Com 58% dando apoio ao impeachment, Bolsonaro aposta em caos para justificar contragolpe militar

Tempo de leitura: 2 min
Tiago Rodrigues, alvo da lei por causa de um outdoor.

O percentual dos que acham que o presidente Jair Bolsonaro deve sofrer impeachment saltou para 58%, segundo pesquisa PoderData realizada nesta semana (16-18.ago.2021). É um aumento de 8 pontos em relação ao levantamento anterior, realizado no começo de julho (5-7.jul). Do Poder 360

Bolsonaro gera caos para justificar o “contragolpe” do “seu” Exército

Por Jeferson Miola, em seu blog                         

O Senado é um terreno minado para o governo militar.

Ali acontece a CPI da COVID e ali tramitam os processos [1] de indicação do pastor evangélico para o STF, e [2] de recondução do cão-de-guarda miliciano na Procuradoria da República.

A CPI avança o cerco a vigaristas – de civis e militares, políticos, empresários, evangélicos charlatães – que montaram esquemas bilionários de propinas enquanto tornavam o Brasil vice-campeão mundial no macabro certame de morticínio humano.

O STF, em outro lado da Praça dos Poderes, é uma espécie de “espada de Dâmocles” permanente sobre as cabeças do Bolsonaro, da extrema-direita, dos charlatães fundamentalistas, dos generais e das milícias – as reais, as digitais, as legais e as ilegais que sustentam o governo.

Ali na Suprema Corte correm inquéritos criminais que inquietam e tiram o sono desta horda fascista que milicianizou e vandalizou a política e a vida nacional.

Como fica lógico e evidente, portanto, interesses estratégicos do governo Bolsonaro estão sendo jogados no legislativo e no judiciário.

O lógico e esperável, nesta circunstância, seria Bolsonaro baixar o tom e cessar os ataques ao Supremo e ao Congresso.

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O capitão, porém, ao invés de optar pela sensatez política e arrefecer o clima, acirra ainda mais os ânimos, ameaça as instituições, ataca a democracia e aumenta o tom do assobio para a matilha fascista.

Esta opção política que Barbara Tuchman [A Marcha da Insensatez] definiria como uma escolha contraproducente pode significar, na verdade, uma escolha metódica do Bolsonaro para a instalação de um caos conveniente.

Ao governo militar interessa que o Senado reprove Augusto Aras e André Mendonça e convém, também, que o STF asfixie e vitimize os canais fascistas de difamação e de propagação de ódio na internet.

Com isso eles reforçam a “narrativa” de que as instituições não deixam Bolsonaro governar e perseguem ativistas da base do governo. E ganham, assim, a retórica para convocar e manter perfilada a matilha fascista.

Na infame homenagem ao “herói” Roberto Jefferson, Eduardo Bolsonaro usou este pretexto para dizer à matilha sedenta que “já estamos vivendo a ditadura” das instituições [sic].

O general promovido a “marechal” [sic] Augusto Heleno, do alto de suas ideias caquéticas, e em clara ameaça de intervenção militar, disse que se o artigo 142 existe na Constituição, “pode ser usado”.

É bastante claro que [1] em condições normais de temperatura e pressão do jogo político; e que, [2] dentro das regras da democracia, a oligarquia dominante não conseguirá impedir a vitória do Lula em outubro de 2022 – que inclusive poderá acontecer no 1º turno da eleição, segundo a maioria dos institutos de pesquisa.

Neste cenário de potencial vitória do Lula, que se combina com a profunda desmoralização e crise de legitimidade do governo militar, Bolsonaro e o partido dos generais não têm nada a perder. A eles mais interessa o caos, a confusão e o tumulto como recurso de sobrevivência e de afirmação de poder.

Bolsonaro fustiga as instituições de modo deliberado e em coordenação com o comitê central do partido militar. Com isso, Bolsonaro e os militares geram o caos que “justifica” [sic] o “contragolpe” do “seu” Exército.

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Comentários

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Zé Maria

Pela 1ª vez, Mais da Metade dos Brasileiros
REJEITA Militares no Governo e na Política

De abril para agosto, Grupo que acha
participação dos Fardados nestas áreas
Ruim para o País sobe de 45% para 52%.

https://static.poder360.com.br/2021/08/pd-militares-16ago2021.jpg

Sergio Antonelli

Só não se esqueçam que o golpe de 2016 foi com, do agora “elogiado” e “ativista”, Supremo Tribunal Federal (STF) e tudo, que tem culpa no cartório de termos este genocida no poder e estarmos vivendo que vivemos. É bom que agora, pelo menos, eles estão tendo limpar a barra deles.

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