Nature, em editorial: “Eleitores brasileiros têm valiosa oportunidade de começar a reconstruir aquilo que Bolsonaro destruiu”

Tempo de leitura: 4 min
Foto: Reprodução da imagem que ilustra o editorial da Nature; é de Adriano Machado/Reuters

Da Redação

A Nature é considerada uma das revistas científicas mais importantes do mundo.

É publicada semanalmente no Reino Unido desde 4 de novembro de 1869, quando saiu saiu a primeira edição.

O editorial  desta semana é sobre a eleição presidencial no Brasil, cujo título é:

Existe apenas uma escolha na eleição do Brasil – para o país e o mundo.

Leia-se: Luíz Inácio Lula da Silva (PT)

Termina assim:

“Os eleitores brasileiros têm uma valiosa oportunidade de começar a reconstruir aquilo que Bolsonaro destruiu. Se Bolsonaro obtiver mais quatro anos, os danos podem se tornar irreparáveis”.

Abaixo, a íntegra do editorial da Nature.

Vale a pena ler o balanço dos governos Bolsonaro e Lula.

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EDITORIAL

Existe apenas uma escolha na eleição do Brasil – para o país e o mundo

Um segundo mandato para Jair Bolsonaro representaria uma ameaça à ciência, à democracia e ao meio ambiente

Nature*

Os brasileiros vão decidir em 30 de outubro se Jair Bolsonaro terá um segundo mandato.

Quando o Brasil elegeu Jair Bolsonaro como seu presidente quatro anos atrás, esta revista estava entre aquelas que temiam pelo pior.

“A eleição de Jair Bolsonaro é ruim para a pesquisa e o meio ambiente”, escrevemos no momento (Nature 563,5; 2028)

Como populista e ex-capitão do exército, Bolsonaro assumiu a presidência renegando a ciência, ameaçando os direitos dos povos indígenas, promovendo as armas como a solução para as preocupações com a segurança e impulsando uma política de desenvolvimento-a-qualquer-custo para a economia.

Bolsonaro vem sendo fiel a suas palavras. Seu mandato na presidência tem sido desastroso para a ciência, o meio ambiente, o povo do Brasil – e o mundo.

Nesta semana, os brasileiros voltarão às urnas para o segundo turno de uma das mais importantes eleições desde o fim da ditadura militar em 1985.

Bolsonaro está se candidatando a reeleição pelo Partido Liberal (PL). Seu adversário é Luiz Inácio Lula da Silva, o líder do Partido dos Trabalhadores, que esteve na presidência por dois mandatos entre 2003 e 2010.

No primeiro turno das eleições, ocorrido em 2 de outubro, Lula deixou Bolsonaro em segundo lugar, mas por uma margem inesperadamente estreita. Ele não conseguiu alcançar a maioria absoluta, o que forçou os dois a uma disputa de segundo turno.

O que um novo presidente do Brasil pode significar para a ciência

O currículo de Bolsonaro é de esbugalhar os olhos. Sob seu comando, o meio ambiente vem sendo devastado, pois ele eliminou as proteções legais e desdenhou dos direitos dos povos indígenas.

Somente na Amazônia, o desmatamento quase dobrou desde 2018. É esperado mais um aumento quando o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais do Brasil (INPE) divulgar seus últimos dados nas próximas semanas.

Da mesma maneira que seu similar populista dos Estados Unidos, Donald Trump, Bolsonaro ignorou os alertas dos cientistas sobre a Covid-19 e se negou a admitir os perigos da doença.

Bolsonaro também sabotou os programas de vacinação, duvidando do nível de segurança e da eficiência das vacinas.

Mais de 685.000 pessoas morreram no Brasil devido à Covid-19. A crise econômica que veio em sequência à pandemia atingiu fortemente os brasileiros.

Outras semelhanças foram descritas entre Trump e Bolsonaro – ambos se dedicaram a solapar a vigência das leis e atacaram os poderes reguladores.

O financiamento em ciência e tecnologia, que já diminuindo quando Bolsonaro assumiu a presidência, continuou a cair sob seu governo, o ponto de muitas universidades estarem lutando para manter as luzes acesas e os prédios abertos.

A ciência e a academia serviram como inimigos fáceis em uma ofensiva antielite espelhada nas guerras culturais dos Estados Unidos.

