Jeferson Miola, sobre a agressão a Vera Magalhães e a mídia na fascistização do Brasil: Os meios de comunicação estão dispostos a ajudar a desfascistizar o País?
Tempo de leitura: 2 minA agressão a Vera Magalhães e o papel da mídia na fascistização e na desfascistização do Brasil
Por Jeferson Miola, em seu blog
“Cría cuervos y te sacarán los ojos”
Ditado espanhol
A agressão perpetrada pelo deputado bolsonarista Douglas Garcia contra Vera Magalhães é sintoma do processo entranhado de fascistização do Brasil.
A jornalista não é a primeira, como tampouco será a última profissional de imprensa a ser vitimada pela violência fascista reinante no país.
O fascismo, assim como o nazismo, elege um inimigo capital. Este inimigo é destinatário de um ódio mortal; é um mal a ser extirpado para que a sociedade seja “purificada e limpa” de “seres impuros e inferiores”. Não por acaso os nazistas jocosamente chamavam o campo de concentração de Auschwitz como “o ânus da Europa”.
O fascismo se reforça e se expande com a intolerância, preconceito e violência contra inimigos estigmatizados. Na Alemanha dos anos 1930 do século passado, os inimigos do regime nazista eram os judeus, os gays, ciganos e comunistas.
No Brasil contemporâneo os petistas, de modo específico, e a esquerda e os progressistas, de modo difuso, equivalem aos judeus, aos gays, ciganos e comunistas perseguidos implacavelmente pelo nazismo. É esse o papel que cumpre a contrarrevolução fascista do bolsonarismo.
A construção do inimigo no imaginário social é um processo metódico e persistente de satanização e estigmatização de segmentos da sociedade.
Exatamente como procedeu a elite dominante e sua mídia por meio da guerra semiótica travada para aniquilar Lula e o PT praticamente durante toda a trajetória petista, com impulso decisivo a partir da Operação Lava Jato.
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A mídia hegemônica, sobretudo a Rede Globo, foi fundamental neste processo. Durante anos a fio o consórcio jurídico-policial-midiático-militar incutiu e disseminou ódio antipetista.
A responsabilidade da mídia no contexto atual de fascistização do Brasil foi determinante e essencial – as facções moro-lavajatista e bolsonarista da extrema-direita foram fermentadas e cresceram suas garras sob os generosos auspícios da mídia.
A mídia tem, por isso, uma responsabilidade insubstituível no processo de desfascistização do país, ou seja, na desconstrução do maniqueísmo e do sentimento antipetista que alimenta a espiral fascista do ódio, da violência e do terrorismo político.
Essa é uma tarefa complexa e que demandará anos, para não dizer décadas, com um esforço permanente de recuperação da memória e da verdade e de combate e ilegalização de práticas fascistas e extremistas de direita.
Sem o álibi antipetista que “legitima” sua razão de ser, o fascismo perde muito da sua força e da sua autojustificativa existencial para conduzir a “luta do bem contra o mal”.
A questão, no entanto, é saber se os meios privados de comunicação – seus proprietários, articulistas, editorialistas, colunistas e jornalistas como a Vera Magalhães – estão dispostos a contribuir efetivamente, usando todos os recursos possíveis, para derrotar o fascismo.
Esta parece ser uma parada difícil. Afinal, o antipetismo é o combustível que abastece a máquina de reação da elite dominante para evitar qualquer avanço de políticas distributivas e de igualdade no país.
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Comentários
Zé Maria
A Mídia Venal, de Mercado, está representada, no
Desgoverno Neofascista do Bolsolão, pelo Guedes.
A Globo e a Mídia FasciPaulista continuam sendo a
as Principais Mantenedoras da Política Econômica.
Mario borges
https://www.diariodocentrodomundo.com.br/universal-pede-a-fieis-jejum-de-noticias-na-reta-final-da-campanha/
Então tá senhor Edir. O senhor tem medo dos fiéis tomarem conhecimento exatamente do quê heim?
João de Paiva
Subscrevo a argurta análise de Jéferson Miola, lembrando aos leitores que essa “jornalista”, Vera Magalhães, está encenando uma canatríssima peça, visando levantar a bola da candidata terceira-viática, a latifundiária Simone Tebet, enredando a esquerda em questões identitárias, de gênero, de defesa da mulher, etc. Indiretamente essa “jornalista” joga água nos moinhos da direita golpista e pseudo-fascista (já que vira-latas e entreguista, ao contrário daquele) e “levanta bolas para o bozo-miliciano-pai cortar”, como vimos nesses falos debates promovidos por veículos do PIG/PPV.
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