Pedro Augusto Pinho: A geração neoliberal está à espera de um milagre

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Aquarela de Debret Reproduão

A GERAÇÃO NEOLIBERAL

Por Pedro Augusto Pinho*

Antes de analisarmos a questão deste título, vamos dar precisão ao tema.

A geração da qual trataremos é a brasileira. Esta geração que surge no Brasil por volta da segunda metade dos anos 1980, com a “democratização” e a emergência do pensamento liberal, ou neoliberal.

Não cairemos na falácia das finanças apátridas de imaginar que todas as pessoas ao redor do mundo tenham as mesmas necessidades e percepções.

ARMADILHAS DAS FINANÇAS

É um cuidado que sempre precisamos atentar, e não é simples. As finanças têm séculos de experiência em lutas, produção de todos os tipos de armas, para combater o corpo e o espírito, objetivando eliminar opositores e se manter no poder.

Antes do século XIII, quando financiaram o comércio com oriente e a grandeza dos senhores dirigentes das cidades-estado na península italiana – Veneza, Gênova, Florença e Milão, as finanças oriundas das riquezas fundiárias dos nobres britânicos já encurralavam os reis da Inglaterra.

O curioso, nesta história por escrever das finanças ocidentais, é que geraram seu mais importante inimigo que, por pouco, não as leva à derrocada: a industrialização estadunidense. Mas hoje, os Estados Unidos da América (EUA) é um ativo defensor de seus interesses.

Importante para evitar as armadilhas é igualmente a compreensão das nacionalidades e da globalidade.

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A cultura, entendida como a idêntica compreensão e emoção/sentimento de um grupo de pessoas que habita o mesmo espaço geográfico, é múltipla e de impossível unificação universal.

Ela demonstra uma das falácias da globalização e a perpetuidade dos nacionalismos. O mais conhecido porta-voz das finanças apátridas em nossos dias, o megaespeculador George Soros, em considerações sobre as mudanças na sociedade, afirmou que o nacionalismo era o maior inimigo da “sociedade aberta” e, consequentemente, da “democracia” e da “liberdade”.

Observe, caro leitor! O Brasil tem climas úmidos, do equatorial, ao norte, ao temperado na região sul (IBGE).

Assim, não admira que os índios brasileiros, ao tempo da chegada dos europeus, andassem nus.

O maior grupo linguístico-cultural é o tupi, ocupando ampla área amazônica e toda costa atlântica brasileira do norte ao sul.

O segundo mais numeroso é o gê, distribuído pelo centro do Brasil, também de norte a sul.

Escreve Arthur Ramos (1903-1949) (Introdução à Antropologia Brasileira – As culturas indígenas, 1943-1947) que nossos índios “não atingiram evidentemente a civilização dos metais.

No entanto, muitos que tiveram contato com a cultura andina conheceram o ouro e a prata, que utilizaram em objeto de adorno”.

O nudismo revelava a condição climática. Mas poderíamos acrescentar a condição alimentar, farta e bem distribuída – pesca, caça, frutas e castanhas – que não exigia condições especiais para obtenção.

Diversa era e é a situação dos habitantes das áreas desérticas do sul da Argélia e da Líbia, que conhecemos pela designação genérica de tuaregue.

Vestem túnicas longas, cobrindo o corpo inteiro, inclusive a cabeça e rosto com véus que os protegiam do sol e do vento, que traz areia, causadoras de incômodo como agulhas penetrantes, e à noite do frio intenso do deserto. E para garantirem alimento e água, são obrigados a cruzar as areias e pedras do deserto (Philip Steele, The People Atlas, Oxford University Press, 191).

Os inuítes, povo nômade do Ártico, têm palavras diferentes para dizer, o que para nós bastam duas: branco e neve, pois é o entorno de suas vidas e suas variações, algumas vezes, podem significar comida ou fome, perigo ou tranquilidade.

Poderíamos enumerar muitos outros exemplos das consequências do nacionalismo e da imprópria e ineficaz tentativa de encontrar um elemento operacional para a cultura ou o mercado globais.

TRABALHO NO BRASIL

Por três séculos, formal e legalmente, no Brasil o trabalho era ocupação de escravos. Homens livres se dedicavam ao comércio, as guerras e ofícios do Estado.

Esta associação do trabalho com a escravidão criou a mentalidade rentista nos brasileiros brancos e mesmo os não brancos, que saíam da condição de escravos.

Havia também o exemplo da Inglaterra, verdadeira dona de Portugal desde o século XVIII e, ainda mais no século XIX, diretamente do Brasil independente.

O rentismo inglês vinha das aplicações nas empresas que exploravam as colônias, em todo mundo “onde o sol nunca se punha”. Observe o caro leitor os romances da Agatha Christie e de outros escritores que narrem o cotidiano dos ingleses de classe média do século XVIII ao início do XX. Ninguém trabalha.

Esta população ficou desarvorada com as derrotas do financismo inglês nas duas grandes guerras e com a emergência estadunidense desde a I Grande Guerra.

