Vivaldo Barbosa: Eleição na Câmara e Senado diz respeito a quem melhor serve aos interesses de quem nos espolia

Tempo de leitura: 2 min
Fotos: Marcelo Camargo/Agência Brasil e reprodução de rede social

O FANTASMA BOLSONARO NÃO PODE NOS ATRAPALHAR

Por Vivaldo Barbosa*

É incompreensível e ilógico Bolsonaro ser Presidente da República.

É pequeno demais, rasteiro, sem nenhum preparo, envolto em mediocridade, ele, seus filhos e os que o cercam. Mas está lá.

Seu governo é um desastre, incompetência para todo lado. Seremos dos últimos a ter vacina e seringas.

Os grandes pensadores, Maquiavel, Montesquieu e outros diziam que a República exige virtude: tudo que falta nele. Bolsonaro é um fantasma.

O pior de Bolsonaro não são suas diatribes, suas baixarias, por mais deprimentes.

É sua adesão ao neoliberalismo: desmonte do Estado nacional, privatizações, retirada de direitos do nosso povo.

Veja na condução da economia esse banqueiro Guedes e a turma que ele colocou na Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica e em tudo mais.

Mas o fantasma Bolsonaro não pode perturbar a estratégia da oposição.

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Nossa grande tarefa neste ano é tirar proveito de tanta incompetência, tanta maldade contra nosso povo (nem vacina, nem seringas…), de tudo que revela contra os destinos e a respeitabilidade da nossa nação e dialogar com nosso povo para a grande saída nas eleições do ano que vem.

Boa parte dos que sempre mandaram nesse País já se preocupa com os efeitos negativos de Bolsonaro para continuar sustentando o neoliberalismo.

Mesmo com a popularidade que ainda ostenta (sempre haverá os incautos), já procuram alternativas.

E ainda não encontraram alguém para enfrentar a oposição, até o Huck procuram preparar, como fizeram com o Collor.

Agora mesmo, na eleição das presidências da Câmara e do Senado, procuram continuar dando sustentação aos projetos neoliberais adotados pelo Bolsonaro.

Se dizem adversários de Bolsonaro, mas levam avante seu lado pior: a política econômica neoliberal.

Sabemos que é muito difícil a escolha da oposição na Câmara e no Senado. De um lado, o grupo do Centrão apoiado por Bolsonaro.

De outro, o DEM/PSDM/MDB, centro da sustentação do neoliberalismo.

O Centrão é esta degradação da política alimentada pelo fisiologismo, mas sem qualquer firmeza ideológica ou de princípios.

É preciso dizer que ajudou nas eleições de Dilma contra Serra e Aécio. E depois apoiou o golpe do impeachment da Dilma sustentado pelo outro lado, com todo apoio da mídia, empresarial, financeiro e internacional.

Ninguém, nada é confiável nesses centros de domínio da política brasileira.

O que vale é o que se pode fazer agora e em cada etapa de luta para barrar os projetos de espoliação das elites de agora e de sempre e de alienação de nossa soberania.

Bem sabemos que cargos e posições de nada adiantam. O que importa é nossa luta pelos direitos do nosso povo e como chegamos de maneira límpida ao lado do povo brasileiro nas eleições.

Mesmo com tudo que fazem, apesar de toda empulhação em cima da nossa gente, quando conseguimos clarear quem está ao seu lado, o povo brasileiro sempre soube se defender: elegeu Getúlio, Juscelino, Jango e duas vezes Lula e duas vezes Dilma.

Só dobrou-se por golpes: caçador de marajás, plano real, denúncias de corrupção.

Talvez o melhor agora é sair desse processo que não nos pertence, que somente diz respeito a quem melhor serve aos interesses de quem nos espolia, e lançar um manifesto à nação de denúncia de tudo isto e conclamar o povo à luta política que nos aguarda de agora até o ano que vem.

Uma bela contribuição à consciência esclarecida da nossa gente.

* Vivaldo Barbosa é advogado, professor e coordenador do Movimento O Trabalhismo. Brizolista e trabalhista histórico, foi deputado federal constituinte pelo PDT e secretário da Justiça de Brizola.

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