“Eu não me vejo numa eleição votando contra o Lula”, disse futuro ministro da Casa Civil de Bolsonaro

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Reprodução

Da Redação

Em entrevista à TV Meio Norte, em 2017, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), futuro ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro, disse que o ex-presidente Lula foi o melhor presidente da História do Brasil e que “eu não me vejo numa eleição votando contra o Lula”.

Ciro defendeu, inclusive, que Lula deveria ser o candidato do PT à presidência no ano seguinte — o ex-presidente foi preso pelo juiz Sergio Moro e impedido de disputar com Jair Bolsonaro.

Na entrevista, Ciro se refere a Bolsonaro como “fascista” e “preconceituoso”.

Isso apenas sublinha a pirueta verbal dada pelo bolsonarismo para abraçar o Centrão: é a primeira vez que um presidente da República, depois do fim da ditadura, indica para o posto-chave uma pessoa que não é aliada próxima.

Hoje, para corrigir a rota, Bolsonaro disse que nasceu no Centrão (ele já foi do PDC, PPR, PTB, PP, PFL, PSC e PSL).

Com o abraço definitivo no Centrão, o presidente abre de vez o cofre para seus famintos aliados, que querem montar uma estrutura capaz de conseguir votos no Nordeste, onde o ex-presidente Lula é favorito disparado nas pesquisas.

Se o presidente chegar desidratado às eleições de 2022, o Centrão poderá praticar seu esporte favorito, a traição.

Na convenção do PSL que confirmou Jair Bolsonaro candidato à presidência, o hoje ministro Augusto Heleno fez o famoso discurso em que inventou a musiquinha “se chamar pega Centrão, não fica um meu irmão”.

Foi muito aplaudido.

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Àquela época, Bolsonaro se apresentava como o candidato da anti-política, mas agora se une carnalmente àqueles que anteriormente acusava de corruptos para não sofrer o impeachment.

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Zé Maria

“Eu não me vejo numa eleição votando contra o Lula”
Uma das poucas frases verdadeiras do Ciro Nogueira

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