Ana Paula Salviatti: A ditadura e seus fósseis vivos na USP de 2011
Tempo de leitura: 5 minA Memória recobra sua história. A Ditadura e seus fósseis vivos. Uma análise dos acontecimentos na USP em 2011.
por Ana Paula Salviatti
O contexto vivido atualmente na Universidade de São Paulo no qual estudantes reivindicam a saída da PM do campus é um flagrante desdobramento do período militar que recobra sua parcela por não ter sido resgatada sua Memória e nem sido escrita a História deste período. Tal lacuna possibilita a muitos a compreensão de posturas tomadas pelos estudantes contrários à presença da PM no campus como anacrônicas. Diante do esvaziamento crítico que se chegou devido à negação que é feita da memória deste período, tal anacronismo não se apresenta entre estes estudantes, mas sim presente na estrutura da Universidade que não mudou desde a ditatura e na memória esvaziada daqueles que observam pouco as raízes da história do país. Mas tal fenômeno não se restringiria apenas aos muros da Universidade.
Tido isto, o debatido papel da Polícia Militar emerge como um fóssil vivo do período militar, ao invés de um entulho, um objeto em desuso enferrujado, a corporação trabalha plenamente visando garantir o aparelho do Estado, no monopólio da violência, o qual continua torturando, matando, entre outras atividades que são de conhecimento comum da PM de São Paulo, Rio de Janeiro e outros Estados.
Ao resgatarmos a Memória da Ditadura encontramos em meio à História o atual Reitor da USP, João Grandino Rodas. Entre 1995 e 2002 Rodas integrou a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos, estando diretamente ligado à comissão que apurou a morte de alguns militantes políticos dentre eles a estilista Zuzu Angel, morte na qual os militares foram inocentados. Enquanto Diretor da Faculdade de Direito, Rodas foi o primeiro administrador a utilizar o aparato policial, ao requisitar, ainda na madrugada do dia 22 de agosto de 2007, a entrada de 120 homens da Polícia Militar inclusive da tropa de choque para a expulsão de manifestantes que participavam da Jornada em Defesa da Educação, na qual estavam presentes representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), de estudantes e membros de diretórios acadêmicos os quais foram fichados e levados à delegacia, com um tratamento ofensivo em especial
aos militantes dos movimentos populares.
Também foi Grandino Rodas que ainda na gestão do Governador José Serra lavrou o documento que viabilizava a entrada da PM no campus no ano em 2009. Durante sua administração na Faculdade de Direito tentou sem sucesso a implementação de catracas para impedir o acesso de gente “estranha” ao prédio da instituição. Em seu último dia na Direção da Faculdade de Direito, Rodas assinou atransferência do acervo da biblioteca para um prédio próximo a Faculdade, o qual não possuía perícia para tanto, apresentava problemas com a parte elétrica, hidráulica e inclusive com os elevadores. Tudo isso feito sem consultar se quer o corpo burocrático da Faculdade.
Ainda durante a gestão do então Governador José Serra, Grandino Rodas foi escolhido Reitor da USP através de decreto de 13/11/2009. Seu nome era a segunda opção de uma lista de três indicações. Remonta a história que a última vez que um Governador se utilizou de tal dispositivo criado no período militar–presente na legislação do Estado de São Paulo até hoje– foi durante o Governador Biônico, Paulo Maluf que indicou Miguel Reale para reitoria da Usp entre os anos de 1969 e 1973.
Alunos como Patrícia (nome fictício) têm sido processados administrativamente pela Universidade de São Paulo com base em dispositivos instituídos no período militar, no seu processo consta que a aluna agiu contra a moral e os bons costumes. Dispositivos como estes foram resgatados pela Universidade, esta sim anacrônica. Há 60 dias Grandino Rodas assinou um convênio com a Polícia Militar para que esta pudesse entrar na Universidade. Rodas também recebeu o título de persona non grata por unanimidade na Faculdade de Direito, a qual apresenta uma série de denúncias contra a gestão do então Diretor, acusando-o, entre outros, de improbidade administrativa.
