ComunicaSul revela como a “narcopolítica” se reorganizou na Colômbia em torno do Clã do Golfo, o maior cartel de drogas do país
Tempo de leitura: 16 minEXCLUSIVA: As estreitas relações entre maior cartel de drogas e política na Colômbia
“O clã do Golfo é o maior e mais poderoso exército do país. É uma herança do governo Uribe que permitiu falsas entregas de armas”, diz o senador Cepeda
Por Vanessa Martina Silva, ComunicaSul
Não foi notícia na Colômbia nem em qualquer outra parte do mundo, muito menos no Brasil, mas na última terça-feira (7), uma comissão no Senado colombiano debateu, na presença do ministro da Defesa do país, Diego Andrés Molano, a situação do chamado Clã do Golfo, maior facção criminosa colombiana e a extradição de seu líder máximo, Otoniel, para os Estados Unidos.
Apesar do silêncio midiático, foram levantados pontos importantes a respeito de como a outrora chamada “narcopolítica” colombiana se reorganizou em torno dessa organização, no país chamada de Bacrim, cuja tradução mais aproximada para o português seria facção criminosa.
O senador pelo Partido da Aliança Verde Antonio Sanguino denunciou, durante a sessão, que a extradição de Otoniel tem o objetivo de omitir a verdade.
Além disso, a atual vinculação entre o narcotráfico e a política é uma “versão mais degradada” do que foi a parapolítica nos tempos do ex-presidente Álvaro Uribe (2002 – 2010).
“O Clã do Golfo é o maior e mais poderoso exército do país. É uma dissidência do fragmentado processo com as AUC [Autodefesas Unidas da Colômbia], uma herança do governo Uribe que permitiu falsas desmobilizações e falsas entregas de armas”, afirmou o senador Iván Cepeda, do Partido Pacto Histórico Alternativo em uma série de publicações no Twitter. Ele participou com Sanguino da sessão de terça-feira no Congresso.
Otoniel
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A primeira questão que é preciso esclarecer é: quem é Otoniel?
Batizado como Dairo Antonio Úsuga David, ele também já usou Mauricio e Mao como “nomes de guerra” e era o homem mais procurado da Colômbia.
Em 23 de outubro de 2021, Otoniel foi capturado no estado de Antioquia em uma ação conjunta entre a Polícia Nacional, a Força Aérea e o Exército da Colômbia.
De acordo com a Revista Semana, foram utilizados 500 homens das forças especiais, 150 unidades de inteligência, 22 helicópteros e agências de inteligência de Estados Unidos e Reino Unido.
O presidente colombiano, Iván Duque, afirmou naquele momento que a captura de Otoniel “é um golpe somente comparável à queda de Pablo Escobar, nos anos 1990”.
Contra o “capo dos capos” pesam, em território colombiano, mais de 120 ordens de captura por crimes como: narcotráfico; recrutamento de crianças; crimes sexuais; extorsão; homicídio; deslocamento forçado de pessoas; tráfico de armas; criação de grupos armados e crimes de lesa humanidade.
Além dos temas com a Justiça colombiana, o chefe dos chefes também tinha mandados de busca na Interpol e um pedido de extradição para os EUA por delitos de narcotráfico. Foi este que gerou mais controvérsias.
Isso porque em 4 de maio deste ano foi realizada a extradição, em tempo recorde, sendo que apenas um dia após sua captura, o Ministério da Defesa já havia declarado que o fato seria consumado. Nos Estados Unidos, ele pode pegar pena de 20 anos à prisao perpétua.
Clã do Golfo
O Clã do Golfo não é um grupo paramilitar apenas.
“É uma organização de extrema-direita contrainsurgente e que está muito ligada ao Exército”.
Essa foi a definição dada pelo historiador, economista, professor titular da Universidade Pedagógica Nacional de Bogotá, Renan Vega Cantor, em entrevista à ComunicaSul, concedida em maio, em Bogotá.
Ele destaca que entre seus membros estão militares ativos e até de alta graduação, “há pessoal militar na folha de pagamento e que seguem recebendo pagamento extra do Clã do Golfo”.
Se conoce vídeo donde civiles -fuertemente armados- patrullan en conjunto con la Policía las calles de San Jacinto – Bolívar.
Se presume que estos individuos hacen parte del grupo paramilitar CLAN DEL GOLFO autodenominado Autodefensas Gaitanistas de Colombia. pic.twitter.com/gpSIPzcb7l— Jahfrann (@Jahfrann) May 9, 2022
Comprova essa declaração outra dada em seu Twitter por Cepeda, que ressaltou que “defensores do povo e sacerdotes têm denunciado que o Exército não está atuando ‘com a mesma contundência’ quando se trata de atacar o Clã do Golfo, como o faz com a guerrilha: ‘nas aldeias se sabe quem são uns e outros e são vistos juntos’”, diz, citando a declaração dada pelo sacerdote Albeiro Parra, presidente da Coordenação Regional do Pacífico em abril desde ano.
