Jornais e agências internacionais pedem a Bolsonaro que ‘intensifique com urgência’ buscas de Dom Phillips e Bruno Pereira, desaparecidos no AM; íntegra
Tempo de leitura: 3 minDesaparecimento no AM: Editores de jornais e agências de notícias internacionais enviam carta a Bolsonaro
Publicações como ‘New York Times’, ‘The Washington Post’, ‘Wall Street Journal’ e Associated Press pedem que presidente intensifique as buscas pelo jornalista britânico Dom Phillips e pelo indigenista Bruno Pereira, desaparecidos desde domingo no Vale do Javari, no Amazonas.
Editores de jornais, organizações e agências de notícias globais enviaram uma carta conjunta nesta quinta-feira (9) ao presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, pedindo mais esforços nas buscas pelo jornalista britânico Dom Phillips e pelo indigenista Bruno Pereira, desaparecidos desde domingo (5). Os dois percorriam um trajeto em barco no Vale do Javari, no oeste do Estado.
O documento é assinado pelos editores dos jornais “The Guardian”, “The Washington Post”, “New York Times”, “Wall Street Journal”, “Folha de São Paulo”, das agências de notícias Associated Press, France Presse e Bloomberg News e do Pulitzer Center, além de chefes e representantes de outros 18 veículos e organizações de comunicação e jornalismo.
“Como editores e colegas que trabalharam com Dom, agora estamos muito preocupados com relatos do Brasil de que os esforços de busca e resgate até agora têm recursos mínimos, com as autoridades nacionais demorando a oferecer assistência mais do que muito limitada. Dom é um jornalista respeitado globalmente com um profundo amor pelo Brasil e seu povo”, diz um trecho do documento.
Leia a carta na íntegra:
Escrevemos para expressar nossa extrema preocupação com a segurança e o paradeiro de nosso colega e amigo Dom Phillips, e Bruno Araújo Pereira, com quem Dom estava viajando. Dom é um jornalista respeitado globalmente com um profundo amor pelo Brasil e seu povo.
Como você saberá por inúmeras reportagens da imprensa, Dom e Bruno estão desaparecidos na Amazônia há mais de três dias. Suas famílias, amigos e colegas solicitaram repetidamente assistência de autoridades locais, estaduais e nacionais e serviços de emergência.
Como editores e colegas que trabalharam com Dom, agora estamos muito preocupados com relatos do Brasil de que os esforços de busca e resgate até agora têm recursos mínimos, com as autoridades nacionais demorando a oferecer assistência mais do que muito limitada.
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Pedimos que você intensifique com urgência e recorra totalmente ao esforço para localizar Dom e Bruno, e que forneça todo o apoio possível às suas famílias e amigos.
Buscas
Desde o início da semana, associações locais vêm criticando autoridades responsáveis pelas buscas pela demora e pela falta de pessoal e de equipamentos adequados.
A Marinha, que realiza as buscas junto do Exército e da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas, alegou ter enviado aeronaves para ajudar no trabalho, mas a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), que também faz buscas, afirma que não houve nenhum sobrevoo na área até agora.
As buscas pelo indigenista Bruno Araújo Pereira e pelo jornalista inglês Dom Phillips continuam nesta quinta-feira (9), quando está prevista também a audiência de custódia de Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como “Pelado”, preso na quarta-feira (8) durante as investigações com munições de uso restrito, além de chumbinhos e uma substância entorpecente.
A polícia fez buscas na residência de Amarildo em função de denúncias anônimas sobre uma suposta participação no desaparecimento. Ele nega qualquer relação com o sumiço dos dois homens.
Dom Phillips, jornalista experiente que vive no Brasil há 15 anos e escreve para publicações como “The Guardian” e “Washington Post”, e Bruno Pereira, servidor de carreira da Fundação Nacional do Índio (Funai) e reconhecidamente defensor das causas indígenas, desapareceram na manhã de domingo (5) quando faziam, de barco, um trajeto entre a comunidade Ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte, no Amazonas
Comentários
Renato Pereira
Se interessaram menos pela morte da jornalista palestina do que agora pelo jornalista ingles.. Porquê?
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