Médicos pedem a Lula que reveja composição do Conselhão para garantir a existência de uma ‘bancada pró-SUS’
Tempo de leitura: 2 minPor Conceição Lemes
Em 4 de maio, em evento realizado no Palácio do Itamaraty, em Brasília, o governo do presidente Lula (PT) formalizou a retomada do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o chamado Conselhão.
Tomaram posse os 246 conselheiros, sendo 14 ligados a algum segmento da área da saúde.
O Viomundo analisou as credenciais públicas e o histórico profissional do grupo da saúde no Conselhão e concluiu:
1. Rosana Onocko-Campos, professora da Unicamp, é a única que, de fato, defende, pública e enfaticamente, o Sistema Único de Saúde (SUS) Constitucional, igualitário, universal e gratuito. Ela é médica sanitarista e atual presidenta da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva).
2. A esmagadora maioria é de representante do setor privado da saúde, entre os quais empresários.
3. Têm agendas e interesses opostos às políticas preconizadas pelos Conferências e Conselhos de Saúde e às entidades de participação social do SUS.
Em entrevista ao Viomundo, a médica sanitarista Ligia Bahia, professora da UFRJ, advertiu: ‘Grupo privatista da Saúde acende o sinal de alerta sobre o futuro do SUS‘.
E, nessa sexta-feira, 14/07, a Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia (ABMMD) deu um passo além.
Lançou um manifesto ao presidente Lula (na íntegra, mais abaixo), no qual declara “o seu estranhamento e descontentamento com os nomes escolhidos para os conselheiros da área da saúde”.
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Após exposição de motivos, a ABMMD requer que a composição da ‘bancada da saúde’ no Conselhão seja revista:
Pelo exposto, a Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia e demais entidades subscritas vêm manifestar-se contrariamente à composição da “bancada da saúde” no Conselhão, requerendo que a mesma seja revista de modo a garantir a existência de uma “bancada pró-SUS”, bancada esta que contemple representantes dos profissionais que estão na gestão do SUS, dos profissionais de Enfermagem e dos agentes comunitários de saúde, dos médicos que atuam na saúde coletiva, dos usuários do SUS e dos cientistas da área da Saúde.
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Comentários
Zé Maria
Exige Investigação:
https://twitter.com/DrBrunoGino/status/1681737937317249026
Zé Maria
Nada mais justo.
Ao menos igualar o número de representantes na Área da Saúde.
E, mesmo assim, a Paridade ainda beneficiará a Saúde Privada.
Porque infelizmente a Influência do Poder Econômico prepondera.
Caio Gurgel
Se não fosse o SUS nossa tragédia seria imensamente maior.
O povo não teria onde buscar um médico para se tratar adequadamente. Seguindo os métodos científicos.
A pandemia no Brasil sem o SUS teria levado a morte milhões de brasileiros.
O SUS é o que salva o povo pobre, e as vezes até gente que tem dinheiro. Quem consegue pagar 1 mês de internação no Einstein ? Nem médico consegue. Tratamento médico é caro.
É só deixar o Ricardo Barros, o Mandetta longe do conselhao. Queriam privatizar o SUS. Imagina o que teria acontecido se fizessem isso.
Será que sairia baratinho uma dose da Pfizer no laboratório Fleury ?
Precisamos de médicos visionários a respeito da saúde pública.
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