Fábrica que governo Bolsonaro mandou fechar no Paraná poderia produzir 30 mil metros cúbicos de oxigênio por hora

Tempo de leitura: 3 min
O protesto dos petroleiros. Divulgação

Fechada há um ano pelo governo Bolsonaro, Fafen-PR poderia produzir 30 mil metros cúbicos de oxigênio por hora

Fechamento da Fafen aumentou dependência da importação de fertilizantes

Da FUP, via AEPET

Enquanto os pacientes com Covid dos hospitais de Manaus estão morrendo sufocados pela falta de cilindros de oxigênio, em meio ao colapso do sistema de saúde, diante de mais um pico da pandemia no estado do Amazonas, a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Petrobrás no Paraná poderia estar produzindo 30 mil metros cúbicos de oxigênio por hora.

Isso daria para encher 30 mil cilindros hospitalar pequenos, com capacidade média de 20 inalações de 10 minutos.

A fábrica, no entanto, está fechada há um ano, com equipamentos se deteriorando, enquanto a população sofre as consequências da desindustrialização causada pelo governo Bolsonaro.

“A Fafen-PR tem uma planta de separação de ar, que, com uma pequena modificação, poderia ser convertida para produzir oxigênio hospitalar, ajudando a salvar vidas nesse momento dramático da pandemia, que atinge novos picos em diversos estados do país”, informa o petroquímico, Gerson Castellano, um dos mil funcionários da fábrica de Araucária que foram demitidos, após o fechamento da unidade.

Ele explica que a separação de ar é um dos processos que ocorre para a produção da amônia, que é a matéria prima utilizada na fabricação da ureia, que era o principal insumo produzido pela Fábrica de Fertilizantes da Petrobrás.

A planta que faz essa separação do ar tem capacidade de ser operada independentemente da produção da amônia e, com uma alteração simples, pode ser convertida para produzir 30 mil metros cúbicos de oxigênio hospitalar por hora.

Se a planta estivesse sendo operada em dois turnos de 6 horas, só a Fafen-PR poderia fornecer ao governo 360 mil metros cúbicos de oxigênio por dia. Atualmente, o consumo diário de oxigênio no Amazonas é de 76 mil m³.

“Uma unidade como a nossa quando fecha, não significa apenas a perda de empregos e tributos. A sociedade perde tecnologia e condições de mudar o país. E nesse caso, perde também condições de salvar vidas. A desindustrialização vai muito além do desemprego em massa, ela causa prejuízos generalizados para a sociedade”, alerta Castellano, que é diretor da FUP e do Sindiquímica-PR.

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O fechamento da Araucária Nitrogenados (Ansa/Fafen-PR) foi anunciado pela diretoria da Petrobrás há exatamente um ano, surpreendendo os 1.000 trabalhadores da unidade, que foram sumariamente demitidos.

Não houve qualquer negociação com a FUP ou o Sindiquímica, o que levou a categoria petroleira a realizar uma greve histórica, em fevereiro do ano passado, que durou 21 dias.

Fechamento da Fafen aumentou dependência da importação de fertilizantes

O fechamento da fábrica aumentou ainda mais a dependência da agroindústria brasileira da importação de fertilizantes.

A unidade garantia o abastecimento de cerca de 30% do mercado brasileiro de ureia e amônia.

O encerramento da Fafen-PR também impactou fortemente os moradores da região de Curitiba e Araucária.

Alguns trabalhadores tinham mais de 20 anos de casa e ainda não conseguiram se recolocar no mercado de trabalho um ano depois.

Operando desde 1982, a Ansa/Fafen-PR foi adquirida pela Petrobrás em 2013.

Usando resíduo asfáltico (RASF), a unidade produzia diariamente 1.303 toneladas de amônia e 1.975 toneladas de ureia, de uso nas indústrias química e de fertilizantes.

A planta também produzia 450 mil litros por dia do Agente Redutor Líquido Automotivo (ARLA 32), aditivo para veículos de grande porte que atua na redução de emissões atmosféricas.

A planta ainda tinha capacidade de produzir 200 toneladas/dia de CO2, que é vendido para produtores de gases industriais; 75 toneladas/dia de carbono peletizado, vendido como combustível para caldeiras; e 6 toneladas/dia de enxofre, usado em aplicações diversas.

