Mortes diárias por covid continuam acima de mil e ex-ministro Chioro agora só vê Brasil imunizado em 2023

Tempo de leitura: 2 min

Da Redação

O ex-ministro da Saúde Arthur Chioro agora só vê o Brasil imunizado contra a covid em 2023, já que depois da vacinação a imunidade coletiva só é atingida em alguns meses.

O governo negacionista de Jair Bolsonaro jamais teve um plano federal de combate à pandemia, como os Estados Unidos e todos os demais países do mundo.

Optou pela vacina da AstraZeneca/Oxford, que não está sendo recomendada para pessoas de mais de 65 anos de idade pelos governos da Alemanha, Áustria e França, por falta de testagem neste grupo de risco.

Da mesma forma, apesar de pioneiro na busca por uma saída, o governador paulista João Doria fez acordo com a Sinovac, que produz uma vacina tradicional, de vírus enfraquecido, que leva meses caso seja necessário atualizá-la para novas cepas.

A boa notícia é a publicação do estudo de terceira fase da vacina russa Sputnik V na revista britânica, com 91,6% de eficácia.

O Consórcio Nordeste quer comprar 50 milhões de doses da vacina, que será produzida no Brasil pela Farmacêutica União Química, mas ainda depende da aprovação da Anvisa.

Com 1.240 mortes por covid nas últimas horas, o Brasil atingiu 226 mil óbitos causados oficialmente pela pandemia — a média permanece acima de mil faz quase duas semanas.

Nos Estados Unidos, a média da última semana foi de 3.169 mortos. Lá, há mais de 93 mil pessoas hospitalizadas.

As novas linhagens do coronavírus, descobertas em Manaus, no Reino Unido, na África do Sul e em Los Angeles, na Califórnia, continuam preocupando os cientistas.

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Existe muita incerteza sobre se elas eventualmente poderão diminuir o efeito da vacinação, que está se desenrolando muito mais lentamente que o previsto em todo o mundo.

Arthur Chioro: sem planejamento, Brasil só deve vacinar todo mundo no final de 2022

Para ex-ministro, Bolsonaro deixou país isolado na luta internacional contra a covid: “A gente tá indo pro final da fila”

Por Nara Lacerda, Brasil de Fato

Com a falta de planejamento do governo Bolsonaro, o Brasil só deve conseguir atingir o número de vacinação suficiente para conter a pandemia de coronavírus ao final de 2022. A análise é do ex-ministro da Saúde Arthur Chioro.

“Nós perdemos a liderança regional na campanha da imunização. Quando a gente se isola a gente tá indo pro final da fila. Nós só conseguiremos uma cobertura vacinal adequada para chegara ao controle da covid no final do ano que vem”, afirmou em live do Brasil de Fato na tarde desta quinta-feira (21).

Médico sanitarista e pesquisador da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Chioro explica que o impacto mais importante da vacina é a proteção coletiva, a partir do momento em que o país atinge um percentual necessário de vacinação.

“Nós precisamos de vacina para todos os brasileiros e brasileiras, precisamos nos planejar pra garantir vacina pra todos”, ressaltou Chioro.

O ex-ministro considera que a responsabilidade em relação ao patamar de mais de 200 mil mortes causadas pela pandemia deve ser cobrada do atual governo.

“Já passou de hora não apenas de um impeachment, mas de apuração das responsabilidades, porque eu considero que as medidas adotadas pelo governo são um atentado à vida”.

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