Recentemente um novo ocorrido, a princípio um incidente, podia ser visto no campus ao ser lido na placa do monumento que está sendo construído na Praça do Relógio a referência a “Revolução” de 64, forma como os setores militares e dos que apoiaram o golpe militar se remetem ao período de Ditadura vivido no Brasil.
Rodas também é atualmente investigado pelo Ministério Público de São Paulo, dentre outros motivos, por contratação sem concurso público de dois funcionários ligados ao gabinete da reitoria, sendo um deles filho da ex-Reitora Suely Vilela, juntamente de denúncias de mau uso do dinheiro público. E last but not least, Grandino recebeu a medalha de Mérito Marechal Castello Branco da Associação Campineira de Oficinas da Reserva do Exército (R/2) do NPOR do 28º BIB; Marechal este, não custa lembrar, o primeiro presidente do Estado de Exceção vivido no país a partir de 1964.
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Todas estas informações foram resgatadas. No entanto, muitas outras lotam o Estado em todas as suas instituições, todos os dias graças ao processo de abertura democrática do país que não cumpriu o seu papel de resgatar a Memória e produzir uma História que reconfigurasse e restabelecesse os acontecimentos do país, possibilitando a rearticulação das inúmeras ramificações do Estado, como foi feito no Chile, Argentina e também mais recentemente Uruguai.
A consciência dos cidadãos passa pelo tribunal da História que, ao abrir as cicatrizes não fechadas, limpa as feridas ao falar sobre as mesmas dando a cada um o que é lhe de direito. As diversas vozes que exclamam a apatia nacional frente às condutas políticas sofrem deste mesmo mal, ao não relembrarem que a História do país conduzida por “cima” não expulsou de si seus fósseis, e sim os transferiu de cargo, realocou em outras funções. Os resgates da imprensa são limitados as Diretas Já e ao Impeachment de 1992. Se a memória que a mídia repõe é a mesma que se debate no cotidiano então nosso país sofre de perda de memória e junto disso de uma profunda inaptidão crítica de suas experiências dando assim, todo o respaldo ao comumente infundado senso comum.
Ao levantarmos o passado constata-se que o anacronismo não está só nas inúmeras manifestações tidas no meio Universitário, no caso a USP, mas em todas as vezes em que NÃO são cobertas pelo noticiário as inúmeras reintegrações de posse feitas em comunidades carentes, nas manifestações que exigem a reforma agrária, nas reivindicações que exigem moradia aos sem teto. O anacronismo está presente nas inúmeras invasões sem mandado judicial que ocorrem em todos os lugares onde a classe média não está, no uso comum de tortura pelas Polícias Militares em um Estado que se reivindica Democrático, nos
criminalizados por serem pobres e negros, naqueles que são executados como Auto de Resistência pelas Polícias Militares, e a lista segue. Vive-se a modernização do atraso nas mais diversas formas e matizes.
O Tempo se abre novamente e aguarda o resgate da Memória e a reconstrução da História. O país tem uma dívida a ser paga com seu passado, e eis que finalmente, a Comissão da Verdade vazia de sentido ao ser apresentada pelos inábeis veículos de informação ressurge agora preenchida e repleta de sentido. Afinal, a História dos vencedores nega o passado dos vencidos, assim como seu presente e consequentemente seu futuro.
Ana Paula Salviatti é historiadora formada pela USP, onde faz atualmente mestrado em história econômica.
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Comentários
Relatório da Secretaria de Direitos Humanos confirma: Reitor da USP votou contra vítimas da ditadura « Mundo de Oz
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[…] Humanas da USP, onde faz atualmente mestrado em História Econômica Originalmente publicado no VI O MUNDO, em 6 de novembro de 2011 às 14:18 Share this:TwitterFacebookLike this:LikeBe the first to like […]
cronopio
O Ministério Púbico de São Paulo abriu mega-investigação contra a Reitoria da USP, acusada de eventual “violação aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, burla ao acesso de cargo mediante concurso público, lesão aos cofres públicos e improbidade administrativa”. O principal investigado é o advogado João Grandino Rodas, atual reitor da USP, e um dos braços-direitos de Geraldo Alckmin e José Serra. A investigação é tocada pelo promotor de Justiça Valter Foleto Santin, da Promotoria do Patrimônio Público e Social do Ministério Público Estadual. O caso, mantido em sigilo, leva o registro de “Inquérito Civil 088/2011”.
