Jeferson Miola: General Mourão continua a guerra fascista contra a democracia; um Bolsonaro ”perfurmado”

Tempo de leitura: 4 min
General Hamilton Mourão funciona como o falso-gênero do militar democrata, profissional, legalista e civilizado. Foto: Reprodução

General Mourão continua a guerra fascista contra a democracia

Por Jeferson Miola, em seu blog

“Se quiser fechar o STF, sabe o que você faz? Não manda nem um jipe. Manda um soldado e um cabo”. Eduardo Bolsonaro, antes do primeiro turno da eleição de 2018.

O general Hamilton Mourão funciona como o falso-gênero do militar democrata, profissional, legalista e civilizado.

Na realidade, no entanto, o brutamontes não passa de um Bolsonaro “perfumado”, por assim dizer.

Mourão é tão antidemocrático, autoritário e contrário ao STF quanto o Bolsonaro. Eles jogam no mesmo time – ou melhor, no mesmo Partido Militar – que desacredita as instituições e combate “o sistema”.

A diferença entre eles é que o general subiu na carreira militar e o capitão ganhou o prêmio da promoção, ao invés de ser expulso do Exército por prática terrorista.

O baderneiro planejou explodir bombas-relógio em instalações militares no Rio de Janeiro em 1988.

Via twitter, Mourão justificou com outra linguagem a mesma posição ilegal e inconstitucional do Bolsonaro a respeito do terrorismo praticado por hordas fascistas contrariadas com a vitória do Lula.

Ambos defendem a “legitimidade” dos atos terroristas totalmente destituídos de sentido, pois motivados pelo fato das hordas em transe não aceitarem a proclamação do resultado da eleição pelo TSE, o que caracteriza crime contra a ordem democrática.

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Numa sequência de três tweets/comentários, o general expôs o entendimento deformado que, aliás, é muito corrente no interior das Forças Armadas intensamente politizadas e partidarizadas.

No primeiro tweet, Mourão escreveu:

“Brasileiros, há hoje um Sentimento de frustração, mas o problema surgiu quando aceitamos passivamente a escandalosa manobra jurídica que, sob um argumento pífio e decorridos 5 anos, anulou os processos e consequentes condenações do @LulaOficial.”.

Aqui, o general desrespeita a decisão do STF que anulou a farsa jurídica e reconheceu a suspeição e a incompetência do juiz-ladrão que, diga-se de passagem, promoveu o maior escândalo de corrupção judicial da história para abrir o caminho da eleição fraudulenta da chapa militar integrada pelo próprio Mourão em 2018.

Em entrevista ao Globo, o general foi mais explícito no ataque à decisão do STF.

“Nós concordamos em participar de um jogo em que o outro jogador (Lula) não deveria estar jogando”, ele disse, talvez imaginando que o tweet de abril de 2018 do general-conspirador Villas Bôas tivesse validade eterna – ou, pelo menos, validade por 100 anos, como o sigilo decretado pelo governo militar em relação a crimes, roubalheiras e bandalheiras cometidas.

O general defende, portanto, que não se deve aceitar “passivamente” aquelas decisões da Suprema Corte que contrariam os interesses da sua horda.

No segundo tweet, Mourão só descarta o golpe militar para instalar uma ditadura apenas porque “isso”, essa providência “banal”, deixaria o Brasil “numa situação difícil perante a comunidade internacional” [sic]:

“Agora querem que as Forças Armadas deem um golpe e coloquem o País numa situação difícil perante a comunidade internacional. As manifestações ordeiras, em justa indignação, são bem vindas. Vemos nelas famílias, idosos, crianças…todos pessoas de bem”.

Note-se que Mourão ainda considera como “manifestações ordeiras, em justa indignação” o terrorismo financiado por empresários inescrupulosos e adotado como linha oficial do governo do qual ele é vice-presidente.

“Justa indignação”, general?

Quer dizer que se insurgir violentamente contra a proclamação do resultado da eleição pelo TSE, autoridade eleitoral máxima do país, é justo e legítimo?

