Gerson Carneiro: Muito obrigado pelo carinho; sinto que fiz a boa escolha

Por Gerson Carneiro, em perfil de rede social

Eu preciso abrir um parêntese aqui.

Tenho recebido muito carinho.

De pessoas aqui do prédio onde moro, de pessoas daqui das redes sociais, de pessoas na rua que eu nem conheço. De muita gente que eu não tive ainda nenhum encontro presencial.

Uns me trazem muda de árvores, de plantas, me trazem sorrisos, me trazem palavras saborosas, me trazem mensagens de agradecimento e elogios.

Bem, eu quero dizer que vivo uma doçura que eu não imaginava viver.

Há dois anos passei por um momento complicadíssimo.

Eu tinha duas opções: amargurar-me e me fechar para o mundo e ficar doente; abrir os olhos e enxergar beleza no mundo e espalhar amor.

Creio que por instinto, por conta da minha natureza, escolhi o segundo caminho.

Enfrentei todos os gigantes, todos os fantasmas, todos os monstros. Saí espalhando amor, sem esperar nada.

Ontem um síndico, que não o conheço, de um prédio da minha rua, me ofereceu uma muda de pé de pitanga. Peguei as ferramentas e fui lá retirar e plantar na praça. Ele foi comigo. Todo feliz, me ajudou plantar.

Hoje quando cheguei do treino de corrida, às sete e meia da manhã, ganhei uma caixa com mudas de plantas e uma orquídea. Mimo de um mercadinho aqui na rua.

Deixaram também no jardim uma rosa do deserto.

Estão todas lá plantadas.

Outro dia eu estava no jardim, uma senhorinha chegou com mudas de plantas. Disse que me observa da janela do quarto andar do prédio vizinho. Ofereceu as mudas para mim.

— Bom dia moço. O senhor aceita essas mudas de plantas?

Eu fiquei rendido porque a pessoa me traz muda de plantas, que já é tudo de bom, e ainda tem a delicadeza de perguntar se eu as aceito.

Eu abri um sorriso, assim como abri o portão para ela, e quase chorei.

Eu traduzo tudo isso como sendo ato de amor.

Do amor puro, despretensioso.

Do amor que pode curar esse mundo doente dos homens.

Segui minha intuição nesse caminho sem que o propósito fosse ter retorno algum. Mas esse retorno hoje acontece.

Percebo que fiz boa escolha.

No trajeto houve quem se afastou por considerar que meu comportamento fosse um deboche à situação de desgraça que o mundo se encontra.

Eu sempre rebati tal acusação com a minha necessidade de ficar bem para atravessar esse pântano e ter condição de ajudar quem precisa ser ajudado. Se me rendo e caio em depressão, serei apenas mais um a carecer de ajuda.

Ainda assim não me fiz ser compreendido.

Lamentavelmente, face à urgência da situação, não me sobra tempo para explicações.

É preciso prosseguir. É o que faço.

Quero agradecer um a um pelo retorno manifestado em diversas formas.

Um sorriso, uma mensagem, uma gargalhada, uma planta, uma árvore, um elogio, uma declaração de que passou a agir da forma que venho agindo. Enfim, um carinho.

Sinto-me maravilhado.

Sigamos porque esse mundo precisa de amor, de empatia, de compreensão, de luz, de sabedoria.

Não há mal que dure para sempre.

O amor triunfará.

Depende de nós.