A Igreja Católica tem muita incidência nessas pequenas comunidades e tentou reportar, no começo do ano, as evidências de que o Exército estava vinculado à facção criminosa Clã do Golfo.
Moradores e lideranças pediram mais presença do Exército na região, pois em fevereiro, cinco comunidades foram obrigadas a abandonar seus territórios no Sul do estado de Chocó por enfrentamentos entre o ELN e o Clã do Golfo, evidência do que é classificado como “deslocamento forçado”.
A Igreja destaca, como evidenciado por Cepeda, que a mão armada do governo combateu apenas a guerrilha.
“Nas aldeias eles sabem quem são uns aos outros, e os vêem juntos [Clã do Golfo e Exército], em Puerto Meluk eles estão juntos, nos rios há postos de controle, que eles chamam de ‘pontos’, então o Exército sabe onde eles estão, por que não faz nada?”, questiona o padre.
A visão é corroborada pelo major Jorge Arévalo Cardoso que, durante informe de apreciação da segurança da região, apontou que os membros da facção criminosa contam com “treinamento, tendo em conta que, em sua maioria, são reservistas ou soldados profissionais retirados”.
Ainda de acordo com o major, a estratégia utilizada pelo grupo, que detém a rota do narcotráfico naquela região, tem sido enviar futuros combatentes para o serviço militar e uma vez concluído, “ingressam à estrutura armada, assim como soldados profissionais que se retiram da força”.
Seguindo as pistas desse entrelaçamento, Iván Cepeda menciona, ainda, a apreensão, em julho de 2019, de um caminhão do Exército carregado com 200 mochilas com o emblema da Polícia Nacional e duas mil camisetas verde-oliva, de uso exclusivo das Forças Armadas.
6. Personeros y sacerdotes han denunciado que el Ejército no está actuando “con la misma contundencia” cuando se trata de atacar al Clan del Golfo, como si lo hace con la guerrilla: “En los caseríos saben quiénes son unos y otros, y los ven juntos”.
— Iván Cepeda Castro (@IvanCepedaCast) June 7, 2022
No mesmo ano, o coronel do Exército Elkin Argote Hidalgo foi encontrado dando cobertura ao narcotraficante Miguel Antonio Bastidas Bravo, conhecido como Gárgola, que foi detido em um veículo oficial da corporação.
De acordo com a organização não governamental Corpo Jurídica, em 12 estados e 70 municípios do país foram realizados grafites e entregue panfletos “respaldando” os protestos que estavam sendo realizados no país. O mesmo havia sido feito com as AUC em seu momento.
#Atención Según información recopilada en medios de comunicación, org sociales y comunidades, el 30 de sep, en 12 dptos y 70 municipios del país, fueron realizados grafitis y dejado un panfleto suscrito por las autodenominadas Autodefensas Gaitanistas de Colombia “AGC”.
Hilo 🧵👇 pic.twitter.com/W5Rn3bx4YS— C. Jurídica Libertad (@CorpoJuridicaLi) October 2, 2020
De acordo com a polícia colombiana, o Clã do Golfo trafica, em média, 20 toneladas de cocaína por mês.
Para efeitos de comparação, o mexicano El Chapo Gusmán, condenado à prisão perpétua nos Estados Unidos traficou, durante três décadas, 528 toneladas de cocaína.
O ganho estimado é de 11,81 bilhões de dólares (54,8 bi de reais). Pela produtividade, o Clã do Golfo atingirá essa meta em pouco mais de dois anos.
A droga colombiana é enviada a 28 países por meio de intermediários e outros cartéis internacionais. Ainda que a produção pareça absurda, estima-se que o grupo controle apenas 30% do narcotráfico na Colômbia.
A ação mais dramática realizada pela organização, que existe desde meados dos anos 2000, foi uma paralisação armada, realizada no último dia 5 de maio, após a extradição de Otoniel, quando em 178 municípios de 11 dos 23 estados do país, foi proibido abrir o comércio e locomover-se por qualquer meio de transporte.
De acordo com a JEP, 24 civis e dois membros das forças públicas morreram nos quatro dias de ação criminosa. Foram bloqueadas 26 estradas, 138 comunidades ficaram confinadas, 180 veículos foram queimados, incluindo 100 tratores e foram registrados 22 ataques ao Estado nos quatro dias de ação dos criminosos.
A partida de futebol entre Jaguares e Medellín, que seria realizada em 7 de maio, não ocorreu porque o último clube não encontrou condições para se deslocar em segurança.
O jogo ocorreria em Montería, capital do estado de Córdoba, no Norte do país. Imagens (veja abaixo) mostram apenas um time em campo.
😧 ¿Y entonces, aquí qué? 😐 El partido Jaguares vs. Medellín, programado para ayer a las 8:15 p. m., en Montería, finalmente no se llevó a cabo. Le damos detalles de lo sucedido → https://t.co/tYASpzqkAp
— EL TIEMPO (@ELTIEMPO) May 8, 2022
A avaliação é de que a ação custou, em termos financeiros, 623,5 milhões de reais por dia, de acordo com estimativas do observatório fiscal, da Universidade Javeriana.