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Comentários

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Bíblia do 17

o brasileiro precisa deixar de ser imbecil e entender que democracia é o eleito fazer o que os seus eleitores quer e esses votaram para fechar essas, assim como todas e vender tudo quando for estatal.

Mario

O que aconteceu com os preços depois do fechamento? Nenhum link com análise econômica? Lembrei do fim da produção de insulina pela Fiocruz que levou o preço da insulina a dobrar (se não me engano, quando Serra era ministro e com muito “apoio” da justiça no melhor estilo Lava Jato – lawfare, provavelmente resultado de lobby dos laboratórios privados).

Zé Maria

O Desgoverno Bolsonaro/Guedes/Mourão
simplesmente não fez coisa alguma:
nem produziu Oxigênio no Brasil
nem importou Oxigênio de Outro País.
Bolsonaro&Pazuello asfixiaram os Manauaras.
Os Milicos mandaletes são incompetentes.
Ou, pior, são maus mesmo. Criminosos.

Zé Maria

Excertos

“O fechamento da fábrica [Fafen-PR] aumentou ainda mais
a dependência da agroindústria brasileira da importação de
fertilizantes.

A unidade garantia o abastecimento de cerca de 30% do mercado
brasileiro de ureia e amônia.
[…]
Usando resíduo asfáltico (RASF), a unidade produzia diariamente
1.303 toneladas de amônia e 1.975 toneladas de ureia, de uso nas
indústrias química e de fertilizantes.”
.
.
E o desgoverno Bolsonaro/Guedes/Mourão, intencionalmente,
coloca o valor do Dólar nas alturas.

A Bancada BBB (Boi, Bíbla, Bala), do Agro Pop, tá achando uma
maravilha importar insumos agrícolas e pagar mais caro pelos
combustíveis, até porque agora exporta toda a Carne e os Grãos necessários ao consumo da população brasileira, provocando
a alta dos preços desses alimentos no mercado interno, ainda
mais que, dada a visão econômica doutrinária ultra-neoliberal desregulamentadora, inexistem estoques reguladores.
.
.
“Brasil esvazia estoques de alimentos
e perde ferramenta para segurar preços

Reportagem: Hygino Vasconcellos
Colaboração para o UOL, em Porto Alegre

[…]
Para especialistas, estoque baixo é decisão de governo

A baixa nos estoques soa como alerta para especialistas,
que percebem um movimento liberal dos últimos
governos [após o Golpe de 2016] em relação aos preços.

Para o professor de economia da Universidade Federal do Paraná
(UFPR) José Guilherme Vieira, o produto armazenado pelo governo
poderia ser utilizado tanto para absorver a produção – e proteger
o produtor rural – quanto para segurar a disparada de preços,
como a que está ocorrendo agora com o arroz.

“Tem gente que acha que isso é intervenção do governo, mas não é.
Quando a gente analisa pela estratégia alimentar, não é o preço
mínimo que importa”.
José Guilherme Vieira, da UFPR

Para o pesquisador, os países devem ter, ao menos, seis meses de
estoques reguladores para não ficarem à mercê de intempéries,
oscilações cambiais ou queda na oferta de determinado produto no
mercado internacional.

“A redução dos estoques foi totalmente incorreta.
A formação de estoques é uma garantia de alimentação para o povo.
É uma segurança alimentar.
Além disso, um instrumento de regulação do preço”.
José Guilherme Vieira, da UFPR

Vieira afirmou que, para governos liberais, a manipulação artificial
dos preços – como a entrada no mercado de grãos estocados,
por exemplo – é considerado um “absurdo”.
“Para os liberais, o preço é o artífice do sistema.
É uma das raízes da política do abandono dos estoques” …

A professora Izete Bagolin, da PUC-RS, entende que os baixos estoques
deixam a população brasileira vulnerável à disparada dos preços.

“A gente passa a ter preço dos alimentos tabelados
pela lógica de mercado, sem planejamento do governo…
Para o governo vai ter menos custos de manutenção,
porque o governo acaba fazendo estoque sem necessidade
de usar.
Por outro lado, acaba transferindo o custo coletivo para o individual.
Formar estoques reguladores não é uma política de graça, mas,
em momentos de crise, acabam vindo à tona. É uma escolha”.
Izete Bagolin, da PUC-RS.
.
Leia também: https://ojoioeotrigo.com.br/2019/11/por-que-o-fim-dos-estoques-publicos-de-alimentos-do-brasil-e-um-problema/

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