Jeferson Miola: Os heróis do general-conspirador Villas Bôas na mira da polícia e da justiça

Tempo de leitura: 2 min
11 de janeiro 2019, cerimônia de troca de comando do Exército, em Brasília. O general Eduardo Villas Bôas passou oficialmente o comando do Exército para o general Edson Leal Pujol. Entre os presentes, o então presidente Jair Bolsonaro, o ex-juiz e então ministro da Justiça Sergio Moro e o general Augusto Heleno, na época ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional. Fotos: Valter Campanato/Agência Brasil e reprodução da transmissão da NBR

Os heróis do general-conspirador Villas Bôas na mira da polícia e da justiça

Por Jeferson Miola, em seu blog

Na solenidade de despedida do cargo de comandante do Exército em 11 de janeiro de 2019, o general-conspirador Villas Bôas disse que “2018 foi um ano rico em acontecimentos desafiadores para as instituições e até mesmo para a identidade nacional”.

Referindo-se a Bolsonaro, Sergio Moro e o general Braga Netto, Villas Bôas afirmou que em 2018 “três personalidades destacaram-se para que o ‘rio da história’ voltasse ao seu curso normal”. “O Brasil muito lhes deve”, declamou.

Para Villas Bôas, Bolsonaro “fez com que se liberassem novas energias, um forte entusiasmo e um sentimento patriótico há muito tempo adormecido”; ao passo que Sergio Moro foi um “protagonista da cruzada contra a corrupção”, e o general Braga Netto “conduziu a intervenção federal no Rio de Janeiro de forma exitosa”.

Por coincidirem na prática de desvios e ilícitos, estes três heróis do general-conspirador hoje andam às voltas com investigações criminais.

O general Braga Netto é o último deles a se ver oficialmente na mira da polícia e da justiça. E de modo “glamoroso”, porque caiu no radar da PF a partir da investigação criminal internacional sobre os autores do assassinato do presidente do Haiti Juvenal Moise.

Ocorre que o dono da empresa estadunidense contratada por RS 40 milhões pelo Gabinete da Intervenção Federal no Rio de Janeiro para a venda superfaturada de coletes balísticos foi preso em janeiro passado por envolvimento no brutal assassinato de Moise em julho de 2021.

Como interventor federal e então autoridade máxima do Estado do RJ, o próprio Braga Netto pediu dispensa de licitação na compra fraudulenta junto à empresa cujo proprietário está implicado em banditismo internacional.

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A Polícia Federal descobriu que o general Braga Netto continuou mantendo contato com lobistas e intermediários da empresa mesmo quando já exercia o cargo de ministro da Casa Civil.

Embora o escândalo tenha tido grande repercussão nesta terça-feira, 12/9, o mesmo já havia sido denunciado pelo Brasil de Fato ainda em julho de 2021, duas semanas depois do assassinato do presidente haitiano.

Apesar das fortes suspeitas existentes à época, o assunto, no entanto, foi engavetado pelo governo dos generais, que abafou as investigações, da mesma maneira que procedeu em relação a inúmeros outros escândalos. Em muitos deles, decretou sigilo de até 100 anos, decerto confiando na eternidade do poder militar.

Já se tornou rotina se confirmar a ligação de militares das Forças Armadas, especialmente os das mais altas patentes e do Exército brasileiro, com toda sorte de ilícitos, corrupção, ilegalidades, crimes e desvios.

É uma regra infalível, raramente falha: em toda bandalheira e irregularidade ocorrida no governo anterior, sempre há um delinquente fardado implicado.

Apesar das regalias e privilégios indecentes que desfrutam, os militares não estão nem acima nem à margem das Leis e da Constituição, e precisam ser processados e responsabilizados pelas ilegalidades cometidas.

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Comentários

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Zé Maria

O Papel Desempenhado pelo Oficialato Militar

é o de Espionar e Perseguir a População Pobre,

principalmente as Lideranças Sindicais e dos Movimentos Sociais.

Por falar em Liderança, QUEM MANDOU MATAR MARIELLE ?

enganado

Qtas vezes já escrevi que nas FFAA du __braZiU$$$A__ não há Patriotas , e sim um balcão de negócios com a Direita??? Se isso aí é patriotismo, acho que deveriam contar isso nos USA / CHINA / RÚSSIA / IRÃ / VENEZUELA / SÍRIA / CUBA / COREIA do NORTE / ….etc, e ver o que aconteceria com os fardados.

Zé Maria

Podemos criar a Campanha:

“GENERAL DELINQUENTE NA CADEIA!”

Será que alguém no Brasil adere?

AZEVEDO

Vazo ruim não se quebra. E tanta gente boa que já foi!

abelardo

Acredito que toda sorte de delinquência criminosa, fardada e civil, que atue e promova tenebrosas e criminosas transações, nas esferas dos três poderes e também nas esferas da segurança pública e militar, tem que ser combatidas com a plena atuação de um serviço de inteligência oficial, que envolva: a PF, a Justiça, a Receita Federal, a Fazenda Federal, a ABIN e os serviços secretos da PM, da Polícia Civil e das Forças Militares. Um setor estratégico, independente e inteligente, que responda aos aclames da população, das leis e da ordem constitucional. Que promova o registro e o arquivo completo, início, meio e fim, de todas as operações desenvolvidas, ativadas e praticadas, para que também se tornem transparentes e possíveis de consulta, quando chegar ao seu final.
Uma força federal discreta ao máximo, poderosa, vigorosa, honesta e confiável. Que não se envolva com a mídia, com os flash e holofotes sedutores, que muito mais apagam e destroem virtudes e bons exemplos, do que os projetam. Que tenha um porta voz oficial e alinhado com o justo, com o correto e com a legalidade plena e transparente.
Doa a quem doer.

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