Bolsonaro perde, mas legitima entre os seus plano para o Capitólio de Brasília

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Com derrota do voto impresso, Bolsonaro ganha o que de fato queria: a retórica para seu “Capitólio de Brasília”

Por Jeferson Miola, em seu site

Bolsonaro não pautou a discussão sobre voto impresso por apreço democrático ou por compromisso com a fiel expressão da soberania popular.

Simulando falso fervor democrático, ele e os generais-chefes do governo militar chegaram a ameaçar o “cancelamento” da eleição de 2022 e atacaram o STF e o TSE caso o voto impresso não fosse adotado.

Até montaram o circo ridículo da “tanqueada” de ferros-velhos das Forças Armadas para intimidar o Congresso neste dia [10/8] de votação da emenda constitucional [PEC 135] do voto impresso.

O máximo que conseguiram com o espetáculo deplorável das quinquilharias bélicas, contudo, foi a completa desmoralização nacional e internacional.

Bolsonaro sempre calculou que dificilmente teria os 308 votos na Câmara para aprovar a PEC.

Apesar disso – ou exatamente por isso –, o governo e sua base congressual insistiram na iniciativa e esgarçaram o ambiente político com o objetivo central de deslegitimar a eleição e gerar caos político em 2022 ao estilo do promovido por Trump nos EUA no Capitólio [Congresso estadunidense] em 6 de janeiro passado.

A derrota do governo militar na próxima eleição presidencial é uma hipótese bastante realista.

Por isso os militares operam pelo menos dois cenários, em simultâneo: por um lado, buscam se mimetizar no corpo da chamada 3ª via com Moro, Mourão, Santos Cruz e quejandos; e, de outra parte, preparam as condições para espatifar a eleição e instalar o caos no país.

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Para Bolsonaro e os generais-chefes do governo militar, a derrota da PEC 135 não significa um revés imprevisível, porque com a derrota do voto impresso, eles ganham o que de fato queriam, que é a retórica para promoverem o “Capitólio de Brasília” em 2022.

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Zé Maria

O PDT acionou nesta terça-feira 10 o procurador-geral da República, Augusto Aras, contra Jair Bolsonaro, para que a PGR solicite “a realização de exame pericial apto a subsidiar a interdição” do presidente da República.

Assinam a representação o presidente do partido, Carlos Lupi, e o provável candidato pedetista à Presidência em 2022, Ciro Gomes. Além de elencar indícios da omissão de Bolsonaro no combate à pandemia, a ação menciona o desfile de tanques de guerra em Brasília no dia em que a Câmara dos Deputados analisaria a PEC do Voto Impresso.
“Obviamente que o desfile é uma tentativa de intimidação para o Poder Legislativo, o que é uma loucura, uma conduta que não guarda sintonia com o cargo de Presidente da República”, diz a representação.
“Sendo esse o contexto, ressoa inconteste que o Senhor Jair Messias Bolsonaro não está – ou nunca esteve – na plenitude das suas faculdades mentais, no que se mostra incapaz de medir as consequências de suas ações, notadamente quando age de forma renitente em colocar a vida da população brasileira em risco”, acrescentam os pedetistas.

https://www.cartacapital.com.br/cartaexpressa/pdt-vai-a-pgr-e-cobra-a-interdicao-de-bolsonaro/?utm_source=leiamais

Se o Brizola estivesse vivo,
certamente diria que
Até na Loucura há Método.

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