José do Vale: Minha militância no PDT, hoje arrastado pelo individualismo de Ciro Gomes
Tempo de leitura: 3 minMinha Militância no PDT
Por José do Vale Pinheiro Feitosa*, especial para o Viomundo
Venho de uma geração universitária oprimida pela ditadura. Tínhamos a opção radical como ação.
Como muitos, também fiz “meu caminho de Damasco”, até chegar ao brizolismo e ao seu PDT.
A matriz desse caminho era o fato de ser um dos primeiros médicos a trabalhar diretamente em favelas no Rio de Janeiro e, para uma tese de mestrado, ter estudado a formação histórica delas.
A revelação pedetista veio por vários caminhos: matriz popular da política, senso de realidade, centralidade na educação, saúde e uma forte confiança no povo brasileiro e em sua Nação soberana.
O PDT foi um dos primeiros partidos a organizar a lutas dos povos indígenas, dos negros e da mulher.
O partido se constituiu em movimentos específicos que tratavam também de trabalho, educação, cultura, saúde e habitação.
Em companhia de Eduardo Costa, Claudio Amaral, Antonio Werneck, João Leonel, Maria de Lourdes, entre muitos, fui um dos fundadores do Movimento Socialista da Saúde.
Trabalhamos muito junto à sociedade e à militância de diversos partidos para a Constituição do SUS e sua implementação.
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Fui coordenador do texto de um documento, intitulado Projeto Brasil, a ser apresentado em Congresso do PDT, a pedido de Brizola. A coordenação formal coube a Hésio Cordeiro e teve a participação de Wilson Fadul.
Na segunda campanha de Brizola à Presidência, integrei a direção nacional do PDT para a mobilização. Depois, quando ele saiu candidato a vice do Lula, fiz o mesmo.
Sempre fui de ir para rua panfletar para os candidatos a governador, senador, deputado federal, estadual, prefeito e vereador. Assim, como sempre estive presente nas mobilizações de rua para as grandes questões nacionais.
Esse foi o meu caminho no PDT.
Acontece que, com a morte de Brizola, o PDT foi se despolitizando e acabou se tornando mero cartório eleitoral.
Isso devido à falta da força política de Brizola. E também por erro da esquerda de não entender o papel controlador do fundo partidário associado à falta de democracia interna e firmeza do programa político partidário.
A burocratização da política cria privilégios, atende aos interesses exclusivos das classes dominantes por meio de políticos que controlam mandatos e arranjos espúrios, pois não politizam as dificuldades do povo.
Nesse sentido, Carlos Lupi [presidente nacional do PDT] e Manoel Dias [secretário nacional do PDT] têm que ser lembrados como aqueles que despolitizaram o PDT, tornando-o mero aparelho eleitoral e de gestão de aliança de governos com objetivos de servir aos mandatos eletivos.
Para manter o “patrimônio político de Brizola”, o PDT se apresenta como um partido de esquerda.
Só que, há um bom tempo os portadores de mandatos do voto trabalhista, votam contra trabalhadores e os interesses nacionais.
O PDT hoje se aproxima muito do PTB de Roberto Jefferson.
Lamentavelmente, Lupi e Manoel transformaram o PDT em cartório eleitoral a serviço de alianças e de decisões contra o trabalhador.
Vivaldo Barbosa, João Leonel e muitos companheiros do PDT resistimos. Tentamos criar no PDT sem Brizola uma instância mais política e menos concedente ao poder econômico.
Fomos derrotados pelo Fundo Partidário e pelo livro de Atas das Decisões.
Por ordem dos mandatários fomos sendo barrados nos espaços institucionais e derrotados em eleições anuladas para diversos diretórios e executivas.
O trabalhismo continua vivo como caminho ao socialismo, porém sem mais um polo aglutinador.
A burocracia partidária matou o partido.
O PDT, hoje arrastado pelo individualismo da candidatura Ciro Gomes, representa muito o momento histórico do partido.
E concluo como Darcy Ribeiro:
“Fracassei em tudo o que tentei na vida. Tentei salvar os índios, não consegui. Tentei fazer uma universidade séria e fracassei. Tentei fazer o Brasil se desenvolver autonomamente, e fracassei. Mas os fracassos são minhas vitórias. Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu”.
*José do Vale Pinheiro Feitosa é médico sanitarista.
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Comentários
Mario borges
https://www.brasil247.com/regionais/sul/policia-investiga-ataque-a-vereadora-do-pt-seguida-de-morte-de-bolsonarista
É a barbárie!
Mario borges
Insisto na questão da menina que foi estuprada duas vezes. Primeiro, porque estou estarrecido até agora; segundo, porque vejo algo de muito ruim no fim do túnel.
A menina foi estuprada a primeira vez aos 10 anos pelo primo e agora foi estuprada aos 11 anos pelo tio. Observem que o segundo estupro não foi cometido por alguém que não sabia do primeiro. É aqui que está a banalização do estupro. O tio a estuprou outra vez como se não fosse nada demais. Acontece que o nosso presidente trata as mulheres como lixo e já disse a uma deputada que só não a estuprava porque ela era feia. O fato é que a turma que apoia Bolsonaro o considera um mito. O fã tem tendência a seguir os passos do ídolo. E Bolsonaro banalizou o estupro. Eu tenho certeza absoluta que muitas mulheres passaram a ser vítimas desta banalização depois que ele ascendeu o poder .
Zé Maria
Já dizia o Vlad Ulianov:
“Quem não tem Ideologia
é Escravo da Circunstância.”
Nilton Carvalho
No debate ficou claro que Ciro Gomes é a favor do Bolsonaro, indo contra tudo que o Brizola era. O Ciro era meu candidato, mas agora sou contra ele e a turma do lado dele,
Mario borges
https://www.diariodocentrodomundo.com.br/vou-te-estuprar-te-matar-e-matar-sua-familia-bolsonarista-ameaca-apresentadora-do-dcmtv/
O que me preocupa é que Bolsonaro banalizou a palavra estupro e como ele é misógino eu temo que os dois fatores estejam se somando na mente de seus seguidores mais fanáticos e que estupros possam estar acontecendo em função disso.
Mario borges
https://www.diariodocentrodomundo.com.br/vou-te-estuprar-te-matar-e-matar-sua-familia-bolsonarista-ameaca-apresentadora-do-dcmtv/
Alguém duvida que extremistas deste naipe possam ter estuprado uma menina que já havia sido estuprada? Eu acho que esse caso tem que ser bem investigado e não vou me surpreender se descobrirmos que o tal tio da menina é bolsonarista. Aliás, estupro é uma palavra que o líder dessa turma já usou contra uma deputada. Acontece que eles seguem religiosamente o líder.
Mario borges
https://www.estadao.com.br/economia/farmacia-popular-ministro-queiroga/
Eu heim… E o orçamento secreto não é coisa de Bolsonaro e Lira não senhor Queiroga?
Mario borges
https://www.diariodocentrodomundo.com.br/ate-eduardo-bolsonaro-sai-em-defesa-de-vera-magalhaes-o-que-ocorreu-e-lamentavel/
Ué Eduardo, devemos entender que você está criticando as palavras do seu próprio pai? Sim. Porque deputado papagaio de pirata repetiu exatamente a frase com a qual seu pai agrediu a jornalista no debate da Band.
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