Ora, mesmo se as manifestações fossem “ordeiras e pacíficas”, elas ainda assim seriam ilegais e inconstitucionais, não poderiam ser realizadas, porque não se pode defender virada de mesa simplesmente porque não se gostou do resultado eleitoral.

Bom, e quanto ao critério do general sobre os baderneiros, a quem considera “todos pessoas de bem”, é coincidente com o perfil do herói bolsonarista Bob Granada. Faz parte da estética militar, digamos assim.

Na realidade, Mourão sabe que as cúpulas partidarizadas das Forças Armadas só não perpetram um golpe porque perderam as condições objetivas e subjetivas para tal.

Estão isoladas internamente e internacionalmente e desacreditadas pelo desastre e destruição do país.

Estão também desmoralizadas com compras superfaturadas de Viagra, uísque 24 anos, próteses penianas, pensões vitalícias de netas de ditadores e outros escândalos do gênero.

No terceiro tweet, o general conclama a horda à luta e afiança que, no que depender da extrema-direita no Congresso, o Brasil vai continuar nas trevas e dando marcha à ré:

“Está na hora de lançar um manifesto explicando isso e dizendo que temos força para bloquear as pautas puramente esquerdistas, além de termos total capacidade de retornarmos muito mais fortes em 2026. Precisamos viver para lutar no dia seguinte”.

O general Mourão deixa muito claro que, apesar da derrota na batalha eleitoral, os fascistas continuarão a guerra sem tréguas que não é só contra Lula, porque é contra a democracia, para implantarem um “novo” regime – autoritário, ditatorial, reacionário e ultraliberal.

Com “bloquear as pautas” no Congresso, Mourão quis dizer: obstruir a democracia e combater todas as medidas a favor do Brasil e do povo brasileiro.

Depois de eleito senador na mesma eleição que agora contesta, Mourão prometeu trabalhar pelo impeachment de ministros do STF – sempre, é claro, por uma “justa indignação”.

Como sabemos, a desfiguração das Supremas Cortes dos países é a fórmula adotada pela extrema-direita fascista para avançar projetos autocráticos e autoritários.

A guerra fascista contra a democracia continua e avança.

O general Mourão já se escalou na linha de frente do combate. Se preciso, substitui Bolsonaro na liderança, caso o Pedófilo seja descartado pelas cúpulas militares devido à inutilidade no próximo período.

A depender do Mourão, não será preciso nem um soldado nem um cabo para fechar o STF.

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Comentários

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Zé Maria

.

Também é preciso que alguns Comentaristas
de Política e Economia, ditos Liberais, da Mídia
compreendam que a nossa Constituição Federal
é a de 5 de Outubro de 1988, que tem Origem
Histórica por Influência Jurídica do Direito
Romano-Germânico (Civil Law), não a dos EUA
com suas Emendas, que é Baseada na Tradição
do Direito Anglo-Saxão (Common Law).

No Ordenamento Jurídico Brasileiro, a Liberdade
de Expressão do Pensamento, ou de Opinião,
ou de Manifestação, não é Absoluta, se Ofender
outro Direito Fundamental, seja Individual, seja
Coletivo. E ainda menos se defender a Abolição
do Sistema Democrático e o Estado de Direito,
que é Crime Tipificado no Código Penal.

E, em Última Instância, é a Suprema Corte quem
define o que está e o que não está ‘dentro ou fora
das 4 (Quatro) Linhas da Constituição Brasileira’;
não é o Presidente da República nem as Forças
Armadas nem qualquer cidadão, militar ou não.

.

    Zé Maria

    Aliás, “tentar abolir o Estado Democrático de Direito,
    com emprego de violência ou grave ameaça,
    impedindo ou restringindo o exercício dos poderes
    constitucionais é Crime Previsto no Código Penal
    (Artigo 359-L) cuja Pena Prevista é de Reclusão,
    de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, além da pena
    correspondente à violência”

    E Pregar a Implantação do Regime Nazi-Fascista,
    por Incitação ou Apologia ao Nazismo, também
    é Passível de Condenação à Pena de Reclusão,
    com Fulcro no Artigo 20 da Lei Nº 7.716/1989,
    com a Redação dada pela Lei Nº 9.459/97.

