Petistas denunciam proposta de Arthur Lira para debater semipresidencialismo: “É golpe!”
Tempo de leitura: 3 minPetistas denunciam golpe para aprovar o semipresidencialismo
Parlamentares da Bancada do PT utilizaram as suas redes sociais nesta sexta-feira (18) para denunciar um golpe, em andamento, contra a soberania popular e para tentar tumultuar o processo eleitoral.
Eles se referem ao grupo de trabalho criado nesta quinta-feira (17) pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para discutir a adoção no País do semipresidencialismo – sistema de governo no qual o presidente eleito divide a gestão com um primeiro-ministro, indicado por ele e avalizado pelo Congresso.
O líder do PT, deputado Reginaldo Lopes (MG), resumiu a proposta do presidente da Câmara: “É golpe”.
“Debater semipresidencialismo agora é tentar tumultuar o processo eleitoral. Um golpe contra a soberania popular. A proposta já foi rejeitada em plebiscito e querem tratar num grupo de trabalho, instância que nem existe no Regimento Interno da Câmara”, denunciou.
Na avaliação do deputado Rogério Correia (PT-MG), o Centrão sabe da derrota de Bolsonaro e acena com o golpe do parlamentarismo, apelidado de semipresidencialismo. “A mudança só pode ocorrer via plebiscito, que já foi feito. Agora, Arthur Lira chama o expert Michel Temer para comandarem a quartelada institucional”, criticou.
O CENTRÃO sabe da derrota de Bolsonaro e acena com golpe do parlamentarismo, apelidado de semi presidencialismo. A mudança só pode ocorrer via plebiscito, que já foi feito. Agora @ArthurLira_ chama o expert @MichelTemer para comandarem a quartelada institucional. pic.twitter.com/rWQhOtA0wr
— Rogério Correia (@RogerioCorreia_) March 18, 2022
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O grupo de trabalho será coordenado pelo deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) e contará com a participação de parlamentares do Novo, PV, Republicano, PP, PTB, PCdoB, União e Pros.
O colegiado terá ainda um conselho consultivo, coordenado pelo ex-ministro Nelson Jobim, com a participação do ex-presidente golpista Michel Temer. O grupo dispõe de 120 dias para concluir o trabalho, prorrogáveis pelo mesmo período.
Intolerância da direita
Na avaliação da deputada Natália Bonavides, o debate sobre semipresidencialismo “é a prova da intolerância da direita, bolsonarista ou não, com um possível novo governo popular. A prioridade do Parlamento brasileiro agora deve ser combater a fome, o desemprego, a miséria e o desalento que assola a vida do povo. Lamentável!”.
E a deputada Maria do Rosário (PT-RS) ironiza: “Semipresidencialismo com Lula favorito em todas as pesquisas? Atenção: o nome disso é golpe!”
Brasileiro elege presidente
O deputado Alexandre Padilha (PT-SP) frisou que o povo brasileiro elege presidente. Decidiu isso em plebiscito. “Não elege semipresidente, meio presidente. Tem gente que não conseguiu emplacar terceira via e tenta se fortalecer, construindo uma ameaça de golpe. Vejam que grave o novo grupo da Câmara dos Deputados. Até o que se diz príncipe vai participar”, denunciou.
E o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) afirmou que o golpe vem “pelas mãos do Arthur Lira”, que acaba de criar o grupo de trabalho para discutir o semipresidencialismo. “A fórmula do Arthur Lira é a de propor o semipresidencialismo e abastecê-lo com orçamento secreto”, denunciou.
O deputado Rubens Otoni (PT-GO) afirma: “Não vamos aceitar”, e indaga se é mais um golpe?. “Arthur Lira escala Temer e apoiador da Ditadura para avançar a PEC do semipresidencialismo. O que você acha disso?”.
Entenda
O semipresidencialismo é um meio-termo entre o parlamentarismo e o presidencialismo. Neste sistema de governo, a figura do presidente da República fica mantida como nos moldes atuais – escolhido em eleições diretas –, mas introduz no cenário político o primeiro-ministro, que é indicado pelo presidente eleito.
No presidencialismo – que é o sistema de governo em vigor no Brasil – o presidente da República acumula a função de chefe de Estado com chefe de governo.
Vânia Rodrigues
Comentários
Zé Maria
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Tem certeza que não é “Semi-Monarquia”
que Bolsonaro e Lira querem implementar?
Até o Bragança, monarquista sustentado
pela População de Petrópolis, está no bolo.
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