Ricardo
Parabéns pelo artigo! Fundamental a luta por resgatar a memória das lutas passadas. Mas, para isso, é necessário abrir os arquivos da ditadura, revogar a Lei da Anistia e julgar os torturadores, agentes da repressão, mandatários e empresários que apoiaram o regime militar em nosso país.
Carlos Roberto
Eu me mato para conseguir mas, Graças a Deus, minha filha está estudando na Austrália. Assim ela fica longe de latrocíniosna USP bem como de fósseis da ditadura – soviética!
cronopio
Essa vai pro classe média sofre! rs
Lucas
Façam um plebiscito na USP: funcionários, professores e alunos votam para se saber se a PM tem que ficar ou não. Quem ganhar leva, sem encheção de saco.
Artur
Sim, até parece que a PM está intervindo no conteúdo e na autonomia intelectual dos acadêmicos que querem estudar e produzir conhecimento com dinheiro público…
cronopio
Pois é, vai pedir aumento na USP, vai…
Pedro
Já que vcs falam tanto em USP democrática, que tal uma votação entre todos universitários para saber se eles querem ou não a permanência da policia na USP? Vcs topam?
Lorenzo Tozzi-Evola
Os estudantes topariam, na hora.
Mas votar apenas uma pauta, não. Uma democracia não é aquela na qual o povo é consultado quando interessa aos do poder, mas sempre. Se estamos falando em votos do estudantes, pois que eles (junto com docentes e funcionários) participem, diretamente, da escolha do reitor e da adoção de medidas que se apliquem aos campi como um todo (como a própria presença ou não da PM).
Além disso, uma democracia não é apenas votar. É preciso que um debate preceda tais votações, pois afinal as pessoas precisam ter acesso ao maior número de informações possível para decidir. Aí sim um processo democrático começaria a ser construído.
Pedro
Combinado então, tenho certeza de que a maioria quer a PM na USP para combater o crime. Vcs irão respeitar a vontade da maioria?
Lorenzo Tozzi-Evola
Eu falo por mim e expresso minha opinião. Não pertenço nenhum grupo para falar por "nós". Quanto à maioria, não se antecipe.
cronopio
Só falta o Pedro convencer o Rodas! rs
mfs
É claro que essa seria a melhor maneira de resolver: plebiscito da comunidade universitária, cada cabeça um voto, claro. Mas por que o Reitor não propôs isso? Ou será que ele – e vocês – não topam? Afinal, a tradição dos governos estaduais tucanos em relação à USP não tem sido pautada exatamente por esse critério…
cronopio
Ele não topa nem eleição direta. Aliás, perdeu até a indireta e recorreu ao tapetão. O Rodas tem medo de democracia.
Maldoror
Bota esse Rodas na Rua!!!!!!
Pedro
E os deliquentes na cadeia!
cronopio
Por que você não se entrega e nos poupa o trabalho?
Mauro Silva
Caros Ana Paula e Azenha
Esse indivíduo aí, esse tal de 'rodas' foi, provavelmente, um dos 'colaboradores' dos golpistas de 64.
Por esse motivo, penso que se deva investigar principalmente aqueles que colaboraram e se beneficiaram com a ditadura militar porque de todos os bandidos, e TODOS eram bandidos, esses são os piores.
Eles continuam por aí, a desfilar cínicamente, com postura de 'democratas' a aparelhar o Estado; os Três Poderes da República.
Vlad
E com todos esses desmandos, ainda é, reconhecidamente, a melhor Universadade da América Latina.
Imaginem o que seria com uma Administração progressista.
º,..,º
Che da Fiel
No Estadão de sexta-feira, uma entrevista chapa branca com o Rodas posando de super herói. Nada de entrevista com os estudantes, é claro.
Mauro Silva
É isso aí.
