Privatizada em dezembro, Refinaria da Amazônia já vende a gasolina mais cara do Brasil, diz Observatório

Tempo de leitura: 2 min
Refinaria da Amazônia (Ream), antiga Isaac Sabbá (Reman). Foto: Divulgação

Privatizada, Ream vende gasolina 21 centavos a mais que a Petrobrás e região Norte passa a ser a mais cara do país

Por Alessandra Campos*

A gasolina na Refinaria da Amazônia (Ream), antiga Isaac Sabbá (Reman), em Manaus (AM), está custando 21 centavos a mais do que a vendida pela Petrobrás, uma diferença de 6,5% – a estatal cobra R$ 3,31 o litro e a gestão privada, R$ 3,52.

A alta no preço praticado pela refinaria amazonense, privatizada em dezembro do ano passado, inflacionou o custo do produto no Norte do país.

A região, que tinha constantemente a gasolina mais barata do Brasil – uma diferença média de 3,5% nos 12 meses que antecederam a privatização -, passou a ter o combustível em média 9,3% mais caro do que a média nacional a partir do início de janeiro de 2023 até a última atualização da ANP, em 12 de fevereiro.

O levantamento é do Observatório Social do Petróleo (OSP), organização mantida pela Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), e mostra que a Ream já é a recordista da gasolina mais cara do país, superando até mesmo o valor cobrado pela Refinaria de Mataripe. A unidade baiana foi privatizada em dezembro de 2021 e vende o combustível 2 centavos a menos do que a refinaria amazonense.

O estudo aponta ainda que desde o início da operação privada, a Ream cobra, em média, 2,45% acima do preço da gasolina comercializada pela Petrobrás. Em dois meses e meio, o grupo Atem, controlador da Refinaria de Manaus, promoveu cinco reduções e sete aumentos no preço do litro da gasolina.

O levantamento é baseado em dados de preços da gasolina aos distribuidores, disponibilizados pela Ream, Mataripe, Petrobrás e Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Segundo o economista Eric Gil Dantas, do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), já era sabido que a privatização da Reman elevaria os preços dos combustíveis, a exemplo do que aconteceu com Mataripe.

Ele aponta dois fatores principais para essa alta: a entrega de monopólios regionais do mercado de combustíveis a agentes privados e o PPI (Preço de Paridade de Importação), que passa a ser o piso e não mais o teto do preço dos combustíveis nas gestões privadas.

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“Novas evidências mostram os efeitos da privatização de refinarias da Petrobrás. Todos os combustíveis ficam mais caros, como nós e tantos outros pesquisadores sempre argumentamos ao longo dos últimos anos. Esses dados devem ser muito bem observados pelo novo governo, a fim de enxergarem que o projeto de privatização das refinarias precisa ser enterrado de uma vez por todas, pelo bem da economia”, afirma Dantas.

Preço nacional mais alto

De acordo com o último relatório da ANP de preços médios ponderados semanais praticados por produtores e importadores de derivados de petróleo e biodiesel, a Região Norte fechou a semana de 6 a 12 de fevereiro, com o preço médio da gasolina mais elevado do país. O combustível encerrou o período a R$ 3,52, um total de 20 centavos a mais que a média nacional.

* Alessandra Campos é assessora de imprensa do Observatório Social do Petróleo.

Leia também:

Rosangela Buzanelli: Após 1 ano de privatização, gasolina de Mataripe está 6,2% mais cara que a da Petrobrás

Ex-diretor da Petrobrás pede ao TCU bloqueio da distribuição de R$ 21,9 bi a acionistas: ‘Totalmente atípica’

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Zé Maria

https://outraspalavras.net/wp-content/uploads/2021/04/210414-agro-1024×680.jpg

“O Agro é Serra, o Agro é Fogo, o Agro é Soja”

Os Mapas mostram que a Maior Expansão do Desmatamento (ilegal),
para Plantio de Soja na Amazônia, vem do Mato Grosso para o Pará.
E o Dinheiro do Lucro está nos Bancos ou na B3 (BM&F BOVESPA).

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