Em agosto, 40% das mortes por covid no mundo terão acontecido sob governos de extrema-direita; Brasil pode chegar a 744 mil óbitos, prevê instituto de Washington

Tempo de leitura: 3 min
As projeções

O Instituto de Avaliação de Métricas de Saúde da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, prevê que no pior cenário da pandemia o Brasil poderá atingir até 744.567 mortes por covid 19 no dia primeiro de agosto.

Isso, se o país relaxar medidas de isolamento que tem sido adotadas por governadores e prefeitos durante o inverno que se aproxima, quando a tendência é de as pessoas se aglomerarem em casa.

A projeção atual é de 575.832 mortes, se as medidas forem mantidas ou aperfeiçoadas.

Os números fazem parte da nova rodada de projeções publicada pelo IMHE para todo o mundo.

Se houvesse no Brasil o uso universal de máscaras, o número de óbitos poderia ser de 493.324 no final de julho, ou seja, uma diferença de mais de 251 mil mortes em relação ao pior cenário.

Por causa da crise econômica e do cansaço em relação ao isolamento social, os brasileiros estão cada vez mais reticentes quanto às medidas adotadas por prefeitos e governadores, enquanto o presidente Jair Bolsonaro continua fazendo pouco caso da pandemia e apostando na imunidade coletiva.

O Instituto prevê que, no cenário atual, o mundo terá 5 milhões de mortes por causa da doença em primeiro de agosto.

O Instituto considera uso universal de máscaras se elas forem adotadas por 95% da população, mas no Brasil este número está em 69%. Também prevê aumento da mobilidade social no país nos próximos meses.

Cenário para mortes diárias

O IHME projeta estabilidade no número de mortes até o final de maio, mas no pior cenário — queda no uso de máscaras e redução do isolamento social — elas poderiam experimentar um novo pico nos primeiros dias de julho (curva vermelha).

A projeção que considera a situação de hoje é representada pela curva roxa, que levaria o país a ter 575 mil mortes em primeiro de agosto.

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A curva verde considera uso universal de máscaras e aumento do isolamento social.

Todas as projeções do instituto consideram o ritmo de vacinação da população em cada país.

O IHME projeta que a Índia terá o maior número de mortos por covid em primeiro de agosto (959.561), seguida por Estados Unidos (602.723) e Brasil (575.832).

Na comparação de mortes por 100 mil habitantes, no entanto, Jair Bolsonaro receberá medalha de ouro, com medalha de prata para Narendra Modi e de bronze para Donald Trump, todos mais ou menos negacionistas de extrema-direita.

No total, os três líderes terão assistido à morte de mais de dois milhões de pessoas em seus países, 40% do total do planeta.

As curvas abaixo representam Brasil (em vermelho), Índia (em azul) e Estados Unidos (em cinza), em mortes por mil habitantes. As curvas não pontilhadas representam números consolidados.

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Comentários

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Sócrates

Esse sr brinca com fogo. Tudo isso pode se voltar contra ele.

Zé Maria

[Des]governo [Bolsonaro/Guedes/Mourão]
é o Maior Responsável por Alta Mortalidade
de COVID-19 no Brasil, dizem Especialistas

Após o Brasil ultrapassar EUA, México e Peru
como o país com o maior número de mortes
pela COVID-19 por milhão de habitantes nas Américas,
a Sputnik Brasil conversou com dois especialistas
para analisar os fatores que levaram o país
a esses números e como evitá-los no futuro.

Médico epidemiologista Guilherme Werneck,
Professor do Instituto de Medicina Social da UERJ,
comenta as constatações da organização “Our World in Data”
de que o Brasil se tornou o primeiro país das Américas
em número de mortos pela Covid-19 por milhão de habitantes.
“O governo não atuou no sentido de impedir
o início da disseminação da doença no país,
minimizou o problema, investiu em medidas
que não têm eficácia reconhecida, […],
não aparelhou adequadamente os hospitais
para a assistência à saúde […],
o sistema de vigilância não conseguiu também
ser instrumentalizado para atuar da forma
mais adequada, faltaram testes, faltou organização,
faltou concatenação e coordenação do Ministério da
Saúde com os outros entes federativos”

Ouça a Entrevista na Rádio Sputnik:
(https://soundcloud.com/sputnikbrasil/entrevista-com-777370458)

Também o Especialista Gonzalo Vecina Neto – médico
Sanitarista, Professor da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (USP), fundador e primeiro
diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA) – aponta o governo federal como o principal
responsável por esse aumento significativo dos números.
Gonzalo ressalta que o governo apresentou absoluta
falta de gestão ao permitir que, “no meio do caminho”,
ainda ocorresse o colapso da assistência hospitalar,
com falta de oxigênio, medicamentos e outros insumos,
que contribuíram ainda mais para que o Brasil atingisse
a marca sinistra de campeão em óbitos nas Américas.

Ouça a Entrevista com Gonzalo Vecina Neto.
Na Rádio Sputnik:
(https://soundcloud.com/sputnikbrasil/entrevista-com-752652576)

Íntegra da Reportagem em:
https://br.sputniknews.com/opiniao/2021042117372878-especialistas-governo-e-o-maior-responsavel-por-alta-mortalidade-de-covid-19-no-brasil
.
.

Zé Maria

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COVID-19
Brasil
ÓBITOS

2020
09/05 = 10.000
21/05 = 20.000
01/06 = 30.000
11/06 = 40.000
20/06 = 50.000
01/07 = 60.000
10/07 = 70.000
20/07 = 80.000
29/07 = 90.000
08/08 = 100.000
18/08 = 110.000
29/08 = 120.000
11/09 = 130.000
25/09 = 140.000
10/10 = 150.000
01/11 = 160.000
24/11 = 170.000
11/12 = 180.000
23/12 = 190.000

2021
07/01 = 200.000
18/01 = 210.000
27/01 = 220.000
05/02 = 230.000
16/02 = 240.000
24/02 = 250.000
04/03 = 260.000
10/03 = 270.000
16/03 = 280.000
19/03 = 290.000
24/03 = 300.000
27/03 = 310.000
31/03 = 320.000
03/04 = 330.000
07/04 = 340.000
10/04 = 350.000
14/04 = 360.000
17/04 = 370.000
21/04 = 380.000
25/04 = 390.000
??/04 = 400.000

(https://www.worldometers.info/coronavirus/country/brazil)
https://www.worldometers.info/coronavirus/#countries
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