Comitê da ONU conclui que Moro foi parcial e Lula teve os seus direitos violados: É o primeiro golpe internacional contra o ex-juiz da Lava Jato, diz Jamil Chade
Tempo de leitura: 3 minDa Redação
O Comitê de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) concluiu que o ex-juiz Sérgio Moro foi parcial em seu julgamento dos processos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no âmbito da Operação Lava Jato.
A informação é do jornalista Jamil Chade, do UOL
A decisão é o primeiro golpe internacional contra o ex-ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro, salienta Jamil Chade.
O Comitê da ONU também concluiu que os direitos políticos de Lula foram violados em 2018.
Depois de seis anos de análise em Genebra, a decisão é legalmente vinculante e, com o Brasil tendo ratificado os tratados internacionais, o estado tem a obrigação de seguir a recomendação. Mas sem uma forma de obrigar os países a adotar as medidas e nem penas contra os governos, o Comitê sabe que muitas de suas decisões correm o risco de ser ignoradas.
As recomendações serão publicadas pelo Comitê da ONU nos próximos dias e podem pedir medidas para reparar o dano sofrido por Lula.
O comitê é o encarregado de supervisionar o cumprimento do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, assinado e ratificado pelo Brasil.
Tanto o governo como os advogados de Lula já foram informados sobre o resultado do caso. Mas o anúncio oficial ocorre apenas nesta quinta-feira. Procurada, a defesa do ex-presidente indicou que não poderia comentar o resultado, por conta de um embargo imposto pela ONU.
Lula foi representado na ONU pelos advogados Valeska Zanin Martins e Cristiano Zanin Martins, além do britânico Geoffrey Robertson. O órgão internacional avaliava o caso desde 2016.
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A queixa envolvia quatro denúncias, todas elas atendidas pelo Comitê de forma favorável ao ex-presidente:
a) a detenção de Lula pela PF em 2016 em uma sala do aeroporto de Congonhas, considerada como arbitrária por seus advogados.
b) a parcialidade do processo e julgamento
c) a difusão de mensagens de caráter privado de familiares de Lula
d) e a impossibilidade de uma candidatura em 2018
O Comitê concluiu que houve violação dos direitos do ex-presidente em todos os artigos.
Em meados de agosto de 2018, o comitê da ONU deu uma primeira vitória ao ex-presidente brasileiro.
O órgão concedeu medidas cautelares e solicitou às autoridades brasileiras que mantivessem os direitos políticos de Lula até que seu caso fosse avaliado pelo Supremo Tribunal Federal e que o mérito do caso fosse tratado em Genebra.
A decisão do Comitê foi ignorada pelo estado brasileiro. Mas o UOL apurou que a reação do Brasil foi levada em consideração pelo comitê, que considerou como um fato grave.
A esperança do governo brasileiro era de que o caso jamais fosse aceito para ser avaliado pela ONU, alegando que a Justiça doméstica estava dando respostas ao processo e que, portanto, recorrer a instâncias internacionais não era adequado.
Em documentos obtidos pelo UOL, o governo de Jair Bolsonaro insistia que Moro agiu dentro das regras de um estado de direito e que o processo caminhou por todas as instâncias.
No final do ano passado, numa comunicação enviada para a ONU, os advogados do ex-presidente ainda insistiram que o caso precisa continuar a ser examinado e que existem “danos Irreversíveis” contra o ex-presidente, entre eles sua prisão por 580 dias e a decisão de o impedir de ser candidato em 2018.
Segundo a petição assinada pelos advogados Geoffrey Robertson, Valeska Zanin Martins e Cristiano Zanin Martins, “as violações sofridas por Lula ainda estão sendo descobertas através de uma investigação em andamento”.
Na queixa, a defesa cita reportagem do UOL na qual se revelou como o Ministério Público manteve contatos com a empresa que buscava vender um equipamento de espionagem de Israel, o Pegasus. O produto nunca foi comprado.
A petição ainda atualiza os peritos da ONU sobre as anulações dos processos contra Lula e indica que Moro tinha “manipulado as regras”. “A Corte decidiu que Lula não teve um julgamento justo e imparcial”, apontam.
Comentários
Maria Carvalho
Quanto tempo e por quantos dias o jornal nacional vai descrever todos os atos indignos e fraudulentos que o ex-juiz praticou contra o Presidente Lula?
Zé Maria
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Golpe foi o que Sergio Moro deu no PT,
na Presidente Dilma, no Presidente Lula
e, em última análise, no Povo Brasileiro.
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O Comitê de Direitos Humanos da ONU
concluiu o que a Suprema Corte Brasileira
já havia decidido: “que o ex-juiz Sérgio Moro
foi parcial [- suspeito, portanto – ] em seu
julgamento dos processos contra o ex-
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
no âmbito da Operação Lava Jato”.
A Decisão do CDH/ONU robustece, deveras,
em Instância Internacional Multilateral o
Acórdão do Supremo Tribunal Federal (STF)
que julgou a Incompetência e Parcialidade
do ex-juiz Moro.
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