“Marginal” Ernesto Araújo arranjou briga com China, Rússia e Biden, sem falar em Argentina e Bolívia
Tempo de leitura: 3 minO Brasil não pode mais continuar tendo, perante o mundo, a face de um marginal. Alguém que insiste em viver à margem da boa diplomacia, à margem da verdade dos fatos, à margem do equilíbrio e à margem do respeito às instituições. Alguém que agride gratuitamente e desnecessariamente a Comissão de Relações Exteriores e o Senado Federal.
Se um Chanceler age dessa forma marginal com a presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado da República de seu próprio país, com explícita compulsão belicosa, isso prova definitivamente que ele está à margem de qualquer possibilidade de liderar a diplomacia brasileira. Kátia Abreu, presidenta da Comissão de Relações Exteriores do Senado, respondendo ao agora ex-chanceler Ernesto Araújo
Da Redação
Logo depois do chanceler Ernesto Araújo anunciar sua demissão do Itamaraty, a embaixada da China no Brasil celebrou com uma mensagem em que diz que existe liberdade religiosa na região de maioria muçulmana do país, Xinjiang.
Seguidor de Olavo de Carvalho e fiel às diretrizes de Donald Trump e dos Estados Unidos, cuja prioridade é enfrentar a influência da China e da Rússia na América Latina, o chanceler caiu depois de denunciar que a senadora Kátia Abreu teria feito lobby pela implantação do 5G chinês no Brasil.
Os chineses estão anos-luz à frente dos Estados Unidos nesta e em outras tecnologias, como a dos painéis solares para produção de energia e trens de alta velocidade.
A saída de Trump, para ganhar tempo para os desenvolvedores dos Estados Unidos, foi iniciar uma série de ataques contra a empresa chinesa Huawei, propondo um boicote internacional da tecnologia do 5G alegando que ela facilitaria a espionagem.
O 5G abrirá as portas para a “internet das coisas”, em que aparelhos eletrodomésticos em geral serão comandados a partir do celular.
Na famosa reunião ministerial de 22 de abril do ano passado, que acabou vazando por ter sido requisitada judicialmente pela defesa do ex-ministro Sergio Moro, ao sair do governo, Araújo disse que a China tinha espalhado o coronavírus com o objetivo de dominar o mundo.
Em novembro do ano passado, o chanceler se envolveu em polêmica diretamente com o embaixador da China no país, Yang Wanming, depois que o filho de Jair Bolsonaro, Eduardo, presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, anunciou:
O governo Jair Bolsonaro declarou apoio à Aliança Clean Network, lançada pelo governo Donald Trump, criando uma aliança global para um 5G seguro, sem espionagem da China. Isso ocorre com repúdio a entidades classificadas como agressivas e inimigas da liberdade, a exemplo do Partido Comunista da China.
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A postagem foi duramente criticada pelo embaixador chinês.
Ernesto Araújo saiu em defesa do filho do presidente com nota oficial do Itamaraty.
Quando o Brasil se viu desesperado para obter vacinas da China, veio o troco.
Os chineses atrasaram as entregas do princípio ativo utilizado pelo Instituto Butantan para a produção da Coronavac.
A cabeça de Eduardo Araújo entrou em negociação, pois seu grande mentor, Donald Trump, a esta altura já tinha amargado derrota nos Estados Unidos.
Mesmo assim, numa mensagem ofensiva a Joe Biden e aos democratas, Araújo justificou no twitter a invasão do Capitólio por extremistas de direita e supremacistas brancos.
Para completar, um documento da diplomacia americana revelou que o governo Trump tinha feito pressão para que o Brasil não comprasse a vacina Sputnik, produzido pelo Instituto Gamaleia, da Rússia, o que desagradou o governo Putin.
China e Rússia estão usando as suas vacinas para fazer diplomacia internacional com os países mais pobres.
Depois do anúncio do afastamento de Araújo, discretamente, como é de seu feitio, os chineses celebraram com a mensagem sobre Xinjiang, que é um dos motivos pelos quais Washington pressiona o governo chinês, alegando violação de direitos humanos contra os uigures de maioria muçulmana que vivem na província.
“Olhos cristalinos e sorriso genuíno só aparecem na terra com harmonia social, prosperidade e liberdade de crença. Não vamos deixar as mentiras políticas mancharem Xinjiang”, diz o texto.
Na América Latina, Araújo arranjou confusão com a Argentina, a Venezuela e apoiou o golpe que derrubou o presidente legalmente eleito Evo Morales, da Bolívia.
Comentários
Zé Maria
Reverendo Araújo já tem novo emprego:
Será Bobo-da-Corte de Donald Trump,
na Cruzada de Restauração
do Ocidente Branco Cristão.
Eloi Batista
Os generais do EB ainda vão se arrepender amargamente de apoiar este doido.
Vai dar merd.a.
Só um cego não vê onde isso vai dar e o que vai acontecer.
O EB não tem condições DE. Nunca teve.
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