José do Vale: Cinco meses após Bolsonaro dizer ‘estamos no finalzinho da pandemia’, Brasil tem 4 vezes mais óbitos a cada mês

Tempo de leitura: 3 min

O irresponsável governo Bolsonaro

Por José do Vale Pinheiro Feitosa*, especial para o Blog da Saúde

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 visa à investigação de ações e omissões do poder público no combate à epidemia.

Ou seja, o que poderia ter sido feito e não foi por parte do Poder Executivo.

Instalada em 27 de abril, ela começou a ouvir as testemunhas em 3 de maio.

Já prestaram depoimentos os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich, Eduardo Pazuello, o atual titular da pasta, Marcelo Queiroga, os presidentes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Pfizer no Brasil, o ex-chanceler Ernesto Araújo e o ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, Fábio Wajngarten.

A esta altura, é possível dizer que CPI iniciou com fervura alta e o governo Bolsonaro em franco derretimento.

No Maranhão, estamos enfrentando um teste devido a um navio procedente da Índia estacionado nas proximidades de São Luís que tinha passageiros portando a nova variante da vírus da covid-19 surgida lá.

Em populações embarcadas o vírus se espalha rapidamente.

As autoridades sanitárias precisaram confinar os embarcados e prestar assistência médico-hospitalar aos infectados.

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Além disso, terão que monitorar mais de 100 pessoas que entraram em contato com algum passgeiro do navio.

A situação epidêmica do Brasil continua muito perigosa.

A média móvel de casos e óbitos (referente aos últimos 7 dias) está em patamar elevado. A de casos está em 65.844 e a de óbitos, em 1.928.

A omissão do governo Bolsonaro é clara. Terminamos mais uma semana de vacinação e a população vacinada com duas doses, que é a efetivamente protetora, não chegou a 10% (9,7%).

Na sexta-feira (20/05), William Msemburi, analista de dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), disse em  entrevista que a covid-19 já é a sexta causa de morte no mundo.

Informou também que as mortes causadas direta ou indiretamente pela pandemia de covid-19 podem ser o dobro ou o triplo dos números oficiais, o que colocaria o total de óbitos no planeta entre 6 milhões e 8 milhões. Oficialmente, 3,4 milhões de mortes foram comunicadas no mundo até o momento.

No Brasil, o Ministério da Saúde e o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) estão buscando os registros de óbitos nos cartórios cujas informações são quase instantâneas e comparando com as do Sistema Informação da Mortalidade (SIM), que leva até um ano e meio para fechar os dados.

Dessa comparação, usando modelos estatísticos seguros, surge uma realidade brasileira que mostra uma primeira fase severa da epidemia em 2020. E uma segunda, muito pior, até maio de 2021.

Nas duas fases, estão evidentes os excessos de óbitos causados diretamente pela covid-19 ou indiretamente  por outras causas em razão da falência da assistência de saúde.

Em 2020, houve um crescimento de 22% no número de óbitos. Em 2021, este excesso em relação às semanas epidemiológicas até agora foi de 64%.

Até maio de 2021, tivemos valores assemelhados ao ano todo de 2020, 211.847 óbitos a mais em comparação com 275.587 por todo ano de 2020.

O excesso de óbitos aconteceu em ambos os sexos, todas as idades e em todas as regiões.

Ao se comparar os excessos de mortes de 2020 e 2021, a segunda fase da epidemia está sendo muito pior.

A responsabilidade do governo Bolsonaro é mais do que evidente.

Vai desde a ação direta do presidente contra o distanciamento social e o uso de máscara — ele, geralmente os ignora nas suas atividades públicas –, facilitando a disseminação do vírus, ao imobilismo do seu governo na busca de vacinas e medicamentos para intubação, retardando da população a eles.

O povo brasileiro jamais pode se esquecer que, em 10 de dezembro de 2020, com as mortes em alta no Brasil, Bolsonaro disse, em Porto Alegre (RS), “estamos vivendo um finalzinho de pandemia”.

 Naquele momento:

1) o País tinha 179.801 óbitos e 6.783.543 de pessoas infectadas;

2) Manaus já apresentava elevação de casos; e

3) menos de 1 mês depois, em 2 de janeiro de 2021, o Japão notificou o Ministério da Saúde do Brasil sobre a existência de uma variante do vírus muito mais infecciosa

Três provas da irresponsabilidade de Bolsonaro.

Hoje, 23 de maio de 2023, já são 449.068 óbitos e 16.083.258 casos.

*José do Vale Pinheiro Feitosa é médico sanitarista.

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Comentários

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Leon

Ele pensa que vão votar nele, mas não vão. Acho que se ele ficar em terceiro será sorte.
Tem que ser não certo do juízo para votar nele.
Um bando de loucos tomou conta do país. A vida fica para depois.
Mas a mãe dele ele vacinou.

Zé Maria

Em Várias Regiões do Estado do Rio Grande do Sul já há
Elevação do Número de Casos e, consequentemente, da
Ocupação dos Leitos de UTI nos Hospitais Locais, sendo
que em algumas Cidades não há mais Vagas.

E o Desgoverno Tucano proibiu os Prefeitos de fecharem
as Escolas, mesmo com Casos de COVID-19 Registrados
no Ambiente Escolar.
E ainda não há Vacinação de Professores e Professoras
e Demais Profissionais da Educação no Estado.

Zé Maria

COVID-19
Brasil
ÓBITOS

2020
09/05 = 10.000
21/05 = 20.000
01/06 = 30.000
11/06 = 40.000
20/06 = 50.000
01/07 = 60.000
10/07 = 70.000
20/07 = 80.000
29/07 = 90.000
08/08 = 100.000
18/08 = 110.000
29/08 = 120.000
11/09 = 130.000
25/09 = 140.000
10/10 = 150.000
01/11 = 160.000
24/11 = 170.000
11/12 = 180.000
23/12 = 190.000

2021
07/01 = 200.000
18/01 = 210.000
27/01 = 220.000
05/02 = 230.000
16/02 = 240.000
24/02 = 250.000
04/03 = 260.000
10/03 = 270.000
16/03 = 280.000
19/03 = 290.000
24/03 = 300.000
27/03 = 310.000
31/03 = 320.000
03/04 = 330.000
07/04 = 340.000
10/04 = 350.000
14/04 = 360.000
17/04 = 370.000
21/04 = 380.000
25/04 = 390.000
29/04 = 400.000
04/05 = 410.000
08/05 = 420.000
13/05 = 430.000
19/05 = 440.000
24/05 = 450.000

(https://www.worldometers.info/coronavirus/country/brazil)
https://www.worldometers.info/coronavirus/#countries
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