Petrobrás reduz preço do diesel, mas ainda cobra acima do PPI, informa Observatório Social do Petróleo

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Rafael Prado e Eric Gil Dantas. Fotos: Divulgação

Da Redação*

Nesta sexta-feira, 08/12, o Observatório Social do Petróleo (OSP) divulgou um novo levantamento sobre os preços dos combustíveis.

Os dados mostram que:

— apesar de ter anunciado na quinta-feira, 07/12, a  redução de R$ 0,27 no litro do diesel S-10, a Petrobrás continua vendendo o combustível em média R$ 0,05 acima do Preço de Paridade de Importação (PPI);

— há quatro semanas consecutivas, o preço praticado pela estatal é superior à referência internacional;

— a empresa fechou novembro com o diesel R$ 0,22, em média, acima do PPI. Desde a mudança da política de cálculo dos combustíveis, em maio deste ano, foi a primeira vez que o diesel fornecido pelas refinarias estatais superou o parâmetro internacional;

— Desde 29 de outubro, quando a Petrobrás aumentou o preço do litro de diesel de R$ 3,80 para R$ 4,05, o PPI já diminuiu 14%.

Em relação à gasolina, o levantamento feito pelo Observatório Social do Petróleo (OSP) revela que:

— o litro ficou R$ 0,01 acima do PPI, mantendo o valor médio de importação;

— a maior diferença foi de R$ 0,06, entre os dias 13 e 17.

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Segundo o economista Eric Gil Dantas, do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), o diesel da Petrobrás ficou acima do PPI em novembro porque a empresa manteve o preço mesmo diante da redução no mercado internacional. No mês passado, o barril do petróleo tipo brent, referência internacional, caiu mais de US$ 10.

“O imobilismo da Petrobrás face à queda dos preços internacionais dos combustíveis naquele momento fez com que a estatal, pela primeira vez desde o fim do PPI, ficasse com preços acima do parâmetro de importação. Até então, a Petrobrás vinha praticando sempre preços médios consideravelmente abaixo dos internacionais”, afirma Dantas.

Para Rafael Prado, diretor do Sindicato dos Petroleiros de São José dos Campos (Sindipetro-SJC) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), esse cenário entra em contradição com um dos critérios da nova política da Petrobrás, que define preços menores do que os da concorrência.

“É inaceitável que a Petrobrás continue vendendo combustíveis mais caros do que o PPI. Essa condição é prejudicial tanto para a população, que acaba pagando preços mais altos, quanto para o governo, tendo em vista o imenso custo fiscal e econômico no combate à inflação, com altíssimas taxas de juros”, conclui.

*Com informações do Observatório Social do Petróleo (OSP).

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