainda, tanta falta de visão sobre algo essencial à Literatura: ela muda. Queiram vocês ( signatárias e signatários da carta) ou não. Uma lista de leitura com nomes de autoria feminina não é excluir diversidade. Só seria se já houvesse uma equidade entre sexos ou se historicamente a desigualdade, sexismo e ostracismo em torno de autoras mulheres nunca tivesse existido. Enfim, mais uma polêmica retrógrada sobre a Literatura. Essa arte que tentam moldar como uma estátua de gesso: pálida, inócua, sem graça, sem vida…sem mudanças. Manifesto aqui,então, minha posição contrária a esta carta. Dra em Literatura Comparada, Alba Ferreira .

Zé Maria

.

Com o Cabedal de Conhecimento Representado pela Soma

dos Especialistas Signatári@s da Carta Aberta, Ora Publicada,

é Inadmissível que a Diretoria da (https://www.fuvest.br/sobre)

não acate as Sugestões e Reivindicações Contidas na Missiva.

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