Vivaldo Barbosa: A trajetória de Napoleão, o despertar do povo brasileiro e o futuro de Lula
Tempo de leitura: 3 minNÃO É UMA COMPARAÇÃO
Por Vivaldo Barbosa*
Napoleão Bonaparte foi amado e odiado, vitorioso e derrotado. Mas sempre lembrado. Uma das maiores personalidades de toda a História.
Depois de atingir o ápice de suas vitórias, conquistas, glória, Napoleão começou seu calvário ao ser derrotado em Leipzig e teve que voltar para casa.
Seus adversários vieram em seu encalço, invadiram a França, entraram em Paris. Antes, em 1812, Napoleão entrou em Moscou.
Depois, em 1814, o Czar Alexandre entrou em Paris. Napoleão foi enxotado para a Ilha de Elba. Em seu caminho foi xingado, enxovalhado, vaiado.
Menos de um ano depois, Napoleão volta à França, vai recebendo adesões de seus ex-soldados, de seus exércitos, do povo e até da classe política que o havia destronado.
Todos passaram a lembrar-se do bem que havia feito à França e aos franceses, diante do descalabro e da catástrofe que foram seus sucessores.
As ideias e os feitos da Revolução Francesa que Napoleão havia ajudado a propagar e levar para o mundo, o orgulho nacional afirmado, os benefícios alcançados pelo povo, o bem estar geral, a dignidade de um povo e de um País, o Código Civil, em meio a erros e contradições em que ele se meteu. O povo francês o elegeu novamente em plebiscito nacional.
Durou pouco, Cem Dias, veio Waterloo, a pá de cal, e as forças estrangeiros o derrubaram de vez.
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À medida que o tempo foi passando, o prestígio de Napoleão foi sendo recuperado, o seu papel para a França e os franceses foi sendo melhor compreendido, voltou a ser amado e reconhecido até por críticos anteriores.
Em todos os cantos, nos diversos extratos sociais, acima de tudo no povo, o amor a Napoleão era cada vez mais forte. E por toda a Europa e em diversas partes do mundo. Ao lado de ódios intransponíveis, claro.
Após décadas, seus restos mortais voltaram para a França e ele foi recolocado como o grande herói, a grande referência na França. Mesmo com sérios defeitos que carregava.
Lula, no Brasil, foi amado intensamente, saiu do governo com mais de 80% de aprovação, mas sofreu ataques virulentos, viveu o seu calvário por um judiciário parcial, acovardado, com conexões com os Estados Unidos e inteiramente entregue aos meios de comunicação.
Chegou ao disparate de ser preso para que pudessem tomar o poder para realizar o projeto conservador, fisiológico, entreguista, de retirada de direitos que se abateu sobre o Brasil e o nosso povo.
Hoje, tudo isso é um fracasso: um governo inerte, deixando o brasileiro naufragar na pandemia, o projeto neoliberal dá mostras que não resolve os dramas da nação e o sofrimento do povo. Como em todas as épocas, em todos os lugares.
Incompetentes e até tresloucados governam, colocam-se submissos aos interesses dos Estados Unidos e dos grupos econômicos.
O conservadorismo, e seu braços mais forte de atuação política, os meios de comunicação, vivem dilemas: dizem não gostar do Bolsonaro mas amam seu governo neoliberal, entreguista e concentrador.
Não encontram saída: o herói que fabricaram está se desmanchando. Só lhes resta continuar massacrando Lula e mantê-lo fora, exilado ou em Elba ou em Santa Helena, para onde mandaram Napoleão.
O povo está percebendo, lembrando-se do que foi feito de melhor para a vida dele e de quem o fez: o aumento dos salários, a superação da pobreza e da miséria, avanços na educação, em ciências, os filhos nas escolas técnicas e nas faculdades, mais comida na mesa, água para os nordestinos, mais casas para muitas famílias.
O orgulho de um Brasil que caminhava, que podia dar certo. E de outras coisas.
Isto é lento, o poder dos meios de comunicação e de quem manda no Brasil é muito forte, mas vem vindo com força irreversível, incontrolável.
As eleições agora foram por questões locais.
As próximas, nacionais, vão tocar na vida do brasileiro e ele vai se lembrar da vida que começou a ter e da desgraça que veio depois.
O povo vai reconhecendo de maneira cada vez mais forte o papel que Lula teve na sua vida. Esperem e verão.
* Vivaldo Barbosa é advogado, professor e coordenador do Movimento O Trabalhismo. Brizolista e trabalhista histórico, foi deputado federal constituinte pelo PDT e secretário da Justiça de Brizola.
Comentários
Morvan
Não compararia Lula com Napoleão, mesmo indo além dos estereótipos do segundo. Lula precisa ser comparado com quem sofreu as agruras da exclusão, da injustiça, do lawfare. Colocaria o timoneiro nordestino ao lado de figuras históricas como Dreyfus e Madiba Mandela (Dreyfus, Madiba? Nem Nem Outro. Lula. Lula do Brasil.). Suas trajetórias se entrelaçam: Dreyfus foi a pedra angular do novo viés no Direito francês e Madiba, com sua resiliência, conduziu um povo ao refletir. Lula segue trajetória semelhante aous dois, mesmo com as especificidades do caso brasileiro. Lula do Brasil!
Humberto Luiz Lima de Oliveira
Parabéns ao Vivaldo pelobelo texto que faz excelente e pertinente articulação entre dois grandes líderes mundiais
Zé Maria
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do que foi o Desgoverno de Genocidas braZileiro nesses Últimos 2 Anos
Serval
Brasil acima de tudo.
Ah tá.
Com um monte de milicos, generais e juízes ADORADORES dos EUA. Que se vendem fácil.
Só sendo muito jegue para acreditar nesse lema do exercito e dos militares.
E eis que seu Obama comprou todo mundo e deu um rodo na Dilma. Não foi uma rasteira, foi um rodo mesmo.
Ordem e progresso, SE a direita tiver no poder. Caso não esteja promovem a desordem.
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