No Brasil, o fim da escravidão legal não eliminou a escravidão real. A mudança se inicia com a proclamação da República e a transferência do poder para militares. Estes, conscientes da sua inferioridade técnica e operacional, vão, inicialmente, se preparar na Alemanha, o Império unificado pela ação de Otto von Bismarck, o chanceler de ferro.

Posteriormente vem ao Brasil a Missão Francesa. Ambos os treinamentos mostraram aos oficiais brasileiros a necessidade de tratar do aparelhamento bélico como conquista tecnológica e industrial nacional. Estes aspectos estão em livros de memórias, descrição de combates e de pareceres de militares brasileiros, dos quais destaco os dois volumes de “Memórias de um Soldado Legalista”, 1961, do Marechal Estevão Leitão de Carvalho (1881-1970).

Todos estes eventos desaguam no Movimento Tenentista dos anos 1920 e na Revolução de 1930. Tanto que os primeiros atos transformadores da realidade nacional do Governo Provisório de Getúlio Vargas, empossado em 3 de novembro de 1930, serão a criação do Ministério da Educação e Saúde Pública, em 14 de novembro de 1930, e do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, em 26 de novembro de 1930.

Inicia-se, então, todo um conjunto de doutrinação para o trabalho, que “dignificava o homem”, que era a matriz do desenvolvimento, e que a Nação dependia deste suor de seus filhos.

Paralelamente, são constituídos incentivos e criadas instituições que garantam e prestigiem o trabalho, como o salário mínimo, a previdência e a assistência social, conselhos classistas e liberdade sindical, que prosseguem até os governos militares (1964-1985).

Com o fim dos governos militares chega ao País a ideologia neoliberal, o fim do Estado como pernicioso à sociedade, é emblemática a propaganda do elefante, simbolizando o Estado, caminhando e destruindo a loja de louças.

Alusões feitas aos animais pré-históricos enchem páginas da imprensa: Petrosáurio, ideia pré-diluviana, Estado Dinossauro etc.

E se vende como moderno, atual, em plena mudança para o século XXI, a Inglaterra do século XIX.

Ou seja, o inaplicável rentismo no país de maior concentração de renda do planeta, viver com rendimento de inexistentes patrimônios. O mais incrível foi que esta ideia absurda ganhou a cabeça das classes médias brasileiras, e desde aquela que está no limite de auferir um salário mínimo.

GERAÇÃO NEOLIBERAL

Educada nesta propaganda enganosa, com alguma possibilidade de sobrevivência, graças às conquistas dos pais e avós no período 1930-1990, a geração neoliberal está a espera de um milagre. Viver sem renda nem trabalho.

Enquanto houver aqueles que recebem aposentadoria, cada vez mais escassos e estas menores, a geração neoliberal, morando com a família, continuará existindo.

Mas o que acontecerá com a morte certa dos pais e avós? Quando por acidente ou por vontade constituírem família?

Urge desconstruir a irrealidade neoliberal, trazer esta geração para a realidade brasileira, para este país rico, que pode acolher bem e dar emprego a todos seus filhos, mas que, sob o domínio neoliberal, está retornando ao tempo colonial em velocidade assustadora.

Não há conclusão para esta reflexão. Há uma denúncia e um desejo.

A denúncia é das ações e pregações dos Paulo Guedes, Roberto Campos Neto, dos lobistas que voam em torno da Petrobrás, da Eletrobrás, do BNDES, das Agências Reguladoras antinacionais, daqueles que ocupam as páginas da imprensa e horários das televisões nas campanhas pela reescravização dos brasileiros. Destes criadores de uber (que o Brasil é campeão mundial), MEI, PPI e outras atrocidades absolutamente contra a sociedade brasileira.

O desejo é que os brasileiros, principalmente os eleitores, acordem deste pesadelo, iniciem o processo de reconstrução do Brasil, com Estado Forte e Povo Participante. E este Estado será tão melhor quanto suas bases de sustentação, conscientemente, sejam nacionais e trabalhistas.

*Pedro Augusto Pinho, administrador aposentado.

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Zé Maria

“É uma verdade universalmente reconhecida
que quando o Ocidente fala em
“Comunidade Internacional” quer dizer:
(https://pbs.twimg.com/media/FOFo3TaagAEYvUa?format=jpg)*

Zhao Lijian
Porta-Voz do Ministério de
Relações Exteriores da China
https://twitter.com/zlj517/status/1504599052868255744

*(OTAN)

    Zé Maria

    https://youtu.be/r6O0FlmQfB4

    “A Banda da OTAN precisa parar imediatamente de espalhar desinformação e comentários provocativos contra a China e abandonar a abordagem de traçar linhas ideológicas de confronto. E não deve tentar desestabilizar a Ásia e o mundo depois de já perturbar a Europa.”
    Gabinete do Porta-Voz do
    Ministério das Relações Exteriores
    da China

    https://twitter.com/MFA_China/status/1513546120902807552

Zé Maria

Pior são os ‘Novos Empreendedores’
ou a ‘Nova Geração’ do Agronegócio
que pega Empréstimo do Banco do
Brasil e da Caixa Econômica Federal
e aplica o Dinheiro na Bolsa (B3).

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