Como Bolsonaro fraudou o Brasil ao contar sete mentiras descaradas em sua live
Tempo de leitura: 3 minAs 7 mentiras contadas por Bolsonaro na live do voto impresso
Por PT na Câmara
Jair Bolsonaro mentiu do começo ao fim da transmissão na noite de quinta-feira e não hesitou em apresentar fake news velhas e já desmentidas inúmeras vezes
Na live que fez na noite de quinta-feira (29), em vez de apresentar as prometidas provas de que as eleições brasileiras são fraudadas, Jair Bolsonaro apenas apresentou uma série de argumentos falsos e um amontoado de fake news que nem novas são.
O atual presidente mostrou, como se novidade fossem, informações que não só são disseminadas há muito tempo como já foram desmentidas repetidas vezes. Veja, abaixo, algumas das mentiras (re)contadas por Bolsonaro e qual é a verdade.
A impressão do voto daria a garantia de segurança que hoje faltaria às urnas eletrônicas
Essa foi uma das falácias que acabaram desmentidas nas discussões da comissão especial que analisa a PEC 135/19, que propõe a impressão dos votos.
Como explicaram os deputados Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Odair Cunha (PT-MG), integrantes da comissão, o mesmo software que hoje é questionado seria o responsável por imprimir o voto no papel. Qual seria a segurança extra, então?
Na verdade, o sistema ganharia um novo equipamento (a impressora), que poderia ser alvo de questionamentos, o que daria margem para tumultuar ainda mais o processo.
“Se jogam a dúvida hoje em cima de um único equipamento, poderão jogar sobre o que vai imprimir. E, depois, vão também questionar a apuração (caso seja pedida a contagem dos votos impressos)”, explicou Chinaglia.
A segurança das urnas nunca foi aprimorada desde os anos 1990
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Bolsonaro, ao dizer isso, sabe que está mentindo.
A cada dois anos uma nova geração de urnas é desenvolvida e utilizada nas eleições.
Em 25 anos, uma série de aprimoramentos foram feitos. Com essa mentira, Bolsonaro apenas comprova que seu objetivo é fazer com que as pessoas percam a confiança nas eleições, o que é um ataque ao voto popular e à democracia.
A planilha que mostra Dilma e Aécio alternando-se na liderança minuto a minuto nas eleições de 2014
Na live, Bolsonaro chegou a dizer que essa denúncia chamou sua atenção e que ele pediu para a Polícia Federal investigá-la. Quanto cinismo…
Essa “denúncia” surgiu em 2018, em vídeo gravado pela irmã da médica defensora da cloroquina Nise Yamaguchi.
Naquele ano, a administradora Naomi Yamaguchi, então candidata a deputada federal pelo PSL, divulgou um vídeo no qual um “especialista” dizia ter encontrado evidências de que as eleições de 2014 haviam sido manipuladas.
O vídeo foi desementido por diversas agências de checagem, e a planilha mostrada é falsa. E pior: descobriu-se agora que o tal especialista é um astrólogo que pratica a matemática cósmica e faz acupuntura em árvores.
O vídeo do programador que muda o código da urna para ela dar o resultado que ele quer
Outra fake news facilmente desmentida. No vídeo mostrado por Bolsonaro, o programador, identificado apenas como Gederson, altera os votos em uma urna simulada no próprio computador.
O que ele não conta é que isso não ocorreria na urna eletrônica verdadeira, pois esta tem um código-fonte que, se alterado, impede seu funcionamento.
É o que atestou Paulo Lício de Geus, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ao serviço de verificação de fatos do jornal O Estado de S. Paulo, o Estadão Verifica.
Se as urnas são seguras, por que um hacker teria sido preso por invadir o sistema do TSE?
A indagação é mais uma fake news que Bolsonaro sacou dos grupos de WhatsApp para apresentar como “evidência”.
O Estadão Verifica, analisou o conteúdo dessa postagem. “Esse conteúdo engana porque dá a entender que as urnas eletrônicas e o processo de apuração teriam sido violados – o que não ocorreu. No ano passado, um hacker vazou dados administrativos da Corte, mas não adulterou a votação nem atacou as urnas eletrônicas”, esclarece o jornal.
O vídeo da urna completando o voto para Haddad após o eleitor apertar apenas o número 1
Vídeo que circulou nas eleições de 2018 e já desmentido também, inúmeras vezes. Um vídeo que mostra como a adulteração foi feita está disponível desde 7 de outubro daquele ano. Este, Bolsonaro não quis mostrar, mas você pode assisti-lo abaixo:
O mais patético foi Bolsonaro mostrar vários outros vídeos de eleitores seus denunciando o mesmo problema. Na live, ele chegou a dizer que não houve reclamações dos eleitores de Haddad. Claro, Bolsonaro, afinal a campanha que produziu e disseminou fake news para vencer foi a sua, né?
Resultados parciais do primeiro turno em 2018 e das eleições para prefeito de São Paulo em 2020 seriam indícios de fraude
Bolsonaro apresentou trechos da apuração dessas duas eleições para indicar fraude na apuração.
Sobre a eleição em São Paulo, você lê o desmentido aqui.
Sobre o fato de que resultados parciais apontavam para a vitória de Bolsonaro no primeiro turno, o que o atual presidente e seu coronel auxiliar, Eduardo Gomes, apresentaram foram dados deturpados.
“Ao contrário do que Gomes afirma, as regiões onde a apuração estava mais avançada no momento em que a TV Globo passou a divulgar os números da apuração para as eleições presidenciais de 2018 eram Sul (85,38%) e Centro-Oeste (73,51%). Foi nessas duas regiões que ele teve seu melhor desempenho no primeiro turno das eleições de 2018 — 57,39% e 57,66%, respectivamente”, afirma a Agência Lupa.
Comentários
Celso Junqueira
Parabéns ao ministro do STF (não sei quem) que chamou o moleque de ….. moleque.
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