Juventude do MST denuncia crimes ambientais em Mato Grosso

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Fotos: MST/MT

Juventude do MST realiza protesto em denúncia a crimes ambientais no Mato Grosso

Ação denuncia relação do governador com trabalho escravo, invasão de terra quilombola e outros crimes ambientais

Da Página do MST

Nesta segunda-feira (5), Dia Mundial do Meio Ambiente, a cidade de Cuiabá, capital do estado de Mato Grosso – também conhecida como capital do Pantanal e do Agronegócio – amanhece mobilizada, em denúncia aos crimes da família do Governador Mauro Mendes (União Brasil) nos setores da mineração, energia e construção civil.

A ação é parte da Jornada de Luta protagonizada pela Juventude Sem Terra dos estados da região Centro-Oeste.

A denúncia ocorre em frente ao palácio do governo, reunindo, além dos jovens do MST, organizações ambientais do estado do Mato Grosso.

Com o lema “Combater o agro, garimpo e a mineração: Rompendo cercas alimenta a nação!”, a Juventude Sem Terra realiza sua 14ª Jornada Nacional pautando o tema ambiental e o papel da Reforma Agrária Popular na defesa dos bens da natureza, na produção de alimentos saudáveis e debatendo sobre os impactos do agronegócio e da mineração no meio ambiente e na vida das pessoas.

Mauro Mendes e sua família são donos e sócios de dezenas de empresas denunciadas por trabalho análogo à escravidão em Rondônia, casos de morte por condições inadequadas de trabalho, assédio moral, garimpo em área de preservação ambiental, bem como a invasão de terras quilombolas no Estado do Pará, além de diversos outros processos em andamento.

Suas empresas devem mais de R$115 milhões à União por sonegação de impostos, bem como suspeitas de enriquecimento indevido por favorecimento do Estado aos empreendimentos do filho, que tem negócios acima dos R$2,7 bilhões, crescimento meteórico que coincide com o período em que o pai assumiu cargos importantes na política mato-grossense.

Outros envolvidos de forma direta ou indireta também são figuras conhecidas no estado.

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Uma das empresas do filho do governador, Luiz Antônio Tavares Mendes, tem como sócio o Robério Garcia conhecido como Berinho, pai do Deputado Federal Fábio Garcia (União Brasil), e está envolvido no caso de invasão das terras quilombolas paraenses.

Outra situação é uma empresa do próprio deputado, que tem uma dívida fiscal com a União de R$70 milhões.

Uma das polêmicas envolvendo diretamente Mauro Mendes foi o caso da aquisição da Maney Mineração junto ao amigo, Nei Garimpeiro, por R$700 milhões.

O nome da empresa é a junção da inicial dos dois e esteve no noticiário por acusações de fraude na compra, apesar de Nei Garimpeiro ser absolvido do processo.

Esta mesma empresa é sócia da Mineração Casa de Pedra, denunciada por prática de garimpo ilegal no Parque Nacional Chapada dos Guimarães, em uma área de proteção ambiental.

Mauro Mendes é sócio da companhia e Luiz Antônio Tavares Mendes é um dos administradores da mesma.

SOLIDARIEDADE

Ainda como parte da ação no dia do Meio Ambiente no Mato Grosso, o MST realiza a doação de 2,5 toneladas de alimentos em uma ocupação urbana na cidade de Cuiabá (MT), reafirmando o papel da Reforma Agrária Popular para a produção de alimentos e combate à fome nos centros urbanos.

A ação de solidariedade distribuirá ainda 200 mudas na ocupação, como parte do Plano Nacional Plantar Árvores Produzir Alimentos Saudáveis, coordenado pelo MST que pretende plantar 100 milhões de árvores no período de 10 anos em todo o país.

*Wesley Lima é da assessoria do MST.

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Comentários

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Zé Maria

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* O “Senado Vitalício” do Império no Século 19 é

a Câmara ‘Vitalícia’ do Coroné Lira no Século 21.

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Zé Maria

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“A luta destes grupos burgueses, ‘progressistas’ e ‘conservadores-retrógrados’,
enche o cenário político da segunda metade do século passado.

Alista-se no primeiro principalmente o comércio, a ‘finança’,
em uma palavra os detentores do capital móvel.

No segundo a maior parte da riqueza territorial, os proprietários
rurais cuja economia assentava no trabalho servil naturalmente
abalado pela supressão do tráfico.
[…]
Não é somente com o trabalho servil que isto se dá.
O espirito conservador-retrógrado, que representava os interesses
ligados à reação antiprogressista, tinha-se encastelado numa série
de instituições políticas, como o senado* vitalício e o Conselho de Estado,
onde, seja pela natural imobilidade delas, freava a cada passo a marcha
do país.”

CAIO PRADO JUNIOR
(“Evolução Política do Brasil”.
São Paulo: Brasiliense, 1962.
Primeira Edição: 1933.)

Citado em: “TRADIÇÃO E CONTRADIÇÃO:
AUTORITARISMO E DEMOCRACIA NO BRASIL”

Por Mario Miranda Antonio Junior (PPGSSPS/USP-2020)

https://repositorio.unifesp.br/bitstream/handle/11600/60961/TRADICAO%20E%20CONTRADICAO%20dissertacaoversaofinal.pdf
.
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Zé Maria

Na realidade, os Invasores de Terras no Brasil são os Ruralistas Reacionários,
os que, desde o Período Colonial, passando pelo Império – com Outros Nomes
e Mesmos Sobrenomes – o Escritor Historiador e Geógrafo Caio Prado Jr. denominou “o Grupo dos ‘Conservadores-Retrógrados’ [da Elite Ruralista
Reacionária’], a maior parte da riqueza territorial do Brasil, os Proprietários Rurais, cuja Economia Assentava no Trabalho Servil (Escravo), abalado que foi pela supressão do Tráfico de Negros Africanos na Segunda Metade do
Século XIX.”

https://doceri.com.br/doc/caio-prado-jr-evoluao-politica-do-brasil-companhia-das-letras-2012-kq2v07qrzk

https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5506848/mod_resource/content/2/caio%20prado%20jr_evolu%C3%A7%C3%A3o%20pol%C3%ADtica%20do%20brasil.pdf

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