A esse respeito, o senador Iván Cepeda foi taxativo ao dizer que, apesar das advertências, o ministro Diego Molano não fez nada para prevenir a ação e “deixou os colombianos à sua própria sorte”.
Renan Vega considera que esses acontecimentos foram um recado político diante da possibilidade de vitória da coalizão progressista Pacto Histórico, liderada por Gustavo Petro e Francia Márquez.
“isso é simplesmente uma antecipação do que vai acontecer [caso Petro vença as eleições]. Estão sendo colocados todos os elementos para tornar esse país ingovernável e criar um governo alternativo”.
Extradição
Otoniel tem, na Colômbia, seis condenações vigentes, que oscilam entre 40 e 50 anos.
Com a extradição, ele vai responder pelo crime de narcotráfico nos EUA e, portanto, as vítimas colombianas ficarão sem reparação e o país não poderá conhecer os meandros da organização e buscar formas de neutralizá-lo.
Alias Otoniel tiene 122 órdenes de captura y 7medidas de aseguramiento en 🇨🇴 y fue extraditado por Duque por 2 o 3 delitos.
Homicidio, concierto para delinquir, secuestro, desaparición forzada, desplazamiento y reclutamiento forzado.
Todos estos delitos, Otoniel no los pagará. pic.twitter.com/EoubnmCo1c
— Antonio Sanguino Senador (@AntonioSanguino) June 7, 2022
Citando o Ministério da Justiça, o senador Sanguino afirma que a ação do governo Duque corresponde ao que foi feito na gestão Uribe. De 2006 a 2018, foram extraditados 32 paramilitares desmobilizados das Autodefesas Unidas da Colômbia, 30 deles na gestão de Uribe e dois no governo Juan Manuel Santos (2010-2018).
Destes, 12 foram excluídos da Lei de Justiça e Paz e 11 se mantêm extraditados ou postulados nessa lei. Porém, o governo admitiu que desconhece o paradeiro de oito dessas pessoas.
Entre os que têm “paradeiro desconhecido”, muitos retornaram à Colômbia, enquanto vários dos que foram extraditados entre 2008 e 2009 estão cumprindo pena por narcotráfico e outros “seguem vivendo nos EUA, foram sem passagem de volta, alegando que por ‘tema de segurança’ não podem voltar ao país”, afirma Sanguino.
“Um deles, Juan Carlos Serra, El Tuso, após cumprir pena de cinco anos, conseguiu um visto de trabalho para ficar nos EUA, sem arcar com as condições de verdade e reparação das vítimas”, destaca o senador.
Criticando o tratamento dado a esses extraditados, o senador cita ainda o caso de Fredy Castillo Carrillo, conhecido como Pinóquio.
Ele voltou para a Colômbia sem que nenhum órgão do governo soubesse, se transformou em líder social na Serra Nevada de Santa Marta e passou a contar com proteção da unidade nacional de direitos humanos.
De acordo com Sanguino, em artigo publicado em 2020, Pinóquio se tornou o principal líder e financiador das Autodefesas Conquistadores da Serra.
Em 19 de janeiro de 2022, ele foi detido em Madri, na Espanha, acusado pelos crimes conspiração para cometer crime e homicídio agravado e de dirigir a organização paramilitar Los Pancheca. A Colômbia pediu ao governo espanhol sua extradição.
Por fim, após cumprir pena nos EUA, os colombianos não são deportados para acertar as contas no país, aponta Sanguino.
Ao contrário. Huber Aníbal Gómez, um dos oito “desaparecidos”, conhecido como Mello Rico, por exemplo, hoje é pastor evangélico e realiza pregações em prisões do país. Ao consultar seus antecedentes penais consta que ele “não tem assuntos pendentes com as autoridades de Justiça”.
Documento: Divulgação
“Esse tipo de conduta não pode ser aceita em um país soberano. A Colômbia não é uma República bananeira, ou o quintal dos EUA, mas uma nação com uma Constituição, com normas legais e com dignidade, que deve ser honrada para os seus cidadãos da Colômbia e para os que foram vítimas de graves violações aos direitos humanos”, afirmou o senador diante do ministro da Justiça.
O jornalista Daniel Coronell observa que a suspensão temporária da extradição de Otoniel, naquele momento ordenada pelo Conselho do Estado, poderia contribuir “para que a Colômbia conheça mais verdades”.
O pedido foi feito por organizações de vítimas. Há uma omissão dos direitos das vítimas e um abuso dessa normativa de extradição, avalia Sanguino.
O narcotraficante “mais procurado do mundo” é extraditado para os EUA pela Colômbia
Bogotá extraditou o suposto líder do cartel do Clã do Golfo, Dairo Antonio Usuga David, para os EUA depois que seu grupo foi acusado de contrabandear cerca de 73 toneladas de cocaína. Par-EU. pic.twitter.com/l7d6xFvunW
— @torok (@torok19284339) May 6, 2022
Já Iván Cepeda é taxativo ao apontar que a vinculação de membros do Exército com a facção criminosa faz não ser coincidência que “a mesma força pública tenha se dedicado a sabotar a declaração de Otoniel diante da JEP e da Comissão da Verdade. Houve impedimentos, sabotagens e pressões para que não contasse a verdade sobre o ocorrido durante o conflito armado”.
