9.311 brasileiros já morreram em casa; Brasil tem 10 vezes mais mortes por dia que a média mundial
Tempo de leitura: 4 min3.251 mortos por COVID19 nas últimas 24h, sem contar os dados completos de MG! A Hecatombe Épica chegou. E ainda vai piorar muito. Se nada for feito para detê-la! Meus mais profundos sentimentos a todos os familiares das mais recentes vítimas desta atrocidade. Miguel Nicolelis, neurocientista
Da Redação
Apesar das mentiras que o presidente Jair Bolsonaro disse em seu discurso em rede nacional, o fato é que o Brasil vive a maior calamidade sanitária, hospitalar e possivelmente funerária de sua História.
Chegamos aos 3 mil mortos que cientistas haviam previsto nas últimas semanas: 3.251, para ser mais exato, em 24 horas.
Nesta quarta-feira o Brasil atingirá 300 mil mortos pela pandemia de covid-19, sem sinal de solução à vista.
O Boletim Epidemiológico mais recente da Fiocruz é devastador.
De todos os países que registraram mais de 100 mil mortes por covid o Brasil é neste momento o único em que a curva de casos cresce de maneira acelerada.
A falta de distanciamento social, o baixo uso de máscaras e o surgimento de novas variantes se combinam para provocar um aumento de 40% a 70% de transmissibilidade, diz a Fiocruz.
Por causa do colapso do sistema de Saúde, a taxa de mortes é de 59% entre os internados em UTI e de 80% entre os que foram intubados.
Também aumentou o número de mortes por outras causas.
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De acordo com o boletim, 9.311 brasileiros já morreram em suas casas.
As mortes registradas como causadas por “insuficiência respiratória” cresceram 5,9% e as por septicemia, 28,8%.
Por conta do “conjunto da obra”, a taxa de letalidade por covid passou de 2 no final do ano passado para 3,1 agora.
Dentre as medidas sugeridas pela Fiocruz, estão lockdown de duas semanas em várias regiões e distribuição maciça de máscaras eficazes que garantam a cobertura de 80% dos brasileiros.
O gráfico acima mostra que o Brasil teve 443.991 casos na última semana, contra 318.801 dos Estados Unidos. Foram 13.298 mortes, mais que o dobro dos Estados Unidos, 5.671.
Nas mortes por milhão de habitantes a Itália lidera, seguida por Estados Unidos e Brasil.
Os dados de 23 de março ainda não foram computados no gráfico.
Os gráficos acima mostram que o Brasil se descolou do resto do mundo em óbitos, embora não no número de casos, que atingiram um novo pico na Itália, mas começaram a cair.
O Brasil bateu o recorde de casos em 24 horas, 84.996, o que indica que a pressão sobre o sistema de saúde vai continuar.
Para se ter uma ideia, os Estados Unidos tiveram 765.479 casos em duas semanas, enquanto o Brasil atingiu 995.861 — apesar de ter uma população bem menor.
Cuba e Venezuela são um refúgio ideal, considerando a situação brasileira.
Em relação à média mundial, o Brasil decolou.
No dia 22 de março, o país teve 354 casos por milhão de habitantes, cinco vezes mais que a média mundial, de 63 casos.
No mesmo dia, o Brasil teve dez vezes mais mortes que a média mundial.
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