Depois de dizer que CPI é circo, Marcos Rogério toma troco: “Você é o maior palhaço”; vídeo
Tempo de leitura: < 1 minDa Redação
O senador Marcos Rogério (DEM-RO) já recebeu R$ 127 milhões em emendas da bancada e individuais do governo Jair Bolsonaro.
Um dos membros mais bem “pagos” da tropa de choque bolsonarista, o comportamento dele já foi comparado ao de um leão de chácara.
Ele gosta muito de repetir a palavra “narrativa”, que é uma reprise de quando a assessora de Donald Trump disse, no púlpito da Casa Branca, que havia uma “verdade alternativa” ao baixo comparecimento de público à posse do republicano.
Na visão de Marcos Rogério, não existem verdades, mas narrativas.
Tudo indica que ele aprendeu o verbete com o gabinete de ódio bolsonarista, que lança “narrativas” mentirosas diariamente nas redes sociais, construindo um universo paralelo onde o presidente da República não é fã de torturador e apoiador de milicianos, beneficiário de rachadinha e refém do corrupto Centrão — mas um homem cujo fracasso completo no Planalto se deve ao STF.
Hoje, mais uma vez, o leão de chácara bolsonarista provocou, ao chamar a CPI de “circo”. Mas tomou um troco rápido do presidente da Comissão, Omar Aziz. Sendo circo, “você é o maior palhaço que tem aqui”.
Rogério e os outros capatazes de Bolsonaro na CPI cumprem a tarefa de tumultuar os trabalhos, confundir depoentes, desviar o foco e bombardear mentiras sobre a pandemia, tirando proveito da alta audiência das reuniões.
Comentários
Zé Maria
PRECISAmente um Palhaço Mau-Cárater.
Zé Maria
[Contumaz]
A Precisa [Empresa Nacional Intermediária do Laboratório Indiano Bharat Biotech – ou seria “Madison Biotech”? -] começou a faturar com as vendas da vacina Covaxin para clínicas privadas ainda em janeiro, antes da assinatura do contrato com o Ministério da Saúde e de ser autorizada a importar o imunizante pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Pelo menos uma delas quer o dinheiro de volta.
É o que mostra uma ação movida pela Clínica de Vacinas MDC, de Porto Alegre (RS) – que chegou a desembolsar R$ 66,4 mil da primeira parcela da compra das vacinas, mas não recebeu uma única ampola até agora – e processa a Precisa para ser reembolsada.
Na ação, a MDC diz que foi procurada pela Precisa no fim de janeiro. E assinou contrato para a compra de 3 mil doses da Covaxin, por US$ 40,28 a unidade –na época, o equivalente a R$ 664 mil.
A base para o acerto foi um outro contrato, firmado entre a Precisa e a Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC).
Ele previa que a empresa priorizaria a venda de 5 milhões de vacinas aos associados da entidade — como a MDC.
No total, a Precisa conseguiria faturar cerca de R$ 800 milhões com as clínicas.
Ainda não se sabe ainda quantas delas, como a MDC, chegaram a fechar negócio.
O acordo com o setor privado foi firmado até mesmo antes do contrato da Precisa com o Ministério da Saúde – celebrado quase um mês depois, no dia 25 de fevereiro.
Na época, integrantes da pasta faziam “pressão atípica” sobre o servidor [do Ministério da Saúde] Luís Ricardo Fernandes Miranda para que a importação da Covaxin fosse acelerada, conforme relato dele ao Ministério Público Federal e à CPI da Covid.
Enquanto a negociação da Precisa com a associação de clínicas privadas já prosperava e o servidor, segundo diz, sofria pressões, o presidente Jair Bolsonaro relutava em comprar outras vacinas, como a da Pfizer.
Os senadores querem apurar o apoio do governo à iniciativa privada ao mesmo tempo em que atrasava a compra dos imunizantes da rede pública.
O contrato da Precisa com a clínica MDC previa a devolução do dinheiro caso as doses não fossem entregues até o dia 30 de abril.
Para que isso ocorresse, seria necessário que a Anvisa liberasse a importação emergencial da Covaxin até essa data – o que não ocorreu.
O aval da agência à compra só foi dado em junho.
Com isso, a MDC pediu o dinheiro de volta. Mas a Precisa quis reter 20% do valor.
A clínica acionou a Justiça, que já bloqueou uma parte dos recursos. E abriu prazo para a empresa apresentar seus argumentos.
[Blog da Jornalista Mônica Bergamo]
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