Ainda de acordo com o senador do Pacto Histórico Alternativo, a JEP e a Comissão da Verdade denunciaram “suspensão das diligências, presença policial que vulnerava o princípio de confidencialidade, ações intimidatórias da testemunha, limitação arbitrária do tempo de entrevista, furto do gravador com as informações coletadas, entre outras coisas”.
Clã do Golfo cresce
Em seu discurso, Sanguini denuncia que o Clã do Golfo cresceu durante o governo de Iván Duque e é a reinvenção de uma estrutura criminosa remanescente das Autodefesas Unidas da Colômbia.
Recentemente, são chamadas também de Autodefesas Gaitanistas da Colômbia, com o objetivo de “atribuir-se uma natureza política”, ideológica.
El Clan del Golfo, la organización narcortraficante que se hace llamar Autodefensas Gaitanistas de Colombia, paraliza once departamentos, mata doce personas, quema camiones y buses, mientras la presencia del Ejército es mínima o nula en esas zonas ¿Qué esta pasando?
— Daniel Coronell (@DCoronell) May 7, 2022
Aqui, faz-se necessário um esclarecimento sobre o que é ser “gaitanista”.
O termo se refere a Jorge Eliézer Gaitán, ex-candidato do Partido Liberal à presidência da República, com grande chance de ser eleito no pleito de 1949, mas assassinado em 1948, o que gerou ampla comoção nacional.
A intensa onda de protestos ficou conhecida como Bogotaço e deu origem ao período conhecido como “La Violência”.
Em 2016, Gloria Gaitan, filha do ex-candidato, denunciou a falsificação histórica, sobre o tema que “nós gaitanistas lutamos para que a opinião pública faça a diferença entre gaitanismo e gaitanear, ou seja, o uso meramente oportunista da figura de nosso herói e ideólogo, e rejeitamos com raiva o fato de que, para alcançar o reconhecimento popular ou o reconhecimento oficial, as gangues criminosas se chamam ‘gaitanistas’, acrescentando assim outro crime à sua vida criminosa, contrariando a exigência de verdade e transparência que a nação merece e exige”.
Segundo Sanguino, nos últimos quatro anos, ao invés de o grupo reduzir sua capacidade criminosa, ele aumentou “no governo da segurança” de Duque.
Citando dados oficiais, ele diz que segundo o Ministério da Defesa, “o Clã do Golfo tem 3.167 membros. Porém, o próprio ministério diz que entre 7 de agosto de 2018 a 31 de março de 2022, 7.921 homens foram capturados e 150 mortos em operação”.
“Se falamos de uma estrutura de 3.167 pessoas, não falamos de qualquer grupo, mas uma organização criminosa complexa, que aumentou sua complexidade nos quatro anos de governo Duque. Está presente em 13 departamentos, 147 municípios. Outras fontes falam que esta estrutura está em 17 departamento com tentáculos em 28 países”. acrescenta.
Esta reportagem não conseguiu confirmar os números apresentados pelo senador e, diante da total fala de transparência do governo colombiano, com base em dados e documentos oficiais, é possível ver que, de fato, houve um aumento na quantidade de integrantes da organização criminosa.
O cartel de narcotraficantes clã do Golfo ameaçou na quinta-feira abater quem sair à rua no noroeste da Colômbia, em retaliação pela extradição do líder Dairo Antonio Usuga, conhecido por “Otoniel”, para os Estados Unidos.https://t.co/ox2nqEW47V pic.twitter.com/o46Rh6VNIT
— JM MADEIRA (@jmmadeiraRAM) May 6, 2022
Documento do Ministério da Defesa de 2019, ou seja, já na gestão de Duque, registra que a quadrilha tinha mais de 1.600 homens armados “junto a um número superior de pessoas vinculadas a redes criminosas”.
Porém, no mesmo ano, a pasta informou que, de 1º de janeiro a 4 de julho foram capturados 1102 integrantes da organização e 26 morreram em combate. Uma conta simples dá a entender que o grupo chegaria a 2020 completamente desestabilizado, com menos de 500 integrantes. Só que não.
Entre 1º de janeiro e 20 de julho de 2020, mais de 637 membros foram capturados e 16 mortos, segundo a Defesa.
Seria o fim total do grupo, mas outro documento, desta vez da Presidência da República, em informe ao Congresso, diz que entre 7 de agosto de 2018 a 31 de maio de 2021, 5.691 membros do Clã do Golfo foram neutralizados (desmobilizados, capturados ou mortos).
Já dados do Exército, no informe executivo Conquistas e Objetivos Missionais, de 2021, apontam que naquele ano foram neutralizados 1.187 integrantes do bando armado, contra 591, em 2020.