    De acordo com o Parágrafo 1º do mesmo artigo
    a simples “divulgação do nazismo” prevê a Pena
    que pode chegar a 5 Anos de Reclusão + multa.

    E também o Parágrafo 2º que determina que
    “se qualquer dos crimes previstos no caput
    [do Artigo 20 da mesma Lei] é cometido por
    intermédio dos meios de comunicação social
    ou publicação de qualquer natureza”, a Pena
    Prevista é de dois a cinco anos de Reclusão.

    O Inciso II do Parágrafo 3º é ainda mais Radical,
    considerando que “o Juiz poderá determinar, …,
    ainda antes do Inquérito Policial, …, “a cessação
    das respectivas transmissões radiofônicas,
    televisivas, eletrônicas ou da publicação
    por qualquer meio”. E o Inciso III, “a interdição
    das respectivas mensagens ou páginas de
    informação na rede mundial de computadores.”.

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7716compilado.htm

    .

Zé Maria

.

E Essa Nulidade Golpista Mau Caráter ainda quer ser Presidente do Senado.

Possivelmente para pôr em Pauta Impeachments de Ministros do Supremo.

Ou até para bloquear os Nomes dos Novos Indicados pelo Presidente Eleito..

.

Nelson

Como afirmei no comentário anterior, se eleito Olívio Dutra seria um aliado de 95% ou 98% do povo gaúcho que não são ricos.

Por incrível que pareça, num Estado que tem apenas 1% ou 2% de ricos, se é que os percentuais não são menores que isso, já faz décadas que, dos três senadores a que temos direito, temos elegido dois compromissados apenas com o grande capital.

Poderíamos, com tranquilidade, ter dois senadores a nosso favor, ou mesmo os três, há muito tempo. Mas, como somos “os mais politizados e inteligentes”, insistimos em entregar dois cargos para o grande capital “se lambuzar em lucros” nos sugando e sugando também o restante do povo brasileiro.

Nelson

Soberba e arrogância em altas doses, os gaúchos, ou pelo menos grande parte de nós, nos temos como o estrato mais politizado e inteligente do país. Pois, na eleição deste ano tínhamos três candidatos com maior proeminência na disputa a uma vaga no Senado Federal. Vamos a eles.

Um dos candidatos era a figura que o Miola bem descreveu no artigo e que, atual vice-presidente, está no apoio do governo altamente deletério que comanda o país desde 2019. Como bom entreguista, esse candidato já demonstrou reiteradas vezes ter aversão, nojo, dos trabalhadores e do povo brasileiro. É certo, portanto, que será mais um senador da larga base do grande capital no senado.

Também era candidata Ana Amélia Lemos, uma ex-senadora que foi eleita em 2010 graças à notoriedade que amealhou ao aparecer quase todos os dias na telinha da maior rede de televisão do Estado. Por óbvio, uma vez que dispunha de todo o espaço e apoio da mídia hegemônica, em seus oito anos no Senado a candidata trabalhou apenas a favor do grande capital.

O terceiro candidato, Olívio Dutra, já contava com mais de 60 anos de engajamento nas lutas populares. Foi deputado federal (Constituinte), prefeito de capital, governador e ministro, mas, em momento algum, esqueceu de seu compromisso com o atendimento das necessidades da classe trabalhadora e do povo como um todo. Pelo contrário, esteve sempre firmemente engajado ou no apoio às lutas populares. Ou seja, seria, no Senado, um aliado fiel dos 95% ou 98% do povo gaúcho que não são ricos.

Feita essa breve apresentação dos candidatos mais proeminentes, não me peçam para explicar o porquê de os “mais politizados e inteligentes” terem preferido o primeiro.

Os “mais politizados e inteligentes” repetiram o que já haviam feito em 2014, quando preferiram uma figura carimbada da mídia hegemônica, que aparecia todos os dias nas telinhas de TV, Lasier Martins.

