Jeferson Miola: O fascismo profundamente entranhado na sociedade brasileira

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Charge: Victot T.

O fascismo profundamente entranhado

Por Jeferson Miola, em seu blog

A conversa telefônica de Bolsonaro com os irmãos bolsonaristas de Marcelo Arruda, militante do PT assassinado pelo bolsonarista Jorge Guaranho, evidencia o profundo entranhamento do fascismo na sociedade brasileira.

Ninguém esperaria Bolsonaro se solidarizar com a esposa e os filhos do Marcelo, a quem ele asquerosamente se referiu como “o cara que morreu” em uma “briga de duas pessoas”.

É notória a crueldade do Bolsonaro e da matilha fascista, a absoluta indiferença com a vida humana e o total desprezo deles com o sofrimento e a dor alheia. Aliás, eles exaltam a morte e a matança – principalmente da “petezada”, os inimigos que precisam ser aniquilados.

Bolsonaro é um ser poli-classificável. O perfil sócio-psíquico-ideológico dele é encontrável em manuais e enciclopédias.

Ele se enquadra ao mesmo tempo nas classificações [i] de genocida, segundo a Convenção da ONU sobre genocídio [1948], [ii] de sociopata, de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Psiquiátrica Americana, e [iii] de fascista, conforme descreve o Dicionário de Política de Norberto Bobbio e autores.

Jamais se esperaria dele, portanto, um gesto de alteridade e empatia em relação à esposa e aos filhos do Marcelo.

Semanas antes do assassinato do Marcelo, Bolsonaro deu outro exemplo da sua desumanidade fascista.

No Amazonas, promoveu uma motociata e tripudiou a dor e o sofrimento das famílias de Bruno Pereira e Dom Philips, eles também vítimas da lógica fasci-bolsonarista reinante no Brasil.

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Por isso tudo, é de se questionar a respeito da real motivação dos irmãos em conversarem com o principal estimulador do assassinato do próprio irmão, usurpando a representação afetiva e, inclusive, legal, pertencente à esposa e aos filhos do Marcelo.

Um deles reclamou “a esquerda ficar utilizando meu irmão como palco de politicagem” [sic], no que Bolsonaro aproveitou para atacar a presidente do PT: “Com toda certeza, a Gleisi só foi aí no velório para aparecer. Não deixem que a esquerda tire proveito político do episódio”.

O outro irmão declarou que “o presidente nos procurou, nos confortou e disse que ele também não é simpatizante desse tipo de agressão”. E candidamente concluiu: “Deve estar na mente do presidente que agressões covardes doem no peito, doem na alma […]”.

É preciso se perguntar se os irmãos do Marcelo decidiram conscientemente servirem de instrumentos da propaganda fascista, mesmo feita às custas do irmão assassinado por um bolsonarista. Aquele irmão, aliás, que horas antes havia sido tratado pelo interlocutor deles com assombrosa insensibilidade e frieza como “o cara que morreu”.

A crueldade e a maldade do Bolsonaro, que é a expressão da máxima crueldade e maldade fascista, não tem limites.

Bolsonaro acentua a divisão odiosa que ele próprio causa nas famílias, nas escolas, nos clubes, nos grupos sociais; enfim, na sociedade brasileira.

O ódio fascista encontra enorme receptividade no imaginário e na subjetividade de parcelas significativas da mórbida sociedade brasileira.

A adesão social à cosmovisão fascista não é nada desprezível, como confirma a resiliência eleitoral do Bolsonaro, a despeito das atrocidades e barbaridades cometidas por ele.

A escória fascista já pré-existia na sociedade brasileira desde antes do governo Bolsonaro; assim como Bolsonaro sempre existiu sendo o Bolsonaro que é desde antes de ser eleito.

A partir de junho de 2013 esta escória se liberou, saiu do esgoto e se encorajou com a onda fascista nascente. E com a eleição do Bolsonaro em 2018 os ressentidos, reacionários e odiosos ganharam força, vez e voz.

Varrer o fascismo da sociedade brasileira demandará muitos anos, senão algumas décadas de árduo trabalho em torno de um pacto civilizatório no país.

O primeiro e decisivo passo para esta longa e complexa caminhada é a eleição do Lula em outubro próximo já no primeiro turno.

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Tânia Mandarino: Realidade desmonta declarações iniciais dos advogados de Guaranho

Atos em Foz do Iguaçu, Curitiba, São Paulo e Londrina: Justiça por Marcelo Arruda, contra a violência política

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Comentários

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Zé Maria

https://pbs.twimg.com/media/FXjZkt6WQAE-yKl?format=jpg

Atenção Pessoal!

Só a Anitta pode fazer uso da Imagem
para promover a Candidatura do LULA.

Não significa que ela faz Autopromoção
fazendo uso da Imagem do LULA.

para https://pbs.twimg.com/media/FXzeSrEUsAcGOh0?format=jpg

https://twitter.com/Anitta/status/1548356819147300866
https://twitter.com/Anitta/status/1547225707905957888

Zé Maria

https://pbs.twimg.com/media/FXgnwMgXgAgyTY1?format=jpg

“Bolsonaro quis tomar do Brasil as Cores
Verde e Amarela.
O Brasil não é meu Partido, meu Partido é o PT.
E a Bandeira do Brasil é a Bandeira do meu País.”
“Soberania é o Povo comer, estudar, trabalhar.
Você não tem Soberania ou Independência
com o Povo passando Fome.”
“Ninguém tem como consertar o País Sozinho,
preciso do Povo Brasileiro comigo nessa.
#VamosJuntosPeloBrasil!”

LULA
https://twitter.com/LulaOficial
https://pbs.twimg.com/media/FXv-mB4VQAE2i8v?format=jpg

Zé Maria

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“O Fanatismo é uma Loucura Religiosa, Sombria e Cruel.

É uma Doença do Espírito que se Espalha como Varíola [ou Covid-19].

Os Livros a Comunicam Muito Menos do que os Cultos [e os ‘Podcasts’].”

VOLTAIRE (1694-1778)
l’Encyclopédie, 1771
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    Zé Maria

    Adendo

    [“Cultos, Pódikéstis ou Láivis”]
    .

Zé Maria

DICIONÁRIO DE POLÍTICA

Norberto Bobbio,
Nicola Matteucci e
Gianfranco Pasquino

Editora UnB
11ª edição

VOLUME 1

FASCISMO = Páginas 466 a 474 (600 a 608 do pdf)

Veja também:
ANTI-FASCISMO = Páginas 35 a 39 (58 a 63 do pdf)

LAICISMO = Páginas 670 a 673 (845 a 849 do pdf)

https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2938561/mod_resource/content/1/BOBBIO.%20Dicion%C3%A1rio%20de%20pol%C3%ADtica..pdf

José Carlos R. Campos

Jeferson Miola como sempre, em sua análise correta e sucinta, vai direto ao ponto, sem rodeios e divagações. O único ponto em que discordo de sua espetacular análise, é se teremos eleição em outubro, já que os milicos milicianos de bolsonaro, junto com o chefete deles, estão preparando um golpe antes das eleições.

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