Por sua vez, a Procuradoria do país disse que, em 2020, apenas no estado de Chocó existiam 1.750 integrantes tanto da guerrilha Exército de Libertação Nacional (ELN), como do Clã do Golfo.
Mais adiante, o documento diz que foram capturados 6.852 integrantes de diversas organizações criminosas — o Clã do Golfo é a maior delas.
Quadrilha Política
Com capacidade de exportação de dezenas de toneladas de cocaína por mês, o Clã do Golfo não se trata de um comércio de bairro, “é uma estrutura criminosa com grande rede de financiamento. Não é, tampouco, somente uma estrutura mafiosa, ou do narcotráfico. Tem uma variável política que estamos chamando de Bacrim [facção] política, semelhante ao que foi a parapolítica em tempos do governo Uribe”, adverte Sanguini.
“Assim como houve parapolítica nos tempos de Uribe com as Autodefesas Unidas da Colômbia, o que foi demostrado convincentemente pela Justiça, há também um entramado de estruturas armadas complexas, mercados ilegais e atores políticos, como é o caso de Otoniel e as Autodefesas Gaitanistas”, denuncia o político.
A vinculação da facção com a política foi revelada pelo próprio Otoniel que, nos dias 23 de março e 19 e 20 de abril, esteve diante da Jurisdição Especial da Paz (JEP) e mencionou pelo menos 63 pessoas, entre ex-senadores, ex-governadores; ex-deputados, além de funcionários, ex-funcionários e até entidades que supostamente tiveram vínculos com o Clã do Golfo.
Chama a atenção na lista o nome do ex-ministro do Interior e Justiça Sabas Pretelt, condenado pela compra de votos de parlamentares para garantir a reforma constitucional que permitiu a reeleição de Uribe, em 2006.
De acordo com o jornalista Daniel Coronell, que revelou a informação em sua coluna, Otoniel garantiu que no estado de Casanare e parte de Meta, 5% do orçamento de obras públicas eram entregues aos paramilitares. O “pedágio” era pago pelas prefeituras ou pelos contratistas tanto nos contratos municipais como governamentais.
Até as universidades entraram na “delação”.
“A Universidade de Cartagena [pública, em Cartagena das Índias] e a Universidade Sergio Arboleda [privada, na capital, Bogotá] também tinham alguns contratos muito grandes, com o conhecimento de toda a organização (…) O hospital está lá e o governador o deu diretamente à organização [Clã do Golfo]. O contrato foi deixado para o Bloque Centauros [das AUC, grupo paramilitar que atua na região]. A Universidade de Cartagena o fez, mas os lucros eram da organização [Clã do Glofo]”, revelou Otoniel.
Ainda de acordo com o chefe da facção criminosa, paramilitares retribuíam o serviço com voto de cabresto: “Não foi financiado. Eles colaboraram nas áreas sobre a questão política para que as pessoas realmente votassem no governador que a organização via como o melhor”.
Iván Cepeda aponta que o fracasso da guerra às drogas no país se deve justamente aos múltiplos vínculos existentes entre o Clã do Golfo e oficiais da Força Pública, como mencionado acima.
Pior que a parapolítica
“Essas relações precisam ser estudadas tão profundamente no país como o foi a parapolítica”, assevera Sanguino.
Hoje o uribismo está debilitado, após diversas denúncias de corrupção, o escândalo dos Falsos Positivos e as investigações em torno de Álvaro Uribe.
“É preciso que se conheça e desarticule essa nova versão mais degradada do que foi, em seu momento, a parapolítica”, arremata Sanguini.
Iván Cepeda, senador pelo partido Pacto Histórico Alternativo observa que “a política de segurança contra o Clã do Golfo, bem como a guerra às drogas, fracassou estrondosamente. O único caminho para a paz total e o fim do conflito armado é uma política de diálogo para submissão coletiva”.
Como recomendação para o próximo governo, que será eleito em 19 de junho, Sanguini recomenda “revisar o decreto de extradição de Otoniel e estabelecer acordos pertinentes com os EUA para garantir e estabelecer a compatibilidade com a Justiça colombiana e completar sua passagem de volta”.
Lei do tratado de extradição para corrigir esse problema para que nenhum governo aproveite a falha no tratado de extradição para ocultar a verdade e impedir que a Justiça colombiana faça o que lhe corresponde.
Renan Vega considera que ainda que a extrema-direita não vença as eleições, ela segue ativa no país porque tem seus exércitos privados. “Na Colômbia, a direita tem exércitos privados que estão ligados à mesma lógica contrainsurgente do Estado e das Forças Armadas, então não vão ficar com os braços cruzados”.
O professor considera que Petro terá, se eleito, como desafio maior eliminar a doutrina do inimigo interno presente na ideologia das Forças Armadas. Também terá que erradicar a contrainsurgência, bem como os acordos militares com os Estados Unidos.
Outro lado
O governo, na pessoa do ministro Molano, durante o debate no Senado, afirmou que a paralisação armada do Clã do Golfo foi realizada para se posicionar politicamente e obter perdão social.
