Ex-mulher do general Pazuello pode depor, deputado sugere que gravou Bolsonaro e CPI já tem mais um caso envolvendo vacina para apurar

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Da Redação

A ex-mulher do general da ativa do Exército, Eduardo Pazuello, Andrea Barbosa, enviou um e-mail ao presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz, se propondo a depor.

Mais tarde, ela esclareceu que estava respondendo a um pedido da CPI.

Na mensagem, ela elencou os pontos em que poderia contribuir com a investigação do comportamento do governo Bolsonaro durante a pandemia da covid-19.

Aziz afirmou à coluna de Ancelmo Gois, do diário direitista O Globo, que qualquer decisão só será tomada com outros integrantes da CPI.

A ex-senadora Vanessa Grazziotin escreveu numa rede social que “não tem como não ter esse depoimento”. Ela reproduziu fotos supostamente das redes sociais da ex-mulher do general mostrando que ela aderiu ao Ele Não, o movimento feminista contra Bolsonaro.

Vanessa, Andrea e Aziz são todos originários de Manaus.

De acordo com o deputado Luis Miranda (DEM-DF), que denunciou o escândalo da Covaxin na CPI, ele ouviu de Pazuello que o general seria demitido por não concordar com “pixulecos” para políticos com dinheiro da Saúde.

Pazuello teria dito isso quando Miranda o procurou para apresentar as denúncias feitas pelo irmão Luís Ricardo, funcionário de carreira do Ministério da Saúde.

Luís Ricardo se negou a endossar o pagamento antecipado de U$ 45 milhões a uma empresa de fachada localizada em um paraíso fiscal, que não contava do contrato entre o Ministério da Saúde e a Bharat Biotech/Precisa.

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A Precisa agiu como intermediária no negócio. As vacinas da Covaxin nunca chegaram ao Brasil, apesar de promessas repetidas nas redes sociais por líderes bolsonaristas.

A Precisa já está sendo investigada por dois escândalos: a entrega de testes ineficazes ao governo do Distrito Federal e a não entrega de drogas contra doenças raras, pelas quais recebeu R$ 20 milhões adiantados do Ministério da Saúde quando Ricardo Barros comandava a pasta, no governo Temer.

Em seu discurso de despedida do governo Bolsonaro, Pazuello chegou a mencionar supostas propostas não republicanas que teria recebido de políticos, mas não entrou em detalhes.

O general foi reaproveitado no alto escalão, possivelmente para calar o bico. Pazzuelo se tornou secretário de Estudos Estratégicos da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, com salário de R$ 16 mil, que acumula com o soldo de Exército.

Segundo levantamento da CPI, Pazuello foi o maior mentiroso até agora entre os depoentes, com 17 mentiras ou inconsistências. Por isso, foi reconvocado.

O general afirmou, por exemplo, que o aplicativo TrateCov jamais foi oficialmente lançado, mas isso aconteceu em Manaus, com transmissão pela TV estatal.

Uma reportagem da TV Brasil mostrou não só o lançamento, como disse que médicos e enfermeiros já estavam sendo treinados para utilizá-lo.

O TrateCov sugeria remédios ineficazes para o pseudo “tratamento precoce”, recomendando drogas de farmacêuticas que lucraram imensamente com a venda de hidroxicloroquina, ivermectinca e azitromicina.

Duas destas farmacêuticas, EMS e Apsen, são de apoiadores de Jair Bolsonaro. O presidente da República fez lobby abertamente pelas companhias quando elas precisavam de matéria prima cuja exportação estava atrasada na Índia.

O presidente-lobista atuou pelas farmacêuticas em uma conversa telefônica com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.

Hoje o deputado Luís Miranda denunciou que o irmão Luís Ricardo, apesar de ainda servidor em exercício do Ministério da Saúde, foi bloqueado do sistema de intranet da pasta.

E o deputado Rogério Correia (PT-MG) afirmou que um novo escândalo em potencial deverá ser investigado pela CPI.

“Nova denúncia com modus operandi igual da CovaxinGate. A vacina agora é a chinesa CanSino e a empresa intermediária é BelCher Farmacêutica Brasil, com sede em Maringá, terra de Ricardo Barros. Um dos sócios é Daniel Moleirinho, cujo pai é parceiro político do líder de Bolsonaro”, escreveu o deputado.

O ex-ministro da Saúde Ricardo Barros foi prefeito de Maringá. Como ministro de Michel Temer, foi defensor dos planos de Saúde privados e disse que o SUS estava superdimensionado.

Barros foi o autor da emenda que autorizou o serviço de saúde indiano, equivalente da Anvisa, a exportar vacinas para o Brasil sem ter registro, nem autorização da agência brasileira.

A Anvisa levantou várias informações negativas sobre a Bharat Biotech, fabricante da Covaxin, inclusive questões sanitárias na fábrica.

Barros investiu contra a agência dizendo que estava sendo burocrática num momento de crise.

Porém, nem ele, nem Bolsonaro atuaram ativamente para trazer as vacinas da Pfizer e da Janssen.

O governo federal lançou dúvidas sobre a vacina chinesa Coronavac, fabricada pelo Instituto Butantã.

A deputada Zambelli apagou a mensagem

Porém, no caso da Covaxin, Bolsonaro envolveu-se pessoalmente, o Brasil pagou preço mais caro (U$ 15, contra U$ 10 da Pfizer) e fez uma negociação relâmpago (três meses, contra 11 da Pfizer).

O ex-ministro Barros também apoiava a iniciativa de empresários, que pretendiam importar vacinas (desde que doassem 50% para o SUS).

O potencial de lucro de clínicas privadas de Saúde seria imenso se pudessem usar a vacina da Covaxin, comprada por R$ 75 a dose — que poderia ser oferecida ao público por mais de R$ 300.

Empresas farmacêuticas e médicos que aceitaram receitar o pseudo tratamento contra a covid foram favorecidos pelo governo Bolsonaro, ao mesmo tempo em que o presidente da República promoveu aglomerações e atacou as máscaras.

De acordo com o deputado Luís Miranda, quando ele procurou o presidente da República para denunciar o escândalo da Covaxin, Jair Bolsonaro teria dito que o esquema é do líder do governo no Congresso, o ex-ministro Ricardo Barros, expoente do Centrão.

Em entrevista, Miranda sugeriu que gravou sua conversa com o presidente, apesar de ter dito na CPI não tê-lo feito. Ao Antagonista, Miranda afirmou estar pronto para desmentir Bolsonaro, se o ocupante do Planalto negar que tenha feito menção a Ricardo Barros.

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Nesse ritmo é possível que a ema que não quis Hcloroquina tenha que vir depor e revelar o que sabe. Meus deus, vão investigar corrupção como que não se gastou nada

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