Conjur: Depois de cooperação ilegal com Mônaco, Deltan disse que não tinha “vergonha na cara”
Tempo de leitura: 2 min“Faz tempo que não tenho vergonha na cara”, disse Dallagnol sobre cooperação informal
A defesa do ex-presidente Lula enviou ao Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira (22/2) novas mensagens entre procuradores da “lava jato” em Curitiba apreendidas na chamada “operação spoofing”, que investiga a atuação de hackers que invadiram os celulares de autoridades.
Os diálogos voltam a mostrar que a cooperação internacional feita entre os integrantes do Ministério Público Federal e autoridades estrangeiras ocorria por fora dos canais oficiais, ignorando a competência do Ministério da Justiça para centralizar a colaboração brasileira com outros países.
A ConJur manteve abreviações e eventuais erros de digitação e ortografia presentes nas conversas.
“Li o email de Mônaco, ainda, e é bem melhor do que havia achado… dá a entender que é possível regularizar [a cooperação] a posteriori… enfim, vamos nos falando e fique à vontade”, afirmou em 2015 Orlando Martello.
Para Dallagnol, não havia problema seguir com essa metodologia. “Faz tpo [tempo] que não tenho vergonha na cara kkkk”.
Na mesma ocasião, o então chefe da “lava jato” disse que havia recebido um email do ex-procurador suíço Stefan Lenz e que os dois trocaram informações pelo Telegram.
“Não comenta com ninguém do e-mail com Stefan. Se vazar algo não mandaram…”, diz Dallagnol.
Em alguns casos, as informações de brasileiros e empresas nacionais eram encaminhadas a autoridades norte-americanas por pen drives, segundo mostra uma mensagem de Orlando Martello.
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“Pessoal do RJ, na próxima semana Christopher do DOJ [Departamento de Justiça dos EUA] estará aí, certo? Quem de Vcs estará com ele, pois preciso encaminhar um pen drive para ser entregue a eles”, diz o procurador.
Não é a primeira vez que os integrantes citam a cooperação ilegal com Mônaco.
Em um diálogo recentemente publicado pela ConJur, Dallagnol admite que usava elementos obtidos fora dos canais oficiais e diz que se a cooperação informal caísse, “chega pelo canal oficial e pedimos de novo”.
“Estou recebendo informações de Mônaco diretamente por email e foi autorizado o uso oficial…”, diz Dallagnol.
O procurador, no entanto, foi repreendido por Vladimir Aras, então responsável pela cooperação internacional da Procuradoria-Geral da República. “Delta, melhor ter cuidado. Que tipo de situação é? As defesas podem questionar o canal. O DRCI também.”
DRCI é o “Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação, órgão vinculado ao Ministério da Justiça e responsável por toda a cooperação brasileira com outros países.
Decretos estabelecem que a colaboração deve necessariamente passar pelo Departamento, ao contrário do que se vê nos diálogos entre procuradores.
Comentários
Nelson
Não lembro se foi aqui no Viomundo que já escrevi um comentário assim.
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Darcy Ribeiro, Milton Santos, Paulo Freire e Leonel Brizola, entre tantos outros, dedicaram a maior parte de suas vidas à construção de um Brasil compatível com seu tamanho e potencial e que garantisse a cada brasileira e brasileiro a vida digna a que têm direito.
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Porém, alguma vez você já viu os órgãos da mídia hegemônica a contarem a história de personagens tão fantásticos, em homenagem a sua trajetória? Nada. Eles são invisibilizados. Infelizmente, uma grande parcela do povo brasileiro nunca ouviu falar deles.
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Brizola, por ter sido homem público por longuíssimo tempo, é mais conhecido, mas, ainda assim, na quase totalidade das vezes em que o citavam era no sentido de difamá-lo.
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Pois, se a mídia hegemônica agiu e segue agindo assim com personagens de extrema importância para a nossa nação, será que eu poderia nela acreditar quando passou a me apresentar um outro personagem como um grande herói nacional?
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Será que eu não deveria colocar o meu desconfiômetro a funcionar, quando Sérgio Moro, Deltan Dallagnol, Carlos Fernando Lima e outros passaram a ser vendidos por essa mídia como os redentores da nação? Como os “cidadãos acima de qualquer suspeita” que iriam limpar a corrupção do nosso país?
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Bem, passados os anos, as revelações que vêm se sucedendo sobre essa patota de “heróis da pátria” demonstram que o meu desconfiômetro não me deixou na mão. Infelizmente, porém, dezenas de milhões de brasileiros não ligaram o seu e acabaram caindo que nem patinhos na armação.
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Enfim, a Lava Jato é só mais uma episódio da vida nacional a demonstrar, de forma cabal, que a mídia hegemônica não tem qualquer compromisso com as necessidades do povo brasileiro e os interesses do nosso país.
Zé Maria
“Faz tempo que não tenho vergonha na cara”, disse Dallagnol
sobre cooperação ‘informal’ [via Telegram. Sincero o Patife.]
baader
enquanto isso o zé cardoso, min.justiça em momentos-chave, caladinho…
Zé Maria
Excerto
“Os diálogos voltam a mostrar que a cooperação internacional feita
entre os integrantes do Ministério Público Federal [da FTLJ de Curitiba]
e Autoridades Estrangeiras ocorria POR FORA DOS CANAIS OFICIAIS,
IGNORANDO a competência do Ministério da Justiça para centralizar
a colaboração brasileira com outros países.”
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