Com relação ao questionamento quanto à extradição do chefe do Golfo, Molano reafirmou que “o melhor modelo para combater personagens como Otoniel é a extradição, para que a partir daí ele possa fazer reparações às vítimas, dizer a verdade e evitar a possibilidade de continuar matando”.
*Recentemente a Agência ComunicaSul esteve presente na Colômbia graças ao apoio das seguintes entidades: Associação dos/das Docentes da Universidade Federal de Lavras-MG, Federação Nacional dos Servidores do Poder Judiciário Federal e do MPU (Fenajufe), Confederação Sindical dos Trabalhadores/as das Américas (CSA), jornal Hora do Povo, Diálogos do Sul, Barão de Itararé, Portal Vermelho, Intersindical, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Sindicato dos Bancários do Piauí; Associação dos Professores do Ensino Oficial do Ceará (APEOC), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-Sul), Sindicato dos Bancários do Amapá, Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Sindicato dos Metalúrgicos de Betim-MG, Sindicato dos Correios de São Paulo, Sindicato dos Trabalhadores em Água, Resíduos e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp Sudeste Centro), Associação dos Professores Universitários da Bahia, Sindicato dos Trabalhadores no Poder Judiciário Federal do RS (Sintrajufe-RS), Sindicato dos Bancários de Santos e Região, Sindicato dos Químicos de Campinas, Osasco e Região, Sindicato dos Servidores de São Carlos, Sindicato dos Trabalhadores no Poder Judiciário Federal de Santa Catarina (Sintrajusc); mandato popular do vereador Werner Rempel (Santa Maria-RS), Agência Sindical, Correio da Cidadania, Agência Saiba Mais, Revista Fórum e centenas de contribuições individuais.
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Comentários
Zé Maria
“Cuando los pueblos indígenas y Afrodescendientes
caminamos en unidad y armonía cambia #colombia.
Que los vientos del sur nos alienten
y guíen en este momento histórico.”
#PetroyFranciaSonElCambio
FRANCIA MÁRQUEZ MINA
Fórmula Vicepresidencial
con @PETROgustavo
Zé Maria
https://pbs.twimg.com/media/FVKLhahWAAE7fyJ?format=jpg
“Na Colômbia Vencerá a Paz e a Vida:
Petro Presidente e Francia Vice Presidenta”
“Acompanhamos o povo colombiano para que possa superar democraticamente a política de fome e repressão, e assim alcançar as transformações necessárias para a sociedade como um todo, e que exigem um governo comprometido com a paz e o reconhecimento das forças sociais e populares, a juventude revolucionária, as organizações de base, os camponeses, as comunidades negras e os povos indígenas.
Rejeitamos a ideia de que por mais quatro anos o povo colombiano continue sendo vítima da violência, da repressão e da fome por parte do Estado e da elite gananciosa e sanguinária que permanece entrincheirada no poder.
Entendemos a necessidade estratégica de uma mudança democrática e progressista na Colômbia para construir uma região com soberania e justiça social, que finalmente dê as costas aos interesses estadunidenses e se articule com as necessidades dos povos de toda a ‘Pátria Grande’, e que pela primeira vez nos últimos 70 anos, ele começa a olhar para os lados para se relacionar e não para ameaçar com gritos e tiros.
Após quatro anos de políticas regressivas em termos de direitos, violência social e política sem trégua, ataques à solução política do conflito e desrespeito aos acordos de paz, os colombianos têm a oportunidade de finalmente virar a página do Uribismo e sua política neoliberal de guerra que subjuga o país há mais de 20 anos.
Conhecemos o sofrimento e a resistência desse povo, mas também sabemos de seus sonhos e construção de alternativas em cada território, em cada luta por uma sociedade mais justa, pacífica e igualitária.
Sabemos também que espaços democráticos, movimentos sociais e populares, lideranças sociais e ambientais, comunidades indígenas e afrodescendentes do país promovem uma ‘Mudança pela Vida’ com a articulação em torno da campanha do ‘Pacto Histórico’.
E embora os profetas do ódio, a máquina de guerra tradicional, midiática e econômica tentem salvar seus privilégios apelando para promover candidaturas fascistas que parecem neutras, a grandeza e a sede de justiça do povo colombiano tomaram a decisão histórica de transformar o país de uma vez e para sempre no próximo dia 19 de junho votando em ‘Gustavo Petro e Francia Márquez’.
Apelamos a todos os movimentos populares, forças democráticas, progressistas, humanistas e revolucionárias em todo o continente para apoiar a paz e a vida nestas eleições.
A todos os companheiros e companheiras dentro e fora da Colômbia que votem para expulsar a direita do governo e continuar lutando.
Nós, os ‘Pueblos de Nuestra América’ e ‘ALBA – Movimentos’, não temos dúvidas de que lado da História ficar.”
