Equipe de TV é agredida em Florianópolis ao tentar registrar desrespeito a regras de combate à pandemia na praia; vídeo
Tempo de leitura: 3 minEquipe da NSC TV é agredida em praia de Florianópolis
Profissionais faziam reportagem sobre desrespeito a regras de combate à pandemia quando foram cercados por populares
Por Guilherme Simon, no site da NSC, sugerido por Zeca Pires
Dois profissionais da NSC TV foram agredidos na manhã desta segunda-feira (2) na praia do Campeche, em Florianópolis, enquanto faziam uma reportagem.
A equipe registrava imagens de desrespeito ao decreto estadual que estipula regras contra a pandemia de coronavírus.
No local, estavam a repórter Bárbara Barbosa e o cinegrafista Renato Soder. A ideia era apresentar a reportagem ao vivo da praia.
Os profissionais foram cercados por pessoas que não queriam ser gravadas na praia, onde estavam descumprindo a determinação estadual que proíbe a permanência na faixa de areia.
Algumas pessoas avançaram sobre a câmera, ameaçando quebrar o equipamento caso a equipe não parasse de gravar.
Depois, outras pessoas tentaram tirar das mãos da repórter o celular dela, que usava justamente para gravar a agressão.
A repórter foi cercada por parte do grupo e ficou com marcas da agressão nos braços. Os fatos aconteceram na frente de um posto salva-vidas.
Não havia agentes da Polícia Militar ou da Guarda Municipal na praia.
A NSC TV acionou a Guarda Municipal e a Polícia Militar, e irá registrar boletim de ocorrência sobre a ameaça e a agressão sofrida pelos dois profissionais.
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A NSC Comunicação emitiu a seguinte nota a respeito:
O ataque e a agressão à equipe da NSC, nesta segunda-feira na Praia do Campeche, são uma tentativa de impedir o trabalho da imprensa, de levar os fatos ao conhecimento público – o que é garantido pela Constituição federal. Atitudes como esta, que infelizmente mostramos no Jornal do Almoço, estão se repetindo no país inteiro. Mas elas revelam e fortalecem a importância do nosso trabalho. Os agressores responderão pelos seus atos. E nós vamos continuar fazendo o que fazemos: jornalismo profissional, independente e essencial para a sociedade catarinense.
A agressão também repercute entre entidades de impensa:
ACI
A Associação Catarinense de Imprensa se solidariza com os profissionais e repudia a covarde agressão sofrida por uma equipe da NSC TV na manhã deste feriado. A equipe produzia reportagem sobre o movimento nas praias da Capital catarinense em meio ao crescimento do número de casos do coronavírus, quando foi abordada e cercada por populares que estavam na praia.
Muito além de solidariedade, porém, a entidade manifesta preocupação com a crescente onda de violência contra jornalistas e contra o jornalismo. Segundo a Federação Nacional de Jornalistas, o número de agressões aos profissionais de imprensa saltou de 135 em 2018 para 208 casos em 2019. São muitas vezes agressões verbais, tentativas de desqualificação do trabalho e intimidação física e verbal, que em vários casos vêm culminando com agressões físicas.
Os ataques aos jornalistas e ao jornalismo ferem a democracia e tem consequências imprevisíveis para as liberdades de todos. Ainda que os fatos relatados contrariem convicções, é inaceitável que sejam feridos princípios básicos de urbanidade e civilidade, ao ponto de profissionais serem cercados e agredidos simplesmente por estarem trabalhando. Tentar calar a imprensa é atitude irresponsável e perigosa de pessoas que flertam com o autoritarismo sem ao menos entender as implicações históricas de tal atitude. Espera-se que os agressores sejam devidamente identificados e exemplarmente punidos, na forma da lei.
ACAERT
A Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão – ACAERT considera inaceitável que banhistas que desrespeitavam as medidas isolamento social e combate à COVID-19 na praia do Campeche, em Florianópolis, atuem com violência para tentar impedir o trabalho de jornalistas que registravam a cena neste feriado.
Segundo a matéria da NSCTV veiculada nesta segunda-feira (02/11) no Jornal do Almoço, um grupo de populares se aproximou da equipe de reportagem de forma intimidatória contra a repórter Bárbara Barbosa e o repórter cinematográfico Renato Soder, ameaçando quebrar o equipamento de filmagem e tomando o celular das mãos da jornalista, que ficou com marcas da agressão nos pulsos.
A ACAERT lembra que qualquer tipo de intimidação ou constrangimento ao trabalho de equipes de reportagem em sua missão de informar a população configura um atentado contra a liberdade de imprensa, principalmente neste momento de pandemia.
Desta forma, pedimos que as autoridades identifiquem e punam exemplarmente os responsáveis pela agressão, destacando que qualquer tentativa de cercear os meios de comunicação são, também, um crime contra a democracia.
ANJ
A Associação Nacional de Jornais (ANJ) lamenta as agressões sofridas hoje por profissionais de jornalismo da NSC TV, na Praia do Campeche, em Florianópolis. Foi uma atitude covarde, autoritária, intolerante e que demonstra falta de compreensão do papel dos jornalistas na sociedade.
Além das agressões verbais e físicas, condenáveis em qualquer situação, o que houve foi também uma tentativa de impedir que a verdade chegue ao conhecimento dos cidadãos. Portanto, se trata de um ataque ao direito das pessoas de serem livremente informadas. A ANJ espera que os agressores sejam identificados e encaminhados à Justiça, para que sejam punidos nos termos da lei.
Comentários
Sérgio Montenegro Fernandes
É pessoal do “BEM”.
Haroldo Cantanhede
Santa Catarina, tão branca, tão reaça.
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