Jeferson Miola: Continuidade do golpe das classes dominantes ameaçada; sem Bolsonaro, soma de votos anti-Lula despencaria de 33% para 23%

Tempo de leitura: 3 min
André Dahmer ( @malvados), publicada na Folha

Sem Bolsonaro, soma de votos anti-Lula despencaria de 33% para 23%

Por Jeferson Miola, em seu blog

Na última pesquisa de opinião [11/11], o instituto Vox Populi simulou cenários de 1º turno com e sem Bolsonaro.

Esta simulação permite analisar quais candidaturas poderiam se beneficiar com a migração dos 21% de intenção do eleitorado bolsonarista.

No cenário com todos candidatos anti-Lula da oligarquia dominante – que inclui Bolsonaro, Moro, Ciro, Datena, Dória, Mandetta e Pacheco –, Lula tem 44%. A soma das intenções de votos em todos seus oponentes alcança 33%, correspondentes aos 21% de Bolsonaro + os 12% de todos demais candidatos da direita e extrema-direita.

Na simulação sem a opção Bolsonaro na urna eletrônica, Lula oscilaria para 45% e a soma das intenções de votos em todos demais candidatos anti-Lula despencaria de 33% para 23%.

Neste cenário de ausência de Bolsonaro na eleição, como então poderia ficar a distribuição dos votos bolsonaristas?

A Vox mostra que a maior migração do eleitorado bolsonarista seria para votos brancos/nulos, que aumentariam de 10% para 17%. Isso significa que 1/3 do eleitorado cativo do Bolsonaro não migraria para nenhum outro candidato da direita e extrema-direita que representa a continuidade do golpe, mas seriam anulados.

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Sérgio Moro seria, nominalmente, o principal beneficiário. Ele passaria de 3% para 8%, um aumento de 5% nas intenções de voto. Mesmo sendo o mais identificado com o bolsonarismo, Moro conseguiria atrair apenas cerca de ¼ do eleitorado bolsonarista. Atrás dele vem Ciro, atraindo 2% do eleitorado bolsonarista, seguido de todos demais, que acrescentariam 1 ponto percentual cada.

O resultado da Vox coincide com levantamentos de outros institutos de pesquisa que também mostram o quadro eleitoral estabilizado. Todos identificam Lula bem à frente, distanciado com folga das candidaturas do bloco dominante e com chances realistas de vencer a eleição de 2022 já no 1º turno.

As pesquisas também confirmam que Bolsonaro, apesar da enorme e crescente rejeição e de possuir menos da metade das intenções de voto do Lula, ainda é o que de mais competitivo as classes dominantes conseguem apresentar.

Se com Bolsonaro a vida dos golpistas já é difícil, sem Bolsonaro ficaria ainda pior, como mostra a pesquisa Vox Populi.

Mesmo com o descalabro econômico e social que erode a popularidade do Bolsonaro e amplia a ilegitimidade do governo militar, as classes dominantes não conseguem encontrar alternativas viáveis para darem continuidade ao brutal processo de desmanche, pilhagem e saqueio do Brasil.

O motivo para isso é que a eleição de 2022 será um julgamento plebiscitário do golpe perpetrado pelas classes dominantes para executar este programa anti-povo e anti-soberania que legou uma realidade de morticínio, desemprego, fome e miséria.

A continuidade do empreendimento golpista está seriamente ameaçada pela perspectiva de vitória do Lula em outubro do próximo ano.

À medida que a eleição se aproxima, vão se estreitando as margens de manobra para as oligarquias conseguirem encontrar alguma alternativa dentro das regras do jogo.

É preciso, por isso, redobrar a atenção. As classes dominantes não têm compromisso com a democracia, são atavicamente golpistas, e por isso não hesitarão em lançar mão de toda sorte de vilania contra Lula para preservarem seus privilégios.

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Comentários

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jose carlos resende campos

Jeferson Miola construiu este artigo com muita fundamentação. As classes dominantes farão o impensável para deter a candidatura de Lula, inclusive, na minha opinião, um possível atentado contra a sua vida.

Zé Maria

O ex-juizéco Marréco, agora Ganso de Maringá,
– graças às aulas da Fonoaudióloga da CBN/Globo –
só tem Voto dos Antipetistas Doentes, NeoFascistas
Fanáticos, Bolsonaristas Psicopatas e Burros.

Zé Maria

.
Nada mais exemplar do Pensamento da Elite Econômica
que tem horror de ver Pobres em Aeroportos no Brasil
que, dizia D. Hélder, “tem de vomitar pra poder comer mais”:
“Quem diria hein, o MTST está comendo melhor que eu”
.
“Nosso carinho e nossa gratidão a http://instagram.com/o_acarajazz
pelos acarajés deliciosos!
Nosso rolê é socializar comida e moradia pra todos. Camarão tb.
Quem gosta de ver pobre roendo osso é o Bolsonaro,
contra quem estamos indo protestar hoje por estar causando… Fome!
Vejam só.”
https://twitter.com/MTST/status/1459544562813353987
.
“Essa revolta da direita com o MTST distribuindo quentinha
com camarão é a melhor forma de resumir como eles pensam:
para eles, comida deveria ser privilégio. Para poucos.
– Como assim pobre está comendo o mesmo que eu,
que sou rico?
Também não pode fazer faculdade, viajar…”
https://twitter.com/fpcoliveira/status/1459556811384705030
.

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