Íntegra: https://t.co/qp6YAMD72X
http://albamovimientos.net/na-colombia-tem-que-vencer-a-paz-e-a-vida-petro-presidente-e-france-vice-presidenta/
https://capiremov.org/quem-somos/
https://capiremov.org/tag/movimento/
https://capiremov.org/experiencias/alba-movimentos-povos-de-nuestra-america-construindo-integracao-regional/
https://capiremov.org/experiencias/nas-americas-a-cupula-e-dos-povos-nao-do-imperialismo/
Zé Maria
Colombia
Elecciones Presidenciales
La Última Gran Encuesta (YanHaas)
Segunda Vuelta
GUSTAVO PETRO le saca 10 puntos a Rodolfo Hernández
en última encuesta de Yanhaas
La última encuesta presidencial de cara
a la segunda vuelta del próximo domingo
19 de junio en Colombia muestra este sábado
a Gustavo PETRO en PRIMER LUGAR de intención
de voto con un 45 %,
mientras que Rodolfo Hernández BAJÓ a un 35 %.
El sondeo de la firma Yanhaas para Noticias RCN presenta la alternativa del voto en blanco con un porcentaje del 13 % y un margen de error del 3,2 %.
Gustavo PETRO SUBIÓ tres puntos respecto al sondeo anterior de dicha encuestadora, que a inicio de mes lo situaba con un 42 % de intención de voto.
Rodolfo Hernández BAJÓ seis puntos.
POR REGIONES
La encuesta de Yanhaas, que tiene una muestra de 1.234 personas, registra por regiones que en BOGOTÁ,
Gustavo PETRO mantiene un 49 % [!!!]
y a Rodolfo Hernández se aprecia una variación a la BAJA
de un punto, al pasar de un 31 % a un 30 % de intención
de voto.
En Antioquia y el Eje Cafetero, Rodolfo Hernández BAJÓ
de un 49 a un 42 %,
mientras que Gustavo PETRO SUBIÓ de un 29 a un 34 %.
En la región CARIBE, PETRO pasó del 47 % al 55 % [!!!]
y Hernández bajó de un 36 % a un 26 %.
En la zona CENTRO ORIENTE, Hernández lidera pero BAJÓ
del 56 % al 50 %
y Petro, por su parte, pasó del 30 % al 31 %.
En la región PACÍFICA, PETRO pasó del 65% al 64% [!!!]
y Rodolfo Hernández BAJÓ del 24 % al 23 %.
[ElComercio.Pe]
Zé Maria
.
.
“No hay que ser Petrista para votar por PETRO”
Natalia Reyes
Actriz Colombiana
https://twitter.com/NataliaReyesg/status/1533975936835670018
.
.
https://twitter.com/i/status/1535970177199681536
“Dejamos nuestras diferencias para
evitar que las cosas sigan igual”
#ElCambioEsImparable
Senadora Angélica Lozano
Alianza Verde
Coalición Centro Esperanza
“Por las mujeres, jóvenes, viejos, por los que sobran
y quieren más democracia, votaré por Gustavo PETRO
y Francia Márquez.
#ElCambioEsImparable y les invito a sumarse.
Dejamos nuestras diferencias para evitar que las cosas sigan igual.
¡Vamos juntos a sacar a Colombia adelante!”
Senadora Angélica Lozano
Alianza Verde
Coalición Centro Esperanza
https://twitter.com/AngelicaLozanoC/status/1535970177199681536
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“No le temo a un cambio que nunca he visto,
le temo al continuismo que lo he soportado
toda la vida.”
Elizabeth Cristina Ortiz Peña
https://twitter.com/ElizbethCristi7/status/1535793977940910080
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Zé Maria
https://pbs.twimg.com/media/FVGuml0WIAAjwJm?format=jpg
Colombia
Elecciones Presidenciales
Segunda Vuelta
La Última Gran Encuesta (YanHaas)
Gustavo Petro: 45%
Rodolfo Hernández: 35%
En Blanco: 13 %
Margen de Error: 3,2 %
https://twitter.com/oscaryara2/status/1535700726739087365
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https://twitter.com/alejarojas_g/status/1535694982769782786
Zé Maria
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“Colombia con Petro para todos los Colombianos y las Colombianas.”
https://www.orangesmile.com/common/img_country_maps_provinces_560/colombia-map-provinces-0.jpg
“Un Nuevo Día Para Colombia.
El optimismo visto en las urnas de votación y los contundentes resultados han marcado el inicio de la revolución del cambio por la vida.
Han marcado también una nueva era para que nuestra Nación pueda comenzar a sanar y, entre todos y todas, podamos escribir una nueva página de la historia de Colombia.
Ayer, en las urnas, logramos demostrar que la única arma que necesitamos para hacer realidad el cambio, que necesitamos y proponemos, es un esfero.
El 29 de mayo ha sido un día histórico para el país.
Millones de colombianos y colombianas, desde el Pacífico hasta el Caribe, desde el Llano a los Andes, eligieron demostrar que en Colombia no tenemos miedo y estamos listos para transformar nuestro país.
Hemos dicho que queremos una sociedad libre y que estamos llenos de energía para hacer realidad esa Colombia con la que soñamos.
