Thea Tavares: Por seu compromisso com a vida de todos, que Lula vença amanhã!

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Foto: Ricardo Stuckert

Quem venceu o debate?

Por Thea Tavares*, especial para o Viomundo

E que ninguém duvide da grandeza de espírito e da força desse sertanejo chamado Luiz Inácio Lula da Silva.

Ao torcer pelo seu bom desempenho no debate presidencial da Rede Globo na noite de ontem, relembrava, como se assistisse a um filme sendo projetado na mente, com imagens da sua história de vida e sobrevivência, da trajetória sindical, política e de resistência, dos noticiários e dos fatos mais recentes, como as acusações e perseguições enfrentadas com altivez no bojo da Operação Lava Jato, sua prisão por 580 dias no Paraná, disputas jurídicas, todas as perdas e conquistas e a atual campanha eleitoral, com ruas lotadas de gente desde a hostil Curitiba até as capitais mais transbordantes de calor humano de seu berço nordestino. E ele estava ali, reto!

Enfrentar tudo o que enfrentou e se manter de pé, debatendo as ignorâncias e driblando as mentiras e perversidades propagadas por seu opositor, do alto dos seus anos de amadurecimento, não é para qualquer um e muito menos é o que se poderia esperar do menino pobre, filho da Dona Lindu, que aprendeu a “teimar” na vida por inspiração dessa mulher e que vem sobrevivendo às adversidades desde a primeira rebentação de sua natureza humildemente brasileira. E tendo ao lado e também na torcida todos os adversários políticos – ainda vivos – das eleições passadas, que sabem bem a importância e o que representa a disputa de agora!

Se parece difícil, por vezes, para quem desde 1989 só reconhece no metalúrgico o único candidato à Presidência da República a merecer sua confiança – inclusive nos dois momentos históricos em que, não sendo ou não podendo ser o candidato, Lula apontou quem seria porta-voz da mesma esperança popular – ler o desenho dessa vida lutada palmo a palmo, fico imaginando a estranheza da assimilação por parte de quem sempre usufruiu do privilégio de acesso mais facilitado às oportunidades negadas a ele ou distantes da sua realidade pelas barreiras impostas pelo profundo enraizamento das desigualdades sociais em nosso país.

Precisa de uma consciência social, senso de humanidade e desapego enormes para compreender e aceitar as escaladas de sucesso empreendidas pelo Lula.

As respostas dadas por ele no debate – assim como naquele outro, de desempenho inferior, na Band – não cabem no tempo cronometrado por um programa de TV nesse formato, com desgastes em desvios de bordoadas e reações racionais ou emocionais próprias de qualquer pessoa com sangue correndo nas veias.

Não cabem porque ainda é incompreensível a complexidade da menor política pública e das ações de governo, por mais simples que sejam, quando conectadas o tempo todo e nos mínimos detalhes a um projeto de sociedade que objetive diminuir as diferenças, as distâncias e desconstruir essa barreira erguida sob séculos de favorecimentos e de exploração da pobreza, da miséria, da fome e da doença no Brasil.

Para se falar de combater a fome, o racismo, a exploração sexual de crianças e adolescentes, a violência contra as mulheres e as intolerâncias de gênero, para responder questões de meio ambiente, de saúde e educação, de administração pública ou a respeito de avanços científicos e tecnológicos, é preciso explanar todo um contexto de intersetorialidades, reflexos, consequências e rubricas orçamentárias que extrapolam os relógios e marcadores do imediatismo, do lucro e da acumulação.

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A matemática da violência, que subtrai cotidianamente tantos sonhos e alegrias de meninos como foi o pequeno e teimoso Lula, exige uma complexidade de medidas e um único foco na vontade política – ou missão, firmeza de propósitos – para fazer acontecerem mudanças no tempo de um ou dois governos semeadores.

Se voto, manifesto isso e torço ferrenhamente para que Lula vença as eleições de amanhã, é por enxergar nele, de novo, o único capaz de, movido à amorosidade tão necessária nesse momento, pacificar nosso povo, de unir e de respeitar todas as diferenças nessa diversidade cultural da formação da nossa gente e de gerar oportunidades, crescimento econômico e inclusão social.

Por ver nele o único que vai nos permitir a voltar a comprar pão na padaria, sem se perguntar em quem o padeiro votou nas eleições presidenciais, sem receio de ter a vida em risco, sob a mira de um disparo intolerante, por manifestar suas preferências e ideologia, por desejar melhorar as condições de vida da sua família… Sem escutar uma música no rádio e questionar as convicções do ser humano por trás da letra, da música, do arranjo… Se bem que, nesta seara, os artistas dão verdadeiro show de clareza e de orgulho sobre nossas escolhas.

Chega a Copa do Mundo e não chega o dia de amanhã!

Que venha suave, em paz e que a escolha feita seja pautada na sabedoria, no respeito e no compromisso com a vida de todos e de cada um de nós. Quem, afinal, venceu o debate? A história de Lula!

*Thea Tavares é jornalista em Curitiba (PR)

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