Sindicato e Fenaj apoiam carta aberta de jornalistas da Folha contra a ‘publicação de conteúdos racistas nas páginas do jornal’
Tempo de leitura: 2 minRacismo reverso não existe: SJSP e Fenaj apoiam posicionamento de jornalistas da Folha
Leia a carta aberta assinada por quase 200 jornalistas da Folha de S.Paulo, que criticam uma série de conteúdos racistas presentes nas páginas do jornal
Por Redação – Sindicato dos Jornalistas de São Paulo
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) saúdam e prestam total apoio aos quase 200 jornalistas da Folha que escreveram uma carta aberta à direção do jornal criticando o posicionamento editorial da empresa a respeito da questão racial.
No último domingo (16), o jornal publicou artigo de Antônio Risério, que abordava o suposto “racismo de negros contra brancos”.
Em resposta, os profissionais da empresa demonstraram preocupação com o padrão editorial adotado pela direção da Folha, que nos últimos meses publica artigos de opinião e colunas com uma série de distorções e falácias sobre a questão racial no Brasil.
Nossa entidade parabeniza a coragem e a firmeza das e dos jornalistas em se posicionaram contra uma decisão editorial evidentemente equivocada da empresa.
Tal atitude, por sinal, deveria ser natural em uma redação: a defesa do jornalismo e de uma imprensa verdadeiramente independente passa necessariamente pelo livre debate, circulação de ideias plurais e o constante diálogo dos profissionais para aprimorar as decisões editoriais de uma publicação — sem transigir na ideia falsa de que o jornalismo precisa abrir espaço a discursos nocivos à democracia e aos direitos humanos.
Vale lembrar que o Código de Ética dos Jornalistas diz que:
Art.6º: É dever do jornalista: (…)
Apoie o VIOMUNDO
XI – defender os direitos do cidadão, contribuindo para a promoção das garantias individuais e coletivas, em especial as das crianças, dos adolescentes, das mulheres, dos idosos, dos negros e das minorias;
Em nossas convenções coletivas, defendemos que as empresas jornalísticas não podem restringir, por normas internas, a plena liberdade de expressão – nos terrenos político, econômico, social, esportivo ou outros – e o exercício de cidadania para seus jornalistas.
E não há melhor forma de exercer a cidadania do que se posicionar em um debate tão essencial quanto à perversa dinâmica estrutural do racismo em nosso país.
Leia a carta aberta na íntegra
Comentários
Zé Maria
.
.
Fosse num Período Específico do Passado Obscuro do Brasil,
a Folha já teria entregue à Ditadura Militar o Nome de um por um dos seus
208* Funcionários Jornalistas que subscreveram a Carta de Protesto
contra a Publicação de Textos de Conotação Racista pelo Jornal.
*Segundo Suzana Singer escreveu em defesa da Empresa
para a qual trabalha como ‘Editora de Treinamento e Seminários’,
“Cargo de Confiança” do próprio Jornal Folha de S.Paulo,
“o grupo de jornalistas da Folha encaminhou à Direção uma carta alertando para o risco de publicar de forma “recorrente conteúdos racistas”.
Como os próprios autores reconhecem na carta, é incomum
que jornalistas se manifestem sobre decisões editoriais da chefia.
Os 208 remetentes (192 identificados, 16 anônimos)*
afirmam que “buscar audiência às expensas da população negra
é incompatível com estar a serviço da democracia”.”
[…]
“O texto havia sido submetido para publicação em ‘Tendências/Debates’ [Seção de Artigos de Opinião],
mas, enquanto era avaliado pela Direção de Redação,
foi vazado para a concorrência do jornal [SIC].
A publicação foi então suspensa, uma vez que a seção
só publica artigos inéditos.”
[Suzana Singer em:
“Folha é acusada de veicular textos racistas em busca de audiência”
Seção Jornalismo/Mídia
19.jan.2022 às 23h16 Atualizado: 20.jan.2022 às 15h26]
.
.
Leia também:
“Jornalismo Suicidário”
“Centenária, a Folha comete um dos maiores erros de sua história”
https://t.co/BlptJqDufL
Por Silvio Almeida,
https://www.escavador.com/sobre/2023210/silvio-luiz-de-almeida
https://twitter.com/silviolual/status/1484279762562560001
.