E veja quanto tem de propaganda do Governo Federal e estatais federais a bancar essa patifaria toda.
Roberto Locatelli
Mauro, a legislação atual impede os governos de escolher em qual veículo anunciar ou não. E preciso mudar isso. Infelizmente, o Governo Federal não parece interessado em mudar.
Mauro Silva
Caro Roberto
Não sei até que ponto vai toda essa obrigatoriedade mas a "legislação" do Império também permitia o escravagismo até que mudou. E não mudou por vontade dos escravocratas, mas pela pressão do povo, indignado com aquela infâmia.
Tem que mudar, sim! Observo que alguns blogueiros 'sujos' e influentes já estão a questionar essa 'vaca-sacrada' que é a verba do Governo Federal à mídia corporativa.
É assim que começa. Cabe a nós, os índios, engrossar o coro; aumentar a ressonância.
Faço a minha parte: mais de 100 contatos meus recebem link's dos blogues sujos que seleciono diariamente, na medida do possível, a questionar esse dogmas do globalitarismo (Milton Santos) , inclusive as verbas públicas despejadas à mídia absolutista.
ricardo
ninguém entrevista os estudantes pq eles se negam a dar entrevistas à "mídia burguesa". logo, se eles não aparecem no estadão, é pq não querem.
cronopio
Uma vez caí na besteira de dar uma entrevista para a Folha. O jornalista recortou a única parte da minha fala que lhe interessava. E o que é pior: fora de contexto, parecia que eu dizia o contrário do que falei. O safado ainda me deu o número de celular errado. Depois dessa fiquei vacinado. Não dá para vacilar com o PIG. Olha o que fizeram com o Lula em 89, se fizeram isso com um candidato a presidente, imagina o que não fazem com um reles estudante…
@happilymaried
Polícia militar tem no mundo todo, D.Ana Paula. A nossa é violenta porque vivemos num apartheid racial, digo, err…social.
Quando o meio acadêmico da área de humanas vai parar de alucinar a volta da ditadura, hein?
O desinteresse pelas causas sociais como os sem-teto e a reforma agrária é fruto da perda de ideologia por um lado e do individualismo por outro, em que a esquerda brasileira endireitada se chafurdou. Agora é cada um no seu SUV e a bolsa-família por todos.
Alvaro Tadeu Silva
Ana Paula, pequeno engano, provavelmente de digitação. O governo biônico de Maluf ficou entre 1979/1983.. Quanto ao Magnifíco Reitor Grandino Rodas, acho que deveria ser Pequenino Quadrados. Agora, a parte ruim, péssima da notícia. Se Rodas ficou em segundo, é que parcela significativa da universidade ainda vive nas trevas. Lá se foi o tempo em que o pessoal da ECA paralisou as aulas pelo semestre inteiro aos gritos de "fora Nunes", diretor daquela faculdade que havia destruído o mural dos estudantes, ou quando os alunos de todo o campus tomaram o CRUSP (restaurante) por causa de um aumento de 33% no preço das refeições, conseguindo, no final da luta, reverter para o preço antigo..
Tarso Freire
"Ainda durante a gestão do então Governador José Serra, Grandino Rodas foi escolhido Reitor da USP através de decreto de 13/11/2009. Seu nome era a segunda opção de uma lista de três indicações." Essa atitude democrática do governador de colocar um dirigente sem o respaldo da Academia, explica quase todo o problema atual.
Lucas
O governador podia escolher entre as três opção, nada determinava que deveria escolher o primeiro. Petista tem dificuldade de entender as leis, eu sei, mas faça um esforço.
Tai
É de praxe que o governador escolha o primeiro nome porque foi o votado pela USP. Apesar da votação ainda não ser democrática lá dentro, a escolha, pelo menos, vem de uma parcela que vive a realidade acadêmica. Ao escolher qualquer outro nome, o governador mostra sua completa falta de preocupação democrática e sua truculência. Afinal, como pode ele, alheio ao que acontece na USP, escolher alguém para administrá-la ao seu bel prazer? Controlando politicamente uma universidade que deveria ter autonomia de pensamento e crítica política?