Me enorgullece representar su sed de justicia, de paz y de cambio. Años de dolor y decepción nos han traído hasta este momento en que la esperanza se abre camino en contra de los que quisieron hacernos creer que el cambio no es posible.
Ellos no saben que, más allá de la política, un nuevo país se está gestando: una Colombia trabajadora, diversa e inclusiva y con ganas de vida. No lo saben porque esta es una realidad que solo se puede percibir recorriendo el país, puerta a puerta, colombiano a colombiano, como lo hemos hecho en el Pacto Histórico.
Esta campaña nos ha llevado a los 32 departamentos del país. Hemos visitado más de 100 municipios, donde llenamos cientos de plazas públicas y nos reunimos con miles de ciudadanos y ciudadanas en varios encuentros ‘Petro Te Escucha’.
Por eso Francia, todo nuestro equipo y yo sabemos que Colombia está lista para un cambio a todo nivel, un cambio que garantice la materialización de los derechos fundamentales para todos los colombianos y las colombianas.
Hablamos de un cambio que implica un proceso de industrialización sostenible que genere estabilidad económica y empleos dignos.
Aspiramos a una sociedad de conocimiento que apueste por la educación de nuestra juventud, a una economía que integre y apoye el crecimiento de los emprendedores populares, a una pacificación real en todo el territorio que permita justicia para las víctimas y reconciliación para la sociedad.
Queremos construir un país que protege nuestros recursos naturales para garantizar la diversidad a las próximas generaciones. El cambio es para toda Colombia, incluyendo a nuestros compatriotas en el exterior, esos millones de ciudadanos y ciudadanas que tuvieron que dejar nuestro país.
A los cientos de miles de ellos que votaron por nuestra propuesta de cambio, les agradezco profundamente su confianza.
He sufrido en carne propia la nostalgia de estar lejos y mi promesa para ellos es impulsar la productividad basada en el conocimiento para generar las oportunidades que les permitan regresar.
¡Es hora de devolverles la posibilidad de una vida digna
en la tierra que los vio nacer!
Estos y otros más son los cambios que Colombia necesita.
Estos son los cambios por los que han votado millones de colombianos y colombianas. Este es el país que queremos hacer realidad y en el que sabemos que Colombia puede convertirse.
Los colombianos y las colombianas nos han confiado esa tarea, por eso es que mi compromiso es con todos los que votaron por el cambio y también con los que no lo hicieron.
Mi objetivo es gobernar y construir un país donde todos podamos vivir mejor: ser un presidente para todos los colombianos y todas las colombianas.
El cambio viene en camino y los resultados electorales que estamos viendo en este momento son la evidencia.
Les agradezco a todos y todas las que nos han acompañado en estos meses y a los que ayer dijeron, con esperanza y sin miedo, que ya es momento de cambiar. Sin su apoyo, su energía y su ilusión no hubiésemos llegado hasta acá.
Quiero que sepan que recibo con humildad y responsabilidad el respaldo que nos han brindado con sus votos.
Pero les recuerdo que nuestro objetivo no acaba hoy, aún tenemos camino por recorrer hasta el 7 de agosto, cuando empecemos a trabajar por el país.
Estoy seguro de que este movimiento es imparable.
Que desde hoy cada vez más colombianos y colombianas se unirán a todos los que ya dijimos que sí a ser una sociedad sostenible y de paz, que sí al cambio.
El país entero está hastiado de las condiciones de injusticia.
Estamos cansados de las dificultades que día a día viven las madres cabezas de familia para llevar de comer a sus hijos, del cansancio de los trabajadores tras dedicar tantas horas de labores y ver tan lejanas sus metas, de la pobreza en la que viven millones de viejas y viejos que no tienen la posibilidad de una pensión.
Ya tuvimos suficiente de la frustración de los jóvenes que no encuentran las oportunidades para trabajar y salir adelante.
El deseo de cambio en Colombia es mayor de lo que nos imaginamos. La indignación por la corrupción, las injusticias y los privilegios se puede sentir en todos los rincones y estratos del país.
Francia y yo les hemos presentado una propuesta sólida para un cambio tranquilo y ordenado:
en el que los más pobres tengan la prioridad, en el que las mujeres lideren la transformación y en el que los personajes oscuros que viven de la corrupción y de los dineros públicos sean un asunto del pasado.
Esta es nuestra propuesta y la ciudadanía la ha abrazado con optimismo, le ha dicho que sí.
El país quiere cambio y nosotros, la propuesta del Pacto Histórico, queremos representar este anhelo y hacer realidad este objetivo para todos y todas.
Colombia espera por cada uno de nosotros.
Sigamos juntos hasta hacer realidad el cambio por la vida.
Queda muy poco para que la Colombia Potencia Mundial de la Vida deje atrás las políticas de la muerte, generadoras de desigualdad, guerra y destrucción, para transitar hacia las políticas del amor y de la vida.
Creamos y sigamos apostando por este cambio.
Podemos hacerlo.
Debemos hacerlo.”
GUSTAVO PETRO
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