Mário Scheffer: Apoiadores de Bolsonaro tentam sequestrar o Dia do Médico. Isso é confisco da democracia!; vídeo
Tempo de leitura: 2 minAPOIADORES DE BOLSONARO TENTAM SEQUESTRAR O DIA DO MÉDICO
Por Mário Scheffer – Blog Política&Saude – Estadão
O presidente Jair Bolsonaro é aguardado na sessão da Câmara dos Deputados, no próximo 18 de outubro, em comemoração ao Dia do Médico.
Mas, a 12 dias do segundo turno, comparecer numa atividade de baixo alcance poderá ser interpretado como desprestígio do candidato nas ruas ou um desvario dos organizadores.
O sequestro do Dia do Médico, preso à bolha bolsonarista, foi iniciativa de Hiran Gonçalves (PP-RR), recém-eleito senador pelo Estado de Roraima.
Médico, deputado federal em seu segundo mandato, do mesmo Progressistas do presidente da Câmara, Arthur Lira, Gonçalves fez divulgar vídeo em que confirma a presença de Bolsonaro e conclama: “Vamos lotar as galerias, o plenário, para dar ao povo brasileiro a nossa amostra de unidade”.
Quando presidente da Frente Parlamentar da Medicina, reduto de interesses do setor privado da saúde no Legislativo, o deputado foi autor de iniciativas que ora agradavam, ora dividiam entidades médicas e empresariais.
Durante a pandemia, apoiou desde o protocolo do governo liberando cloroquina para o tratamento da covid até o inviável programa Pró-Leitos, de incentivos para empresas que contratassem leitos privados em favor do SUS.
Relatório de sua autoria previu autorização da venda de planos de saúde populares que, por definição, excluem coberturas.
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Como a medida reduziria o mercado de trabalho de especialistas, sociedades médicas lançaram nota de repudio à proposta, que logo sumiu de circulação.
Já quando o parlamentar agiu para manter atos privativos dos médicos, contra a “invasão” de outras profissões, recebeu elogios.
Sua fidelidade às Unimeds costuma gerar ciúmes nos segmentos de medicina de grupo e seguradoras, e sua chancela à lei que derrubou o rol taxativo de procedimentos contrariou todo o setor.
Dar uma no cravo e outra na ferradura como prática legislativa não impediu que o parlamentar e outros apoiadores do presidente tenham traçado para o Dia do Médico um roteiro de ficção do que vem a ser representatividade.
É possível supor que parte dos 564 mil médicos brasileiros vote em Bolsonaro.
Contudo, a profissão médica vem adquirindo nova fisionomia no País, está cada vez mais jovem e feminina.
Políticas afirmativas e créditos educativos permitiram que negros e pobres, embora ainda subrepresentados, se tornassem médicos.
É minoria, mas cerca de um quinto dos médicos trabalha exclusivamente no SUS.
Não foi desprezível a mobilização de médicos que denunciaram os ataques de Bolsonaro e seus aliados à ciência e à vacina.
Trabalhadores da saúde, de todas as ocupações, são dignos de homenagens, inclusive pelo que fizeram na pandemia. Não merecem ter sua imagem degradada em ato de apoio ostensivo à reeleição do presidente.
Devido à divisão do País nesta eleição, vincular toda uma categoria profissional, atribuindo a ela uma única identidade político-ideológica, sem consentimento ou delegação, é confisco da democracia.
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Comentários
Zé Maria
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Se a Campanha do PT,
entrar na Disputa Religiosa,
vai perder Votos; e não ganhar.
O LULA já disse que é Católico,
portanto, Cristão. E Ponto Final.
A Espontaneidade, a Originalidade,
a própria História Pessoal do LULA,
é o que conquista Votos d@ Eleitor(a).
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Zé Maria
Adendo
O LULA só tem que se posicionar
a favor da Livre Exercício de Culto
e contra a Perseguição Religiosa.
Posição, aliás, que sempre adotou
nos Oito Anos de seus Governos.
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Zé Maria
Quando se lê o primeiro parágrafo, parece um convite. Ainda bem que não é!
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