O trágico legado de Bolsonaro na ciência, saúde e meio ambiente

Isso contrasta com a situação cerca de uma década antes de ele chegar ao poder, quando o Partido dos Trabalhadores fez grandes investimentos em ciência e inovação, fortes medidas de proteção ambiental foram implementadas e oportunidades educacionais foram ampliadas.

Além disso, graças em parte a um sistema maciço de transferência de recursos financeiros para os pobres, chamado Bolsa Família, as pessoas de baixa renda tiveram ganhos reais e oportunidades.

O Brasil elevou sua reputação de líder da preservação ambiental ao zelar pela aplicação das leis e coibir o desmatamento na Amazônia em cerca de 80%, entre 2004 e 2012.

Durante um certo tempo, o Brasil rompeu o vínculo entre desflorestamento e a produção de commodities, como carne bovina e grãos de soja, e parecia que o país poderia se tornar pioneiro em sua própria via de alcançar um desenvolvimento sustentável. Muito desse progresso já foi desfeito.

Ao contrário de Bolsonaro, Lula não buscou lutar contra os pesquisadores. Ele prometeu alcançar o desmatamento ‘zero líquido’ e proteger as terras indígenas se eleito.

Mas, Lula não está isento de problemas. Ele passou 19 meses em prisão como resultado de uma investigação sobre corrupção que implicou funcionários governamentais, inclusive líderes do Partido dos Trabalhadores.

Porém, em 2019, a Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que Lula e outros tinham sido presos indevidamente antes que os recursos legais de apelação tivessem sido esgotados.

Em 2021, as condenações de Lula foram anuladas, abrindo caminho para que ele concorresse novamente à presidência.

Nenhum líder político chega perto de ser perfeito. Mas os últimos quatro anos do Brasil são um lembrete sobre o que acontece quando aqueles que elegemos atuam ativamente para desmantelar as instituições encarregadas de reduzir a pobreza, proteger a saúde pública, impulsar a ciência e a cultura, preservar o meio ambiente e garantir a aplicação da justiça e a integridade das evidências.

Os eleitores brasileiros têm uma valiosa oportunidade de começar a reconstruir aquilo que Bolsonaro destruiu. Se Bolsonaro obtiver mais quatro anos, os danos podem se tornar irreparáveis.

*Tradução de Jair Souza para o Viomundo

Leia também:

Dr. Rosinha: Derrotar o fascista é questão de vida para nós e as futuras gerações

Nicolelis: Por todas as vítimas da pandemia que poderiam estar vivas, domingo, eu voto 13!

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Comentários

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Zé Maria

https://pbs.twimg.com/media/Ffj004YWQAAUqHM?format=jpg

Nesta Eleição Presidencial no Brasil,
a Questão não é de ser Petista ou
de Esquerda, é de Ser Humano.

https://twitter.com/RicardoDoCouto1/status/1583284465333243905

Zé Maria

.

27/10 é um dia especial:

Lula faz 77 anos e o Brasil comemora 20 anos da sua 1ª eleição, em 2002.

No #SpaceDoLula, @FalaMuka e @LeilaGermano recebem @ricardostuckert,
fotógrafo de Lula, para histórias marcantes do presidente que mudou o Brasil.

#EquipeLula

.

Mario borges

Sobre as referências ao cineasta Breno Silveira e aos diretores Andrucha Waddginton e Ricardo Waddginton, gentileza ler comentário com correções no post abaixo:

https://www.viomundo.com.br/politica/jeferson-miola-bob-granada-e-o-amago-do-bolsonarismo-seu-ato-terrorista-acerta-em-cheio-a-campanha-de-bolsonaro.html

Zé Maria

.

“Pela importância do Brasil, do meio ambiente e da ciência,
a revista @Nature fez editorial defendendo voto em Lula.

A revista, a maior publicação científica do mundo,
também aponta o desastre caso Bolsonaro seja reeleito.
#EquipeLula

https://twitter.com/LulaOficial/status/1585269520557637633

.

Zé Maria

https://twitter.com/i/status/1584168705365540866

A Verdade Histórica Prevalecerá e Vencerá
@LulaOficial Presidente #dia30é13

Leonel Brizola Neto
https://twitter.com/leonelbrizolarj/status/1584168705365540866

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