Acho que você talvez tenha dificuldade de entender o que é uma votação democrática. E de entender o quão autoritário foi esta atitude do governador. E mais: prestou atenção em "…a última vez que um Governador se utilizou de tal dispositivo criado no período militar–presente na legislação do Estado de São Paulo até hoje– foi durante o Governador Biônico, Paulo Maluf que indicou Miguel Reale para reitoria da Usp entre os anos de 1969 e 1973"??? Como poe não entender o quão grave é isto?
Raphael Tsavkko
Não se pode abandonar quem se coloca na rota da violência policial, mas seria saudável que a própria comunidade acadêmica e em especial a esquerda da FFLCH chegasse a um acordo e encontrasse uma forma mais madura e efetiva de combater tanto a PM no campus quanto a gestão ditatorial do Rodas.
Ou seja, todo apoio à resistência frente à ameaça de violência policial, mas passado o perigo, os estudantes devem tomar de volta para si as rédeas do processo enquanto conjunto e não enquanto uma minúscula vanguarda iluminada. http://www.tsavkko.com.br/2011/11/legitimidade-ap…
joão33
bôa hora para fazer um raio x da atuação da policia militar e policia civil de são paulo. desde os altos escalões até os pequenos operadores e suas ligações com politicos e agregados.
benevenuto nadal
Aí está um acontecimento que realmente pode se tornar trágico, seja pela intransigência, seja por elementos infiltrados pelos conservadores, para recrudescer o movimento, seja simplesmente porque algumas pessoas que ocupam cargos, se sentem deuses.
benevenuto nadal
A ponta do iceberg, está aparecendo na USP. Vamos ter muito cuidado, e agir com muita inteligência, pois esses "fósseis" estão em todos os lugares, e a "maldita mídia de massa", está lhes dando vida, e os escondendo para mostrar no momento certo!!!
Polengo
É isso mesmo.
E mais uma vez, os trolls na folha, na veja, vão falar que o problema é não deixar fumar maconha, os otário vão compartilhar no facebook ajudando a campanha de "tirando do foco" que sempre assolou a liberdade da informação.
Uncle Sam
Rodas é tão ordinário, mas tão ordinário que, com a ajuda de seu mentor Serra, é bem capaz de "fabricar" assaltos dentro da USP apenas para justificar a presença da PM. Todo cuidado com ele é pouco…
@happilymaried
Essa foi demais…será que foi a PM que plantou a maconha encontrada com os 'estudantes'? rsrs
cronopio
eu não duvido… uma instituição que comemora, em seu brasão, a revolução de 64, que extermina e tortura moradores de periferia… não duvido nem um pouco…
Cláudia M.
Tenho certeza absoluta disso. Até porque não me parece que alunos da USP estejam mais expostos dos que os da PUC, Unip, São Jodas, Uninove, Unesp, Unicamp, Unifesp… Mas a manada é tão dócil que é incapaz de avaliar a contradição do privilégio uspiano… Que tristeza sem fim…
Clóvis
A pequena diferença é que a Cidade Universitária é gigante e aberta à população a UNIP, PUC, etc. não. Ademais, nunca vi na Unip dizerem que a PM não pode entrar… As públicas que tem essa paúra da polícia porque as pessoas ainda revivem a ditadura. Como se a polícia agredisse por você ter livro vermelho ainda!
O problema é que acham que reivindicar é igual a não ter de respeitar as leis. Pode quebrar bem público, ocupar prédios públicos impedindo seu funcionamento, ameaçar os opositores, pode tudo!
cronopio
Caro Clóvis, parece que quem quebrou os móveis foi a própria PM. De todo modo, acho que o tapete de 32 mil reais que o reitor adquiriu com dinheiro público para o seu escritório particular dá e sobra para pagar os prejuízos que a PM provocou ao invadir o prédio.
FrancoAtirador
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"FÓSSEIS VIVOS DA DITADURA MILITAR"
Melhor metáfora que esta, impossível.
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cronopio
Texto excelente! Fora Rodas, reitor biônico, "colaborateur", corrupto, carrasco! Por uma USP democrática!
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