Renan compara Bolsonaro a Jim Jones: propôs abolir a máscara no dia em que Brasil teve 2.504 mortes por covid

Da Redação

O presidente Jair Bolsonaro propôs abolir o uso de máscaras por aqueles que já foram vacinados ou já foram infectados pela covid 19.

Isso daria cerca de 40 milhões de pessoas. Como há casos de reinfecção e transmissão por gente que já teve covid, a pseudo segurança transmitida pelo presidente poderia agravar a pandemia, num momento em que o Brasil estabilizou em patamares altos de casos e óbitos.

Nas últimas 24 horas, segundo o painel do Conass, foram 2.504 mortes, com total de 482.019.

O ministro da Saúde Marcelo Queiroga disse que vai estudar a proposta do chefe.

“Logo que foi descoberta sua atividade de lobista de cloroquina, o PR muda o assunto e declara guerra à máscara. Quer o Brasil exposto ao vírus. Temos um Jim Jones na presidência. A diferença é que o louco americano induziu ao suicídio, e o brasileiro quer também o assassinato em massa”, reagiu o relator da CPI da Pandemia, Renan Calheiros.

Em novembro de 1978, o pastor norte-americano Jim Jones, da igreja Templo dos Povos, levou integrantes de sua seita ao suicídio coletivo em Port Kaituma, na Guiana.

Eles se envenenaram com cianureto. Jones morreu com um tiro na cabeça, provável suicídio. Antes de se matarem na Guiana, integrantes da seita viveram em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro.

No suicídio coletivo, quase 300 crianças foram assassinadas — o total de vítimas foi de 918 pessoas.

Calheiros acredita que Bolsonaro dobrou a aposta na imunidade de rebanho depois de ficar claro que ele atuou diretamente para favorecer as empresas farmacêuticas de dois apoiadores que fabricam hidroxicloroquina.

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No lobby de Bolsonaro, também ganharam muito dinheiro os médicos que adotaram remédios ineficazes para oferecer um pseudo tratamento precoce.

Para se ter uma ideia, 1,3 milhão de caixas de hidroxicloroquina foram vendidas no Brasil entre março de 2020 e março de 2021, segundo levantamento da Agência Pública.

Outro político que reagiu à proposta de Bolsonaro foi o governador do Maranhão, Flávio Dino.

“O barco afundou no meio do oceano. Você está com colete salva-vidas. O comandante diz que tem um “parecer” orientando a que todos tirem o colete. Alguém obedeceria ? “Parecer” não é maior do que o bom senso. E nem do que as leis. USAR MÁSCARAS salva a sua vida e a do próximo”, escreveu ele no twitter.

Os Estados Unidos, onde o presidente Joe Biden dispensou o uso da máscara como forma de incentivar a imunização, já vacinaram mais de 40% de sua população, enquanto no Brasil ainda estamos em 11%.

Como ficou claro na experiência de Serrana, no interior de São Paulo, o efeito coletivo da vacinação só é dramático quando a maioria da população adulta é imunizada com as duas doses.