Americanos vão às urnas com Trump colocando em dúvida a contagem, prometendo batalha judicial e prevendo onda vermelha
Tempo de leitura: 2 minDa Redação
Os comícios de Donald Trump nos quatro últimos dias de campanha desconheceram completamente o distanciamento social, atraíram multidões em território majoritariamente republicano e incluíram uma passagem por Scranton, Pensilvânia, onde Joe Biden nasceu.
Trump usou toda a coleção de horrores em sua retórica para convocar os republicanos a votar: comunistas, socialistas, globalistas, gangues de saqueadores, ateus, destruidores do sonho americano e a senadora Kamala Harris, uma mulher negra, como verdadeira cabeça de chapa dos democratas.
Ao incitar o ódio aos adversários democratas, que acusou de serem criminosos, Trump busca mobilizar uma “onda vermelha” sem a qual não tem chance de se reeleger.
O fato de que Trump está fazendo isso faltando tão pouco tempo para a eleição é medida da necessidade que o presidente tem de arrastar multidões de seus apoiadores às urnas — o voto não é obrigatório nos Estados Unidos.
A mensagem mira na zona rural e nos homens brancos que não cursaram universidade.
Porém, as pesquisas se moveram muito pouco nas últimas semanas.
Trump continua sugerindo que haverá fraude. Ele ameaçou o governador democrata da Pensilvânia, dizendo que está de olho nele e em assessores.
Disse que a decisão da Suprema Corte da Pensilvânia de estender o prazo para recepção e contagem dos votos enviados pelo correio é “fisicamente perigosa”, sem especificar o motivo.
Nos últimos dias, apoiadores de Trump foram acusados de várias provocações contra adversários, do fechamento de rodovias à tentativa de parar um ônibus da campanha de Biden no Texas.
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Neste espisódio, a caminhonete de um apoiador de Trump quase fez um automóvel de um voluntário da campanha democrata capotar.
Comerciantes de várias metrópoles dos Estados Unidos decidiram proteger suas vitrines com placas de madeira e, ontem à noite, a Casa Branca mandou reconstruir uma grade em torno da sede da presidência.
Trump prometeu que assim que a votação terminar vai despachar seus advogados, provavelmente para questionar a contagem ou a aceitação de votos.
Os americanos já colocaram nas urnas 95 milhões de votos, o equivalente a 72% de todos os votos dados em 2016 — um recorde.
Apesar de Trump prometer que “a maioria silenciosa” vai dar a ele um segundo mandato, vai precisar de que as pesquisas estejam erradas como nunca.
De acordo com o New York Times, se as pesquisas deste ano estiverem tão erradas quanto estavam as de 2016, mesmo assim Biden teria 335 votos no Colégio Eleitoral, quando precisa de 270.
Os democratas, no entanto, estão à beira de um ataque de nervos. Em 2016, na véspera da eleição, o Times disse que a chance de Hillary Clinton vencer era de 88%.
Eles sabem que muitos eleitores de Trump simplesmente se negam a responder pesquisas ou mentem ao fazê-lo.
Enquanto Joe Biden escolheu fazer comícios em drive ins, com distanciamento social, Trump juntou multidões onde esteve e criou a imagem de uma campanha entusiasmada e em ascensão.
Uma frase atribuída ao presidente Trump resume o estado de espírito do republicano: Cara, vai ser constrangedor se eu perder para esse cara!
Flórida, Carolina do Norte, Arizona, Geórgia, Michigan, Iowa, Ohio, Wisconsin e Pensilvânia são os estados que decidirão a eleição.
Biden está na frente na maioria deles.
Na média nacional de pesquisas tabulada pelo Real Clear Politics, Biden tem vantagem nacional de 6,7%.
De acordo com o pesquisador republicano Mark Rountree, Biden sairá do voto antecipado com uma vantagem de 6 a 8 pontos e Trump terá de desfazer a diferença com os votos que serão depositados pessoalmente nesta terça-feira.
A expectativa é de que 75% dos eleitores vão comparecer, a maior participação eleitoral desde 1900 nos Estados Unidos.
Comentários
Zé Maria
Nazi-Fascistas usam a Tática
do Ladrão que grita
‘Pega Ladrão!’.
Zé Maria
https://media.istockphoto.com/vectors/elephant-and-donkey-versus-democrat-and-republican-battle-political-vector-id1124655790
O Povo dos Estados Unidos da América deveria lamentar essa Farsa
de ter de escolher entre um Asno Democrata e um Elefante Nazista.
abelardo
Vejo Trump deixando claro que já antevê a sua derrota, que não vai deixar barato e que, se necessário for, talvez até deixe os EEUU ficar muito mais arrebentado, do que a destruição que os golpistas traidores da pátria fazem ao Brasil. Então, se a considerada maior inteligência do planeta tem conhecimento dos planos de Trump para humilhar a democracia americana – tem a confissão de Trump de que, se perder não vai deixar levar – tem a audácia de me deixar imaginando que compara a manifestação de um partido, ao derramamento de sangue que poderá acontecer se tentarem impedir a vingativa e autoritária tirania dos perdedores.
Henrique Martins
https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/bolsonaro-quer-ser-o-primeiro-capacho-a-parabenizar-trump-em-caso-de-vitoria-nas-eleicoes/
Coitado. Desse mal ele não morre.
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