Quem se dispuser a verificar a trajetória de Martins nos oito anos de senador, a findarem em 31 de dezembro, vai constatar que ele votou sempre contra os trabalhadores e o povo em geral. Por exemplo, votou a favor de três medidas altamente destrutivas, PEC 241, “reforma” Trabalhista, “reforma” da Previdência.

Em resumo, é absurdo, mas aqueles que se acham os “mais politizados e inteligentes” erram e persistem no erro.

Alexandre Ferreira

Vocês da imprensa precisam aprender a usar as palavras e expressões de forma adequada, dando importância só ao que precisa ser dado e desimportância àquilo que não presisa.
No caso do texto acima, o tratamento não deveria ser “general Mourão”. Nestes casos a expressão adequada para referir-se à pessoa do senhor Mourão, posto que está na reserva e provavelmente nunca viu ou verá uma guerra, deveria ser, genericamente, “militar da reserva Mourao”.
Ou seja, o título de genetal, embora merecido, só o é pelo tempo em que passou dentro dos quartéis.
Sendo assim, o tratamento adequado, e de somenos importância, para não os colocarem acima dos cidadãos comuns e como seus superiores, o que de forma alguma são, é: “militar da reserva Mourão”, “militar da reserva Villas Boas” e “militar da reserva Pasuelo”.
O povo não pode dar importância a quem nunca teve e nem terá tal importância diante do cidadao comum!
General é um título que no caso dos que nunca estiveram em guerra, ou em verdadeira atividade militar, jamais deveria ser dado, na imprensa e diante da vida dos cidadaos, a esses senhores. No maximo, em casos bem específicos, general da reserva, mas nunca general. Afinal, quando alguém é muito respeitado o tratamento é ex fulano ou fulano aposentado. Ninguém ocupa cargo ou função eternamente.

Helena

Quer dizer que agora o General Mourão vai ser o “Aécio” da vez dizendo que vai “bloquear as pautas” para ter total capacidade de retornar muito mais fortes em 2026. Pois é, General Mourão, só que agora teremos Lula como presidente, eleito por mais de 60 milhões de votos e é muito benquisto internacionalmente e muito querido aqui no país. Veremos se o senhor e sua turma serão capazes de retornar mais fortes em 2026.

RiaJ Otim

que a dita educação nacional é catarse que não permite ser capaz se fazer interpretação básica de texto, e forma na área jurídica apenas um bando de arrotador de artigo, prova o seguinte: A frase ¨ Manda um soldado e um cabo” sempre disse o seguinte: o cabo , é isso mesmo, cabo de uma arma potente, e soldado também, o apátrida, o serviçal capaz das piores imundices. Ou seja o dito é: mandar um capangar matá-los

Zé Maria

“Manifestantes antidemocráticos serão tratados como criminosos”,
diz Ministro Alexandre de Moraes

“Aqueles que, criminosamente, não estão aceitando os resultados e, criminosamente, estão praticando atos antidemocráticos serão tratados como criminosos”,
disse o presidente do TSE.

Assista ao vídeo:
https://youtu.be/zINKlPXKy4o

https://www.cut.org.br/noticias/manifestantes-antidemocraticos-serao-tratados-como-criminosos-diz-moraes-e27e

marcio gaúcho

Mourão foi destituído do Comando Militar do Sul, quando no governo Dilma, por falar mal da chefe. Hoje, eleito com bastante folga pela gauchada direitista e fascista. Terá um púlpito livre por oito anos para derramar a verborragia maçônica sobre o Senado Federal e tentar impor as suas diatribes intelectuais, já que é Grau 33 da irmandade. Será um pé-no-saco durante todo o seu mandato!

    Zé Maria

    É verdade, gaúcho.

    Esse General Golpista foi Destituído do Cargo de Comandante Militar do Sul
    e Recolhido a um Serviço Burocrático do Exército em Brasilia, por fazer Campanha
    na Mídia Venal pela Derrubada da Presidente da República Dilma Rousseff.

    Mas deveria ter sido Expulso das Forças Armadas e Preso, por Conspiração.

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