.
Leia ainda:
“Folha Adere ao Jornalismo Reverso,
que Reflete em um Pluralismo Perverso”
“Técnica garimpa dados aleatórios
e encadeia raciocínio imaginário”
“Em “Coloring the Facts”, Enzo McCarthy Gabriel
lembra que a premissa fundamental do jornalismo reverso
é estabelecer uma verdade antes de olhar os fatos”: “Geralmente é uma ideia controversa
que nasce de um lugar do fígado
chamado superego”, diz.
https://t.co/7bkO06gV9c
Por Renato Terra, Diretor de ‘O Canto Livre de Nara Leão’;
‘Narciso em Férias’; ‘Uma Noite em 67’; ‘Fla x Flu – 40 Minutos Antes do Nada’; e ‘Eu sou Carlos Imperial’.
Roteirista e Autor de “Diário da Dilma”.
https://twitter.com/terra30/status/1484319910540955653
Zé Maria
Curiosidade
Alguém conhece um tal Antonio Claret,
que assinou em nome do “PSB São Paulo/Capital”
um Manifesto em Defesa da Infâmia do Risério,
postado num site NeoCon AntiVax Islamofóbico
[xibolete.org], linkado por Suzana Singer na Folha?
Zé Maria
Aliás, não surpreende que C@lunistas e
Editores do Jornal Lavajatista Morista e
ex-Bolsonarista “Gazeta do Povo” tenham
subscrito o Manifesto de “Apoio ao Infame
Risério e Oposição ao Identitarismo”.
Impressiona é a Quantidade de Subscritores
Bolsominions com Curso Superior.
abelardo
Talvez a Folha de São Paulo esteja desesperada pela perda da grande parte do seu ex-público leitor; pela perda da voz – que já não transmite credibilidade; pela demonstração explícita da parcialidade e pela tão criticada falta de isenção. Acredito que todo esse merecido castigo é fruto das suas escolhas erradas e de comportamentos duvidosos , que foram priorizados e postos em prática através dos tempos. Agora parece que tirou do armário o seu autoritarismo intolerante, para defender posturas racistas ofensivas, que foram denunciadas de exatamente por profissionais que, muito mais que indignados, talvez também o fizeram, como um alerta e com o intuito de salvar o pouco que resta de seriedade, nessa coisa horrenda que a Folha se transforma.
Zé Maria
“A carne mais barata do mercado é a carne negra”
(Seu Jorge)
Por Elza Soares
Presente!
https://youtu.be/yktrUMoc1Xw
Zé Maria
“Buscar audiência às expensas da população negra”.
Foi precisamente o que a Folha fez
ao publicar do Lixo do Risério, o infame.
Zé Maria
.
“Sobre Jornalismo e Coragem”
“O dia que jornalistas não puderem questionar critérios editoriais
é porque o jornalismo morreu”
Jornalista Cristina Serra
A pluralidade não pode ser um princípio oco, que se preste a vários tipos de negacionismo.
Tem que estar preenchida com a argamassa do discernimento, do espírito crítico,
da ética e da honestidade intelectual, essenciais para o exercício do jornalismo.
Estamos vendo as consequências do negacionismo científico.
E aí vem o cerne da carta: se a Folha não dá espaço, por exemplo,
para a relativização do Holocausto e para o movimento antivacina,
por que publicar teses que relativizam o racismo?
A seguir nesse caminho, a chegada do homem à Lua
[ou a esfericidade do Planeta Terra] será posta em dúvida?
A reflexão sobre falsas equivalências serve a muitas outras escolhas editoriais,
não apenas da Folha, mas de boa parte da mídia e, sobretudo, neste ano eleitoral.
Propor discussão não é censura nem “cancelamento” de quem quer que seja.
O dia que jornalistas não puderem questionar critérios editoriais
é porque o jornalismo morreu.
Redações devem – ou deveriam – ser lugar de ponto e contraponto,
de disputa de argumentos e ideias e de afirmação de valores civilizatórios.
Íntegra em:
https://cristinaserra.org/sobre-jornalismo-e-coragem/
Deixe seu comentário