Alan, 20 anos, finalmente conseguiu um trabalho. Não resistiu a três semanas de covid
Tempo de leitura: 2 minNesta semana, o Viomundo dá rosto a jovens mortos pela covid-19, para desfazer falsidades bolsonaristas e homenagear as 265.500 vítimas, seus parentes e amigos.
No meu caso particular, pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus, não precisaria me preocupar, nada sentiria ou seria, quando muito, acometido de uma gripezinha ou resfriadinho, como bem disse aquele conhecido médico daquela conhecida televisão. Jair Bolsonaro, 65 anos de idade, em rede nacional de TV
Da Redação, com a RPC e redes sociais
Mayara Souza desabafou no Facebook:
Meu irmão, como está difícil sem você aqui do meu lado, ainda não consigo acreditar você se foi, parece que a qualquer momento você vai chegar dizendo “tata vamos comprar salgadinho?” “Tata o que tem de doce pra comer?”
O que me conforta é saber que você viveu cada minuto com muita alegria, muito amor por cada pessoa que entrou na sua vida. Então sei que você viveu seu propósito aqui na terra e agora seu espírito está num lugar melhor olhando por todos nós.
Esse vírus que veio trazendo tanto medo e você tinha muito medo de se contaminar, estava todo feliz no seu trabalho novo e de repente já não estava mais em casa, os sintomas apareceram muito rápido,a evolução foi muita rápida, você sofreu e agora descansou, está com os anjos, nossa senhora e Deus e você me mostrou no sonho que estava em um lugar lindo de muita paz com passarinhos e um céu azul do jeito que você gostava e isso acalmou meu coração.
Te amo para todo sempre
O irmão, de apenas 20 anos de idade, tinha acabado de arrumar um emprego de entregador de frios, em Londrina, no interior do Paraná.
Alan Souza teve os primeiros sintomas em 11 de fevereiro, uma forte dor de cabeça. Ele contou à família que os gestores da empresa que o contratou também haviam relatado sintomas.
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No dia 23, sentindo-se pior, Alan foi ao Hospital da Zona Sul de Londrina, onde ficou três dias no pronto socorro aguardando vaga de UTI.
Só conseguiu uma em Arapongas, a 40 km de Londrina.
“Ele chegou bem ao hospital, não precisou ser entubado de imediato. Ficou na máscara de alto fluxo. Tentaram voltar para o cateter nasal, mas ele não aguentou, passou mal e depois disso começou a piorar”, contou Mayara ao Programa Meio Dia Paraná, da RPC.
Os parentes, aflitos, tudo o que puderam fazer foi acompanhar a evolução do caso à distância.
Com febre alta e saturação abaixo dos 80%, Alan veio a óbito apesar de não ter comorbidades, na quarta feira, 3 de março, 21 dias depois dos primeiros sintomas.
Teve uma parada cardiorrespiratória.
Os amigos fizeram uma carreata em Londrina para homenagear Alan, que pretendia cursar veterinária e morar no campo, pois adorava posar de vaqueiro.
O caso dele é compatível com relatos recentes de médicos brasileiros, de que pacientes mais jovens tem adoecido gravemente com covid e passam mais tempo nas UTIs, contribuindo para a superlotação.
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